"O amor e ódio são partes diferentes da mesma moeda. E existe uma linha tênue que divide sentimentos tão intensos. É por isso que alguém pode amar e odiar de uma hora para outra."
Kauany Moore e Aka White são de famílias rivais e portanto o convívio...
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🥥 Kauany Moore 🥥
Puta que pariu eu quase beijei Aka White. Sabe o que é pior? Eu queria, pra caralho. Tanto que quase soquei Kai dentro do carro. O coitado não entendeu nada.
Estou olhando para o teto há 45 minutos e não sei o que fazer. Hoje começa a primeira etapa da prova e não tem como fugir dele. Não igual fiz ontem depois do almoço.
Passo a mão pelo rosto. Porra, eu to fudida.
Me conhecendo como conheço, só a uma forma de tirar isso da cabeça. E eu realmente quero faze-la.
Espera, não, eu não quero faze - la.
Ok, eu quero, mas vamos fingir que não.
Abafo um grito com a minha almofada com a cara do Lewis Hamilton. Querer beijar Aka White é um problema que eu não queria ter. Era muito mais fácil quando meu único pensamento sobre ele era como enterrar seu corpo.
Finalmente levanto e vou para o banheiro. Pego o rimel e olho para o espelho. Ainda lembro das mãos de Aka, do cheiro, do...
- Terra para Kauany, oi - pisco quando a mão de Kai passa na frente do meu rosto. - Tô te chamando a anos.
- Desculpe - peço - o que foi?
- Você tá bem? - pergunta franzindo a testa. Assinto.
- Só.... pensando - em Aka White
- Vai dar tudo certo, Any - ele diz - E se precisar conversar ou de conselhos... fala com Kaleo. Ele é o melhor nisso.
- É, ele é - concordo sorrindo. Kai sorri também. Dou um abraço no meu irmão.
- Sabe, você podia demonstrar seu amor assim mais vezes em vez de tentar me matar.
- Eu nunca tentei te matar - digo me afastando. Kai bate o dedo indicador no queixo.
- Eu me lembro muito bem de uma Kauany com doze anos correndo atrás de mim com uma faca. - abafo um riso.
- Você tinha roubado minha barbie confeiteira!
- E você se vingou arremessando meu Hot Wheels no mar.
- O pior é que eu gostava daquele carrinho - digo. Kai revira os olhos.
- Me dá carona?
- Dou.
- Mas troca de roupa antes. Esse pijama não é nada bonito.
Meu pijama no caso é uma blusona e um short de academia. Kai vai embora e eu me dirijo ao meu closet. Meus biquines ficam em cabides de roupas de banho, vários deles. Escolho um conjunto azul royal de top faixa com alças retas e a parte de baixo simples. Pego também a sainha que veio junto. Ela é da mesma cor e dois palmos acima do joelho. Nas laterais, correntinhas douradas. Coloco uma camiseta qualquer para sair e estou pronta.
Tomo café rápido me despeço dos meus pais e saio. Deixo Kai no shopping e me dirijo a praia.
- Só pode ser brincadeira - resmungo vendo a única vaga disponível: a do lado do jipe vermelho de Aka White.
Suspiro, tiro a camiseta que havia posto por cima do biquíni e saio do meu porshe. Juro que se eu pudesse bateria nesse tal de destino. Caminho pela areia vendo os competidores se ajeitarem. Pego uma água de coco e me dirijo a tenda de organização para ver como está tudo.
Aka está mais lindo que o normal. É incrível como um simples momento muda tudo. E aposto que esse refluxo na minha barriga nada tem a ver com indigestão e sim com a garota que sorri e mexe no cabelo perto de Aka.
- Senhorita Moore - Yzou, o dj, cumprimenta sorrindo. Ah não, o que eu menos precisava agora era desse fã.
- Aloha, Yzou.
O campeonato não é só para revelar talentos no surfe. Geralmente, se contrata jovens em outras áreas também. Yzou é um deles.
- Então, estava pensando que, sei lá, a gente podia sair depois daqui. - ele coça a nuca. Fico quase tentada a aceitar, mas no momento sair com alguém seria errado. A única pessoa que eu queria sair é, tecnicamente, proibido.
- Desculpa Yzou, eu... não posso. Não agora.
- Entendo. O campeonato né? Tudo isso para organizar. - assinto mesmo sendo uma mentira das grandes. - Bom, se mudar de ideia....
- Eu tenho seu número - ele sorri se afastando.
- Marcando encontros, sereia? - Aka sussura no meu ouvido. Mas que caralho de homem.
- E se eu tiver? - me viro e cruzo os braços. Ela me olha de cima a baixo e morde o lábio. Filho de uma puta ele tá brincando comigo? Então que assim seja.
- Talvez eu esteja com um pouquinho de inveja dele.
- Isso não é problema meu - dou um sorriso de lado. Aka suspira.
- Tem razão. Mas é um que você pode resolver
- É? - dou um passo a frente. Estamos a alguns centímetros de distância. Suficiente para ser normal mas não para a gente. - Como?
- Saindo comigo. - dou uma gargalhada. - A gente já saiu antes.
- Um caso completamente diferente em que eu fui, literalmente, obrigada.
- Agora a gente pode sair de verdade. Você quer senhorita Moore. - ele pisca. Sim, é claro que quero.
- Kauany! - alguém chama.
- Tenho mais o que fazer.
Mas quando me viro meu coração está acelerado e um "sim" querendo escapar da minha boca.
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No final do dia temos os dezesseis competidores que passaram para as oitavas de final. Oito do lado feminino oito do masculino. Um sorteio será realizado para decidir quem enfrenta quem. Terminamos de organizar tudo e finalmente hora de ir embora.
- E ai, pensou na proposta? - Aka pergunta enquanto sigo para meu carro. Infelizmente lembro que estacionei ao lado do dele. Parece que depois de ontem ele ficou mais corajoso.
- Sim. E a resposta é não. - digo. Ele assente. Uma parte de mim quer que ele insista.
- Não vou mais te encher, só achei que... - paramos ao lado dos nossos carros. Dou risada. Aka arqueia a sombrancelha.
- Olha, cara, ontem foi um acidente. Não temos futuro. É muita bagagem familiar e tudo mais que envolve qualquer um de nós. - ele parece levar para o coração. Mas acho que é melhor lidar com Aka com raiva do que com tesão. É mais fácil não fazer merda.
- Como queira, senhorita Moore.
Ele entra no carro, bate a porta e vai embora. Ele não me chamou de Sereia. Isso doeu mais do que eu poderia imaginar.