"Chloé, eu não quero viajar estando brigado com você."
Eu soprei a fumaça para longe, observando a bonita paisagem de Londres que a janela do meu quarto dispunha. Lembro-me perfeitamente bem do último beijo que dei na loirinha antes de viajar com meu pai e Ivan para a turnê, assim como a nossa discussão. Foi algo bobo, aconteceu algumas semanas depois da nossa ida à boate, como alguém dando em cima dela e acabamos chegando ao impasse de que eu não poderia reclamar porque não estávamos juntos de verdade. Ficamos nos evitando por dias, coisa que pareceu uma eternidade, e, quando enfim nos acertamos, uma semana antes da viagem, eu deixei claro para ela que conversaríamos sobre isso quando eu voltasse. Relutante, Chloé aceitou. Eu sei os seus traumas e também sei sobre a minha vontade de seguir os meus planos de carreira... Mas ela me deixa maluco. Nenhum corpo ou mente seria capaz de tomar o seu lugar predefinido no meu coração. A loira é alguém muito fácil de se apaixonar, ao passo que também é imensamente difícil tirá-la dos meus pensamentos. E como eu tentei!
"Uma libra por seus pensamentos." Ivan brincou, ficando ao meu lado.
"Eu não sou maluco de apostar com você."
"A madame de novo?" A única burguesa que, de fato, o meu amigo simpatiza.
"Sempre, ouso dizer."
"Na despedida, imagino."
"Ela me deixa maluco." Afirmei, suspirando.
"Mylène também me deixava assim... até que ela se declarou e eu confessei todo o meu amor." Ele balançou os ombros, dando risada. "Não deixe que isso atrapalhe você." Aconselhou.
"Garanto a você, amigo, que os meus sentimentos nunca irão atrapalhar no meu julgamento." Avisei, encarando-o.
Ivan concordou com a cabeça.
"E aí, meninos? Vamos arrasar essa noite!" Meu pai exclamou, eufórico, entrando no quarto.
Dando risada, concordamos com ele.
Apesar de querer muito falar com a Chloé, eu evitei o máximo que pude com o pretexto de estar ocupado ou cansado - coisa que ela não fez muita questão em retrucar - e a pessoa que eu mais falava era a Marinette, porque enfim decidi contar para a minha melhor amiga o que estava acontecendo entre a loira e eu. "Você precisa dar um jeito nisso pra ONTEM. Assim que voltar, Luka Couffaine, sem perder tempo. Ela está UM SACO e VOCÊ também." Marinette foi muito expressiva ao dizer o que pensava e eu precisei concordar, infelizmente, mas não sem antes importuná-la com a questão do Chat Noir - apenas para ver a mestiça correndo do assunto como se fosse perigoso demais para falar em voz alta. Se eu me apaixonasse por alguém mascarado, acho que também ficaria assim.
Os dias na turnê passaram de forma rápida, e a cada dia que passava, eu ficava dividido entre o cansaço e a euforia. Os fãs do meu pai gostaram da gente, foi incrível cantar para uma multidão em vários países e cidades diferentes e eu fiquei surpreso ao saber que um dos shows seria duplo - onde o meu pai cantaria também com a banda Saint Asonia, e eu conheci um grande amigo seu, que, deixo claro, eu sou um grande admirador. Tanto eu quanto Chloé, então, sem mais nem menos, sem me importar com o horário, liguei em chamada de vídeo para a loira. Ela estava terminando de secar o rosto, no closet, após ter feito a limpeza com um dos cremes que usa, quando enfim notou quem estava ao meu lado - tomando um susto e quase caindo da cadeira. Eu diria que não era pra tanto, mas sei o quanto ela é fã de Adam Gontier, e ele ainda deu um par de ingressos para a loira, do show que faria em novembro lá em Paris. Quando enfim desliguei a chamada, ele me perguntou se era a minha namorada e, convencido, falei "Ainda não". Ficou explícito a minha vontade e Adam riu, dizendo que eu era igualzinho ao meu pai.
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Naquela Noite - Miraculous/Lukloe
Fanfiction"Boa noite, minha rainha." Se despediu, beijando as costas da minha mão esquerda, sem deixar de sorrir. As minhas bochechas esquentaram. Pareceu certo que ele me chamasse de sua, apesar de não nos conhecermos. "Volte assim que possível, heroizinho...