Como, em grande maioria, nada de bom dura tanto - e note bem, desde o dia anterior estou nas nuvens -, chegou o intervalo do show. Meia hora de pausa para a banda e, logo após, Juleika demonstraria um instrumental, seguido de três músicas solo do Luka para finalizar o evento. O problema não foi o intervalo em si, afinal de contas, ficamos sentados nos puff coloridos comendo salgadinhos e bebendo refrigerante em lata, mas na Lilá ter marcado presença e eu percebido. Quer dizer, como não perceber a presença da morena? A aura que emana é simplesmente grotesca e dá ânsia de vômito, muito semelhante a minha de poucos anos atrás. Ao menos eu mudei por perceber que ficaria sozinha, não sobrando nem mesmo Sabrina para ficar ao meu lado.
"Quem te convidou, sua megera?" Perguntei, descontente e irritadiça por vê-la próxima do Adrien - este que está dividindo um puff com Nino, Marinette e Alya, o grupinho de sempre.
Felizmente, Lilá retribui o meu afeto sentido pela mesma da melhor forma possível. Não é segredo que já ficamos próximas uma vez, logo no começo quando a própria começou a frequentar o colégio, mas eu me arrependo de cada segundo gasto com a morena desde o dia que vi ela insultando Sabrina. Temos uma rixa desde então e eu odeio respirar o mesmo ar que ela. Não que Lilá se importe, ela sempre opta por me deixar irritada - ou as minhas amigas. Nossa turma já se acostumou com o seu jeito ridículo, sabemos que ela jamais mudará, mas o restante de Paris acaba vez ou outra defendendo a própria quando nos encontramos e eu a insulto. Quem sai como errada? Bem, a filha do prefeito. Lilá fundou a Broadway, tenho certeza.
"Foi o Adrien! Quem mais seria?" Perguntou retoricamente, de forma debochada e fingindo inocência. Tanto eu quanto Marinette, Alya, Nino, Rose, Sabrina, Zoe, Alix encaramos o loiro, com uma feição de raiva misturada com surpresa.
"Você fez o quê?" Perguntamos em uníssono. Adrien alternou o olhar para cada um de nós constrangido, coçando a nuca e com as bochechas vermelhas para afirmar o quão receoso estava com a situação.
"Ela me perguntou se eu estava livre hoje e falei que não, porque iria no show da Kitty Section no barco." Explicou, sentindo-se culpado, olhando diretamente para Dupain-Cheng. Ela revirou os olhos, batendo na própria testa.
"O que você tem de bonito, você tem de burro, Adrien." Resmunguei, bufando, algo que provavelmente todos ali presentes estavam pensando. Certo, sei que o meu melhor amigo não é realmente desprovido de inteligência, mas ele consegue ser um pouco lento em notar segundas intenções de terceiros, ficando a mercê de pessoas nada confiáveis.
"Mas eu..."
"Irmão, nem tenta. Elas querem te matar agora." Nino, como o bom amigo que é, aconselha de forma inteligente o loiro, colocando uma mão no seu ombro.
"Não fala assim do Adrien, Bourgeois! Só porque ele não quer ter nenhum relacionamento com você desde que éramos mais novos, não significa que-" Interrompi o seu acesso à loucura levantando uma mão, pedindo que parasse de falar. Dei um sorriso cínico, lambendo os lábios.
"Não fale assim, Lilá. Adrien e eu não somos adeptos ao incesto." Falei sem desviar o olhar da mesma, arqueando uma sobrancelha como forma de desafio. "Saia de perto do meu irmão, sua mentirosa." Ordenei sem deixar a raiva transparecer na minha voz e, de fato, surpreendi os que observavam a cena. Os meus colegas de classe me conhecem bem o suficiente para saber que eu não hesitaria em levantar um dedo para bater na morena e o espanto é que eu ainda não fiz isso. Lilá também deve estar surpresa, afinal, ela ganha o dia quando consegue tirar alguém do sério.
"Certo... eu irei falar com o Luka." Ameaçou dar um passo para trás e só então eu vi o que ela pretendia. Couffaine estava passando por ali, evitando ficar perto da confusão, quando minha colega de classe desprezível esbarrou-se 'acidentalmente' nele. Como consequência, metade do que quer que ele estivesse bebendo, caiu no chão. Eu fiquei com pena da carinha triste que ele fez. "Oh! Desculpe, Luka."
VOCÊ ESTÁ LENDO
Naquela Noite - Miraculous/Lukloe
Fanfiction"Boa noite, minha rainha." Se despediu, beijando as costas da minha mão esquerda, sem deixar de sorrir. As minhas bochechas esquentaram. Pareceu certo que ele me chamasse de sua, apesar de não nos conhecermos. "Volte assim que possível, heroizinho...