XIII. - Mamãe te odeia, mas eu te amo.

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"Sim... Chloé me pediu para avisar ao senhor que ela está segura, mas com fome e vai lanchar comigo. E não pode falar por celular porque..." Travei por um momento, sem saber qual desculpa usar. A loira imitou comicamente alguém extremamente apertado e a ideia surgiu feito uma luz no final do túnel. "Ela foi ao banheiro!" Chloé afirmou com a cabeça, dando um sorriso.

"No meio da rua?" Jean perguntou, cético, do outro lado da linha.

"Já estamos na lanchonete." Eu menti. Na verdade estamos do outro lado da rua, mas precisávamos de um bom álibi.

"Essa garota é impossível!" Jean resmungou, após bufar. Eu mordi o interior da bochecha, prendendo o riso. "Tudo bem então. Juízo, vocês dois. Eu não quero Chloé chegando depois das cinco da manhã."

"Considere feito, senhor." Falei, desligando em seguida. Entreguei o celular de volta para loira, que havia me entregado por não querer driblar Jean sozinha, e ela enlaçou o seu braço no meu próprio direito antes de começarmos a andar em direção à lanchonete. "O seu mordomo se daria muito bem com a minha mãe." Afirmei, arrancando uma risada dela.

"Eles poderiam fofocar sobre nossa juventude e mostrar fotos de quando éramos bebês." Imaginou, balançando os ombros.

"O seu mordomo?" Indaguei, curioso.

"Ele faz isso com os namorados que arruma." Confessou em voz baixa como se estivesse contando um segredo de estado. "Nós somos uma família, Couffaine, acredito que se eu não fosse a filha do prefeito, seria filha dele."

"Faz sentido."

Depois de termos saído do teatro, ela exclamou que deveríamos passar em algum lugar antes de voltar para o hotel a fim de comer alguma besteira. Como Chloé não é adepta a esse tipo de alimento intitulado 'besteira', eu não poderia perder a chance de ver com os meus próprios olhos ela comendo um hambúrguer ou cachorro-quente. A pizza naquela madrugada foi embora muito rápido e, se Zoe não tivesse aparecido, eu tenho certeza que a loira teria acabado com tudo em questão de segundos.

"O que você quer comer?" Eu perguntei e fiquei impressionado como ela conseguia ficar fofa e sexy ao mesmo tempo com a sua expressão pensativa, mordendo o lábio inferior enquanto olha para cima. Confesso ter ficado tentado a roubar um beijo seu, mas havíamos feito um acordo silencioso de que não explanaríamos a nossa situação ao mundo por enquanto.

Quando escolhemos e fomos sentar em uma das mesas próximas à janela, eu reparei no quão inquieta estava. Chloé e eu não conversamos sobre isso, tentei ignorar a sensação esquisita no meu peito, para falarmos sobre qualquer outra coisa. No caso, a loira me contou sobre os cursos de teatro que estava de olho, mostrando as academias pelo celular, alegando já ter se candidatado para três. Como Chloé está demasiadamente interessada em seguir a carreira de atriz, não fiquei surpreso ao ver que são as melhores escolas da região. Conversamos por horas sobre a sua carreira e sobre a minha também, falei dos problemas internos da banda e que havia decidido sair em turnê com o meu pai, sendo somente Ivan e eu integrantes da Kitty Section - o que fez ela sugerir, brincando, que mudássemos o nome para algo mais concreto e real, que desse para levar mais a sério. Apesar de ser brincadeira, eu concordei - porque realmente faz sentido e vamos precisar ora ou outra - e ficamos pensando em nomes variados que fizessem sentido com o que eu gostaria de ter na carreira. Estávamos tão entretidos com a presença um do outro que, quando eu olhei o meu celular as horas, me assustei por ser quatro da manhã. Jean havia dito que Chloé deveria estar no hotel antes das cinco, e eu não quero passar uma impressão desagradável para o mordomo da loira. Pedimos um táxi e fomos em direção ao seu lar, enquanto eu finalmente lembrava da minha moto e rezava para que ainda estivesse no lugar que a deixei - de preferência sem nenhuma multa.

Naquela Noite - Miraculous/LukloeOnde histórias criam vida. Descubra agora