VIII. - Príncipe Ali

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Quando o show teve fim, eu fui embora com Adrien. Zoe disse que ficaria porque iria lanchar com o restante da turma e eu me despedi de quase todos - exceto o guitarrista, pois não o vi em lugar algum. Embora eu tivesse um apreço pelas caronas que Adrien e eu trocamos ao longo dos anos, eu posso afirmar que me senti levemente incomodada porque, sendo o meu melhor amigo, o loiro tinha a missão de me ajudar a entender toda a confusão que alastra dentro do meu ser.

"Adrien... como você se comportaria na frente de uma pessoa que você fez sexo e tem amigos semelhantes e muito provavelmente vocês se encontrem com frequência?" Perguntei em voz baixa, evitando o constrangimento, encarando-o.

"Jura, Chloé?" Adrien arqueou a sobrancelha, fazendo eu me lembrar daquela noite onde nós... Eu realmente não estava lembrando mais disso e, veja bem, foi algo que me deixou perturbada.

"Alguém que tenha apreço e apetite sexual por ti da mesma forma que tem por ela." Especifiquei, sentindo-me inquieta. Apesar do Adrien ter tido pouca interação social na vida, ele consegue dar bons conselhos. Não tanto quanto Sabrina, mas eu estava desesperada.

"Eu tentaria agir normalmente, Chloé! Não deve ser tão difícil assim..." Julgou erradamente, balançando os ombros. "Quem é o cara da vez?"

Fiquei vermelha com a sua pergunta, arrancando uma risada infantil do loiro.

"Ah, amigo... acho melhor não conversarmos sobre isso agora."

"Tudo bem! Não vou insistir, pois eu mesmo já tenho uma ideia de quem seja..."

"Como é?"

O meu rosto quase foi ao chão quando Adrien revelou que Nino e ele foram ver como eu estava e me flagraram no exato momento em que eu disse para Luka tentar me acalmar outra vez e eles viram o nosso beijo de camarote. Eu deveria ficar preocupada? Não muito, pois o meu amigo não contaria para ninguém e o seu melhor amigo, apesar de namorar uma aspirante a jornalista, não é apto a contar fofocas alheias para quem quer que fosse. Evitei o constrangimento de ter sido flagrada aos beijos com o irmão gêmeo da minha amiga e esqueci do assunto tão facilmente com apenas um toque de mensagem recebida do meu celular. Foi a pauta de nossa conversa que enviou mensagem, perguntando se eu havia curtido o show e mencionou que sabia que eu gostaria daquela música (aquela que possui referências da Dupain-Cheng) e cheguei a cogitar que pensava assim por outras garotas gostarem, até que perguntei e ele foi sincero, dizendo que sabia que eu gostaria da música porque ele havia se inspirado no álbum One-X e apenas cantou Unforgiven porque tinha certeza que eu apreciaria ouvi-la. Luka estava certo... novamente.

Quando cheguei no hotel, Jean me aguardava pronto para dar um longo sermão e apenas não o fez no elevador porque o meu pai solicitou a minha presença na prefeitura. Fizemos nosso caminho em sua direção em silêncio, o que fazia eu ficar cada vez mais ansiosa pelo que Jean reclamaria comigo. Tenho certeza que seria sobre responsabilidade, imaturidade e dormir com um desconhecido, mas eu não conseguia me acalmar dizendo para mim mesma que tudo ficaria bem no final. Porque, bem, Jean pode ser um mordomo, mas ele tem mais autoridade na minha vida do que a minha mãe. Parece que tenho dois pais ao invés de um pai e uma mãe, algo que causa um olhar de pena em algumas pessoas - mas ainda é menos pior do que ser chamada de Clara, Claudete ou qualquer outro nome que não seja o meu pela minha própria mãe, aquela que me deu a luz.

"Filha, eu fiquei preocupado! Da próxima vez, liga pro meu telefone também." Foram as primeiras frases que o meu pai me disse quando entrei no seu escritório, ao me abraçar.

"Eu nem me dei ao trabalho, papai. Você não atenderia." Retruquei, jogando o cabelo para trás. "O que queria falar comigo?"

"Quero te apresentar a alguém. Ou melhor... fazer um reencontro."

Naquela Noite - Miraculous/LukloeOnde histórias criam vida. Descubra agora