02 - Nada contra Canadenses, tudo contra Canadá

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🥥 Kauany Moore🥥

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🥥 Kauany Moore🥥


Não era minha intenção agredir um White hoje. Quer dizer, eu fantasio com isso mais vezes do que se pode considerar normal? Sim. Mas realmente não era minha intenção.

Mas ele ofendeu minha família. E se tem uma coisa que eu amo mais do que a cor amarela e a Taylor Swift é minha família. E ter aquele coco na mão não ajudou em nada.

- Kauany Mary Moore. – meu nome ecoa pelo enorme hall de entrada. Nunca é um bom sinal ter o nome inteiro dito. Ainda mais se for pela sua mãe.

- Mamãe. Cortou o cabelo? – viro na direção dela, parada perto da saída que leva a sala de jantar. Ela cruza os braços e me encara um pouco brava.

- Sabe o que uma cocada na cabeça naquela velocidade pode causar? – tenho a cara de pau de franzir a testa

- Do que está falando? – talvez eu esteja abusando da minha posição de caçula inocente.

- Não se faça de doida. Apesar de você ser. – exclamo indignada e ela vem em minha direção, põe a mão no meu ombro – Mais uma dessa e eu te mando para o Canadá para morar com sua avó.

Ok, essa é uma ameaça bem pior do que bloquear meus cartões de crédito. E vindo da minha mãe, eu acredito. Minha família materna inteira mora no Canadá e eu amo eles. Mas odeio o frio. A única vez que pisei lá foi nas férias de verão quando eu tinha nove anos e chorei por uma semana até meu pai me trazer de volta com ele. Depois disso o único lugar que fui nas férias foi a Itália onde minha melhor amiga Sienna morava. Hoje em dia ela mora aqui no Havaí também com os pais e a irmã mais nova.

- Prometo que não faço mais isso. – ela parece satisfeita com a o que a ameaça causa.

- Ótimo. Quando vir o senhor White de novo, peça desculpas e o chame para um jantar ou algo assim.

- OQUE!?

- E isso não foi uma sugestão. – ela me beija no topo da cabeça e sai. Fico parada perplexa. Desculpas tudo bem, agora um jantar? Mas eu preferiria jantar todos os dias com Aka White a morar no Canada.

Subo as escadas para meu quarto. Nada que um banho de banheira enquanto assisto a uma série que nunca vou terminar não resolva. Meu quarto é o primeiro do corredor e parece um universo diferente comparado a decoração minimamente planejada do resto da casa.

Ele é uma mistura de paredes amarelas e posters da Taylor Swift. Algumas fotos polaroid também estão na parede e na minha escrivaninha, esboços de desenhos. A penteadeira continua a zona de maquiagem além das roupas no chão. Uma bagunça como sempre.

Ignoro tudo isso e entro na banheira. Que dia.


Acordo atrasada

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Acordo atrasada. Que maravilha.

Levanto correndo arrancando o pijama e escovando os dentes ao mesmo tempo. Visto meu biquíni verde musgo simples e uma camisa listrada junto de um short jeans simples. A minha parte favorita de trabalhar na praia é poder usar biquíni o dia inteiro. Saio para o corredor e esbarro em alguém.

- Bom dia minha adorável e amada irmã – Kaleo cumprimenta me segurando para não cair.

- O que fizeram com você? – questiono vendo ele praticamente saltitar pelo corredor enquanto eu quero sair correndo de volta para cama.

- Só tive uma excelente noite.

- Ah! – exclamo entendendo. – Você estava com o Carlos.

- Talvez.

Ele pisca descendo as escadas enquanto eu sigo atrás. Carlos é o namorado dele e meu colega de trabalho. Carlos é brasileiro assim como seu primo Pedro que também trabalha comigo no quiosque. Eu e Pedro temos um lance casual de vez em quando. É bom estar com alguém sem toda a burocracia que vem junto.

Eu tenho três irmãos. Kalane, o mais velho, tem 27 anos e trabalha na sociedade de advogados liderados pelo melhor amigo do meu pai, Giovanni (que é pai da minha melhor amiga Sienna). Depois de Kalane, vem Kaleo com 25 anos. Ele trabalha na parte de contabilidade na empresa da família. E por último, Kai de 23 anos. Ele trabalha em uma loja no shopping.

Meus pais sempre foram muito liberais com a gente. Quer dizer, tínhamos (temos ainda na verdade) limites, mas eles sempre respeitaram nossas escolhas.

Agora eles estão na mesa tomando café junto dos meus outros dois irmãos.

- Bom dia minha linda e adorável família – Kaleo cumprimenta fazendo uma reverência e suspirando. SUSPIRANDO!

Meus pais trocam um olhar e Kai balança a faca no ar.

- Preciso ir para cama com Carlos urgentemente. – diz.

- Faça isso e seremos só três herdeiros Moore. – Kaleo fala tranquilamente.

- Kai, faça isso, por favor – peço juntando as palmas e fazendo beicinho. Kai só mostra a língua para mim – Cobra!

- Crianças, nada de conversar sobre assassinato na mesa. – Mamãe repreende.

- Alguns dos patetas pode me dar carona? – pergunto. Minha mãe me lança um olhar de repreensão e a ameaça de ir para o Canadá apita na minha cabeça – por favor.

- Vamos, eu te levo. – Kalane chama.

Eu tenho um carro. Um Porsche prata que é mais de Kai do que meu. Eu prefiro andar de bicicleta. O ar no rosto, a liberdade. Mas hoje preciso de carona porque estou atrasada.

- Como vai a Mali? – pergunto enquanto saímos do condomínio. Aceno para uma vizinha quando passamos pelo bloco D. Nossa família mora no bloco F e não temos vizinhos lá pois meu pai comprou todos os terrenos. A única casa além da nossa agora é a de Kalane sendo construída na frente da nossa. – Vi a foto que ela postou. Agora Egito entrou na minha lista de países para visitar.

- Ela está ótima! – ele estufa o peito cheio de orgulho. É assim toda vez que ele fala da noiva – ela volta depois de amanhã e mal posso esperar para vê-la.

Dou um sorriso. Mali e Kalane se conheceram em um evento de moda que eu o levei arrastado. Não queria ir sozinha e não tinha ninguém. Gosto de pensar que fui o grande cupido deles. Ela é modelo e atualmente está no Egito a trabalho.

Kalane me deixa na praia e vai embora. Tiro o chinelo e afundo o pé na areia. Sou uma garota da praia. Feita de sol e sal. É o que tenho tatuado na lateral do braço direito, um pouco abaixo do ombro. Com uma onda em cima que puxa na ponta com tracinhos para representar o sol. Foi a minha primeira tatuagem. Agora já tenho quatro. Alguém esbarra em mim me tirando minha alegria.

- Olha por onde anda, cacete. – resmungo. Quando vejo quem é, me repreendo por não ter xingado mais.

- Você que parou no meio do caminho e a culpa é minha? – Aka White cruza os braços e resmunga algo que não entendo

- Fala na minha cara se você for homem, fala. – desafio. Ele me olha com desdém

- Se fosse para você ouvir, eu tinha dito alto.

Quero dar uma rasteira nele e enterra – lo na areia para sempre. Mas não posso é claro, então só respiro fundo e me concentro na minha missão.

- Quero deixar claro que fui obrigada, ou melhor, ameaçada a dizer isso – ele me olha com certo interesse enquanto faço minha pausa dramática – Sinto muito pela cocada de ontem.

- Você está se desculpando? Uau. Aposto que daqui a pouco começa chover mulheres.

- Seria maravilhoso. – digo. Ele revira os olhos – E também, vamos jantar.

- O que te faz pensar que quero jantar com você? – ele arqueia duas sobrancelhas

- Isso é um não? Graças a Deus. – suspiro aliviada – Será que você pode gravar um áudio recusando? É para minha mãe.

- Parece que dizer não vai te deixar feliz, então direi sim.

- Oque!? – olho para ele indignada. Meu sangue ferve ainda mais quando o sorrisinho debochado e convencido brota no rosto dele. Maldito White. – Sexta que vem.

- Hum.... não sei se estarei disponível. – ele está brincando comigo.

- Quando outro objeto te acertar na cabeça a culpa vai ser inteiramente sua.

- Calma ai, sereia – ele sorri – Sexta que vem.

- Ótimo. E não posso garantir que a comida não esteja envenenada. – falo e dou de ombros começando a ir para o quiosque

- Que bom que ando sempre com carvão vegetal no bolso.

Dou um sorriso enquanto me afasto. Isso vai ser divertido.

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Polos Opostos [Concluído]Onde histórias criam vida. Descubra agora