XII. - O seu segredo

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"Ou você está apaixonado, ou te deram um chá de buceta muito bom. Pelo o seu olhar, eu diria que foi os dois da mesma pessoa." Ivan constatou, dando um trago no seu cigarro, ao observar o horizonte. Eu me pergunto se algum dia eu conseguiria esconder as minhas emoções dele.

Após o ensaio encerrar e guardarmos os instrumentos, Rose foi ajudar a minha irmã com a decoração do seu novo quarto e Ivan ficou ao meu lado, discutindo quais músicas eu cantaria em cada abertura da turnê. Ficamos em dúvida entre as letras românticas, melancólicas e de alto astral, então selecionamos três de cada. De fato, após a madrugada que passei com a Chloé e dizer que iria tirar um cochilo antes começar o dia, eu fiquei me revirando na cama e, ao invés de dormir, fiquei o dia inteiro compondo novas canções. Quatro seguidas é um número suspeito para o meu grande amigo, que então chegou a conclusão que havia uma mulher que estava mexendo com a minha cabeça. Nós não tivemos muito tempo para conversar sobre o assunto, então somente agora ele veio mencionar sobre. Para Ivan, eu sou um livro aberto - exceto em relação aos Miraculous, essa parte permanece em segredo, embora eu saiba que ele é o Minotaurox.

"A segunda opção, amigo." Eu admiti, dando uma risada seca, olhando as águas escuras do mar. Como eu sou, segundo o meu patrão, um astro do rock mirim, ele deixa que eu tire duas folgas - uma pelos ensaios da banda e a outra porque é a minha por direito - e essa é a primeira folga da semana, ao passo que a próxima seria na sexta-feira, onde eu já tenho compromisso marcado com a filha do prefeito. Eu trabalho desde os catorze anos para Alec, o tal patrão, e ele foi uma das pessoas que mais me apoiou quando eu disse que seguiria a carreira da música. Segundo o idoso, eu terei uma parede reservada na pizzaria com os discos de vinil que lançarei. Ele é bem engraçado, na verdade. "Você me conhece muito bem." Afirmei, o encarando brevemente pelo canto dos olhos.

Ivan riu.

"Os seus surtos de compositor fazem a minha semana, Luka." Disse, aos risos. "Você me ligou no meio da aula para falar que precisávamos ensaiar."

"E você fez pouco caso, como sempre."

"Lógico! Eu não sou de ficar babando o seu ovo."

Dessa vez, quem deu risada fui eu.

Acendo um cigarro e penso em como eu deveria ser a pessoa que mais odeia Chloé Bourgeois em Paris, mas, por ironia do destino, não é isso o que sinto. A melodia dela é como uma orquestra, você sempre se sentirá inquieto e ansioso, em êxtase pelo que já passou e rezando para que a próxima fase chegue antes do previsto. Eu confesso que vê-la no meu quarto, naquela tarde, me deixou surpreso, mas não menos do que quando me encarou e eu vi as emoções que sentia. Ela estava hesitante, nervosa e... maravilhada. Nós nunca interagimos formalmente, lembro que apenas quando eu fui akumatizado e, depois, quando a mesma também foi. Então fiquei curioso com os sentimentos confusos que a loira sentiu porque, até aquele dia, ela também nem sabia que Jagged Stone é o meu pai. Eu sabia que ela me seguiria e achei engraçado a sua pequena disfarçada de alguns minutos, mas nada disse, aguardando que me contasse o que havia acontecido para que tivesse aqueles sentimentos ao me ver. Chloé sabia da minha identidade como Viperion e, ao passo que fiquei irritado, também fiquei maravilhado. A loirinha é bem esperta e penso que se fizesse um esforço, descobriria facilmente que o melhor amigo é o Chat Noir e a sua amiga de infância é a Ladybug.

Não seria surpresa se eu já tivesse a notado antes, mas ela me notar... foi engraçado. Eu não faço parte da elite, comecei a ficar famoso agora, e mesmo assim tive Chloé Bourgeois, a filha do prefeito, nas minhas mãos. O seu nervosismo não me deixou dormir naquela noite e a convidei para deitar ao meu lado, porque gostaria de compreendê-la melhor e a sua atração por mim. No final, eu compreendi. Se não fosse o seu jeito mesquinho de antigamente, com certeza eu estaria afim dela no passado e ela me mostrou esse meu possível sentimento quando ficamos perigosamente próximos. Eu não queria me segurar, gostaria de tê-la somente para mim naquela noite, e pouco foi a minha surpresa ao sentir que Chloé queria ser minha. O ocorrido não me saiu da cabeça e quando Marianne pediu que uma pizza fosse entregue por mim no hotel onde a loira mora, fiquei tentado em perguntar na recepção qual era o quarto de Chloé para fazer uma pequena visita, mas fui surpreendido por ela me aguardando. Eu gosto da sua presença, inclusive sem roupa - apesar da ótima companhia mesmo quando vestida -, e a raiva que senti ao precisar partir antes do sol nascer foi imensurável. O que caralhos Shadow Moth pensa ao enviar um akuma de madrugada? Ele não dorme?

Naquela Noite - Miraculous/LukloeOnde histórias criam vida. Descubra agora