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  - O que você quer aqui? - pergunto olhando para a porta da cela.

  - Vim me desculpar por meu pai - o garoto tirou uma chave de trás de si, logo abrindo a cela - Vem comigo - continuo no canto - Vou te levar até seus pais.

  - E porque devo confiar em você? - pergunto desconfiada - Pode muito bem ter sido você e seu amiguinho a me dedurar para seu pai.

  - Primeiro, eu não dedurei você, meu pai estava na praça também quando tudo aquilo aconteceu - entra na cela, deixando a porta aberta - Segundo, eu também não concordo com o que meu pai fez, então se puder confiar em mim, eu realmente irei te levar até seus pais - seu olhar parecia sincero - Seu pai está bem doente, achei que iria querer vê-lo antes de partir.

Ainda estava desconfiada, mas o segui por entre aqueles corredores, que pareciam tudo iguais.

  - Ei, eu vou ficar bem - assim que viramos um dos corredores ouvi a voz do meu pai.

Corri em direção a sua voz, vendo meu pai deitado com a cabeça no colo de minha mãe.

  - Appa - digo vendo eles olharem para mim.

Minha mãe levantou rápido vindo até a porta.

  - Você está bem? Não fizeram nada? - pergunta preocupada passando a mão no meu rosto.

  - Vocês tem que ser rápidos - o garoto diz colocando a chave na porta, logo abrindo a cela.

Minha mãe me puxou rápido para um abraço apertado. Assim que me soltei fui até meu pai, que agora estava sentado. Me abaixei na frente dele.

  - Appa - seguro sua mão, vi ele dar um sorriso fraco.

  - Eu estou bem - diz baixo - Eles te machucaram? - apenas neguei - Nós vamos sair daqui logo, não se preocupe.

  - Eles disseram que você foi envenenado - começo - Vai morrer no primeiro momento que pisar fora daqui - senti seu aperto na minha mão ficar um pouco mais forte.

  - A Árvore da Vida pode ajudar ele - me viro ao ouvir o garoto dizer - Mas não sei por onde começar a procurar.

  - Árvore da Vida? - minha mãe diz surpresa - Como sabem dela? - pergunta olhando para o garoto, mas logo voltou a atenção para mim - Você não vai atrás dela - diz séria - Todos que foram atrás da Árvore da Vida morreram.

  - Meu pai não dará escolha - o garoto diz - Se ela não for, irão matar todos vocês - vi ele abaixar a cabeça - Odeio o que ele está fazendo com vocês, mas infelizmente ele é o rei, não posso fazer nada.

  - Omma, você sabe como encontrar a árvore? - vejo ela respirar fundo - Você me contava histórias dela, mas não me lembro os detalhes.

  - Odeio que tenha puxado o gênio do seu pai - mamãe diz, fazendo eu e meu pai rir - A árvore vivia em minha antiga casa - começa - Mas depois que Poseidon me expulsou, nunca mais voltei à Atlântida, não lembro onde fica.

  - Atlântida existe? - ouço o garoto dizer baixo surpreso.

  - CHRISTOPHER - era a voz do rei Christian.

  - Droga - o garoto diz - Tenho que te levar de volta - diz para mim.

Levanto indo para fora da cela, logo vendo o garoto fechar a mesma.

  - Espera - minha mãe diz vindo até nós - Alie pode ajudar - sorri ao ouvir o nome da mulher - Ela está vivendo no templo de Apolo, no Mar da Arábia - segurou minha mão, fazendo um carinho - Tome cuidado, por favor - seguro sua mão - Cuide dela, ouviu - olhou para o garoto - Ou eu mesma mato você.

  - Tomarei cuidado - digo fazendo ela olhar para mim de novo - Eu amo vocês - sorri olhando para ela e para meu pai.

  - Temos que ir - novamente o garoto diz.

O garoto me guiou novamente até minha cela, logo me trancando de novo.

  - Christopher - digo antes dele sair, vendo ele me olhar de novo - Obrigado.

  - Me chame de Chan - sorriu antes de sair dali, me deixando sozinha.

***

  - Conheça sua tripulação - Chan diz assim que entramos na embarcação - Na ordem, Minho, Changbin, Hyunjin, Jisung, Seungmin, Jeongin, e acho que se lembra do Felix - enquanto dizia, apontava para cada um - Estaremos a suas ordens, senhorita… - ele faz uma pausa, para que eu continue.

  - Meng - vejo ele assentir - Não era você no comando? - digo lembrando das "ordens" do rei.

  - Para meu pai sim - olha para mim - Mas você quem vive no mar, conhece muito melhor do que eu - vejo que os meninos concordaram - Então, para onde vamos Capitã?

  - Para o Templo de Apolo, no Mar da Arábia - vou até a beirada, logo sentindo o cheiro bom do mar - Vamos atrás da minha tia.

  - Vamos partir - Chan diz, logo todos foram para seus postos, partindo com o navio.

Eu apenas olhava para a ilha se afastando e imaginando que agora estaria sozinha. Sem meus pais ou meus tios, apenas eu, tendo que colocar em prática tudo que meu pai me ensinou sobre navegação, e todas as aulas que minha mãe me deu.

Vi Chan se aproximar, ficando ao meu lado.

  - Foi gentil de sua parte me levar até meus pais - digo sem olhar para ele - Seu plano era se fazer de bom moço para arrancar alguma informação da árvore de nós?

  - Acredite ou não, eu não sou igual meu pai - olho para ele - Não concordo com muitas decisões, assim como odeio várias atitudes dele - ele olhava para o mar, mas logo olhou para mim - Quando eu comandar, nossa ilha será um lugar tão melhor, todos poderão viver sem medo do rei.

  - Se cumprir isso, adoraria voltar - vi ele sorrir - Sua terra é bonita, mas infelizmente não tivemos uma boa experiência.

  - Posso fazer uma pergunta? - pergunta receoso, apenas assenti - Seus poderes, você nasceu com eles?

  - É meio que uma herança de família - digo o deixando confuso - Vamos a apresentação formal - me viro totalmente para ele - Você, senhor Christopher, está diante de uma mulher metade humana metade deusa - vejo ele ficar surpreso - Assim como também tenho uma parte sereia e uma parte nereide - não pude evitar de rir ao ver sua cara.

  - Wow.

  - Meus poderes vieram de Poseidon, pai da minha mãe, que também tem as mesmas habilidades.

  - Calma, você disse sereia? - assenti sorrindo - Então você pode se transformar?

  - É um pouco mais complicado - volto a olhar para o mar - Chega de falar de mim - faço um gesto para que uma bolha de água flutue até mim, começando a brincar com ela, fazendo várias formas diferentes - São sete dias de viagem até chegarmos a Ilha de Delfos - olho para ele - Então é bom ninguém que recrutou ter enjoos, porque vamos passar um bom tempo sem ver terra firme - faço com que a bolha de água vá em sua direção, molhando todo seu rosto e um pouco da sua roupa, vi ele me olhar confuso e irritado - Isso é pelo o que seu pai fez com minha tripulação - sorri me virando para sair dali.

Long Journey - Bang Chan (Stray Kids)Onde histórias criam vida. Descubra agora