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  - Onde estou? - a mulher pergunta assim que entro no quarto - Quem é você?

Novamente, o cérebro demorou para processar o idioma.

  - Este é o meu quarto - digo devagar - Pedi para que a trouxessem aqui para que possa descansar.

  - Quem é você? - repete a pergunta.

  - Pode me chamar de Meng - me aproximo devagar sentando na beira da cama e vejo ela se encolher - Não se preocupe, não irei te machucar - sorri tentando passar um certo conforto.

  - Você quem acabou com aquela maldição? - assenti - Obrigado.

  - Desculpe, pode falar um pouco devagar? - ela fica confusa - Eu entendo o grego antigo, mas não estou muito acostumada.

  - Ah, desculpe - ela sorriu - E desculpe te machucar, eu não podia me controlar.

  - Está tudo bem - mostro os ferimentos, agora curados para ela - A água me curou - vejo ela ficar surpresa.

  - Então você é mesmo a neta de Poseidon? - vi ela se levantar rápido - Meu Deus, me perdoe Majestade - ela iria fazer uma leve reverência, porém a impedi.

  - Por favor, não me chame assim - novamente sorri - Sou apenas uma garota normal - paro para pensar - "Normal" - repito e começamos a rir - Descanse um pouco, mais tarde irei te apresentar aos meninos.

  - Mais uma vez, obrigado, Majes… - ela para no meio da frase - Meng - sorri.

  - Durma bem - ela volta a deitar na cama e eu saio do quarto, a deixando descansar.

Ao virar o corredor acabo dando de cara com Chan.

  - Não era para estar descansando? - pergunta se aproximando.

Essa mudança rápida de idioma não deu muito certo. Meu cérebro deu um certo pane.

  - Quando cheguei no quarto Cila estava acordada - começo devagar - Nós conversamos um pouco e deixei ela dormir no meu quarto, até resolvermos o que vamos fazer com ela.

  - Fique no meu quarto - diz me deixando surpresa - A menos que queira ficar com sete garotos, que mais parecem uma orquestra de roncos, aconselho a ficar no meu quarto.

  - Por que nós dois temos um quarto para cada e eles ficaram juntos? - pergunto e acabo rindo ao imaginar como os sete garotos devem dormir juntos.

  - Você tem o seu por ser a única garota - começa - Eu fiquei com o último porque ganhei no pedra, papel e tesoura - começo a rir - Vá deitar, já fez muito hoje - senti ele puxar minha cintura, aproximando meu corpo de si - Nunca mais faça isso, está me ouvindo? - diz sério - Ver aquela coisa te machucando na minha frente e não poder fazer nada - senti sua mão subir para meu rosto - Isso foi horrível.

  - Os alvos de Cila sempre foram homens - digo sem conseguir desviar nossos olhares, coloco minhas mãos ao redor de seu pescoço - Tinha que proteger vocês.

Antes que pudesse dizer mais alguma coisa, Chan selou nossos lábios. Um beijo um pouco apressado, como se precisássemos um do outro.
Por conta da diferença de altura, ficava quase na ponta dos pés.
Ao nos afastarmos, ele começou a me dar alguns selares rápidos.

  - Eu já conheci muitas mulheres, de vários reinos diferentes - começa me deixando confusa - Nenhuma chega aos seus pés - sinto meu rosto esquentar - Arriscou a vida para proteger as pessoas que conheceu em menos de um mês - vi um pequeno sorriso em seu rosto - Você é uma mulher incrível, senhorita Kim - novamente me beija antes que possa dizer algo.

Os lábios de Chan eram tão viciantes. Poderia ficar ali por quanto tempo fosse necessário e não me cansaria.
Era a primeira vez que me sentia assim com alguém. Um sentimento desconhecido, mas que era tão bom.

  - Melhor ir deitar - digo quando nos separamos - Obrigado por emprestar o quarto.

  - É o mínimo depois do que você fez - sua mão fazia carinho em meu rosto.

Dou um último selar nele, antes de sair para seu quarto.

***

  - Está tudo bem - digo para Cila, quando chegamos no convés onde os meninos estavam reunidos para jantar - São amigos, não irão te machucar - seguro a mão dela.

Ela foi amaldiçoada por conta de um homem, dá para entender o receio dela.

  - Eles podem me entender? - pergunta e eu nego.

  - Não é o idioma deles - olho para os meninos, que nos encaravam confusos, o que me fez rir - Posso te ensinar nosso idioma se quiser - ela concorda - Meninos - dessa vez volto para o idioma deles - Essa é a Cila. Ficará conosco por um tempo - eles concordam - Ela não sabe nosso idioma, irei ensiná-la, então por enquanto, não perturbem ela - novamente eles concordam - Cila, esses são Changbin, Felix, Seungmin, Jisung, Minho, Jeongin, Hyunjin e Christopher, que nós chamamos de Chan.

Percebi que Jeongin não parava de olhar para a mulher ao meu lado, porém quando ela olhava para ele, o mesmo desviava o rosto.

  - Irei me esforçar - Cila diz.

Nos sentamos com os oito para jantarmos juntos. Eles estavam curiosos, então perguntaram algumas coisas para a mulher e eu estava ali como tradutora.

  - Meng - olho para Cila - Onde está o outro tripulante? - fico confusa - Quando eu estava naquela forma eu podia sentir quantas pessoas haviam a bordo, e haviam dez aqui, não nove.

Paro para pensar. Já era a terceira vez que ouvia Minho reclamando que a comida estava acabando muito rápido. Durante a noite podia ouvir passos leves pelos corredores, porém sempre achei que eram os meninos.

  - Fique aqui um pouco - digo para ela, que apenas assentiu - Chan, vem comigo - o chamo e me levanto me afastando dos meninos junto de Chan.

  - O que houve? - pergunta preocupado.

  - Acho que seu pai mandou alguém para nos vigiar - digo e vejo ele ficar surpreso.

  - Por mais louco que meu pai seja, ele confia em mim, não precisaria enviar alguém para me vigiar - ele parece irritado.

  - Olha, não quero arrumar discussão com você - seguro sua mão - Cila disse que viu dez pessoas a bordo do navio, não apenas nove.

  - E você confia nela? Acabou de conhecê-la - afastou sua mão - Ela quase te matou.

  - Sim eu confio nela - digo - Ela foi amaldiçoada, não estava no controle de seu corpo - ele continuava sério.

 - Meu pai não enviaria ninguém sabendo que estou na missão - após dizer se afastou sem me deixar dizer nada.

  - Hyung - Hyunjin chamou Chan quando ele passou direto por eles - Não vai terminar de comer?

  - Perdi a fome - ele olhou para mim rápido e saiu dali, indo para dentro.

  - Filho da mãe teimoso - digo irritada.

Long Journey - Bang Chan (Stray Kids)Onde histórias criam vida. Descubra agora