08 - Faço uma amiga no shopping

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🥥 Kauany Moore 🥥

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🥥 Kauany Moore 🥥



Ter que dividir meu campeonato com Aka é o pior castigo de todos. Tá, o segundo. O primeiro é ser mandada para o Canadá.

- Bom dia Any tudo bom? – Pedro pergunta limpando o balcão

- Nada bem. Hoje terei que lidar com Aka White metade do dia. Nada bem. – Pedro ri – mereço uma massagem depois em bonitão.

Me debruço sobre o balcão e sorrio. Pedro se aproxima com aquele sorriso cafajeste dele.

- Hoje não dá. Tenho um encontro.

- Encontro? Uau. – ele ri.

- Não fica chateada.

- Relaxa Pe. Eu nunca ficaria chateada com você por isso.

Ele sorri e volta ao trabalho. Dou a volta no balcão e pego minha prancheta. Acho legal ter tudo no papel. Confiro todos os itens:

[ ] Conferir se tudo está certo
[ ] Colocar fichas nos quiosque
[ ] Falar com os jurados
[ ] Reler as regras
[ ] Não matar Aka White

Caminho até o quiosque White onde Aka está bocejando e se espreguiçando. Tento inutilmente desviar o olhar do abdômen dele. As gotas de suor já começaram a se acumular e puta que pariu. Ele me pega no flagra. Puta que pariu de novo.

- Bom dia senhorita Moore – ele se apoia no balcão e sorri – Apreciando a vista?

- Vem, temos mais o que fazer.

- Deixa eu ver essa lista – ele toma a prancheta da minha mão

- Ei! – tomo de volta e bato nele com ela.

- Ai, sereia, vou contar ao seu pai. – reviro os olhos

- Existem duas categorias no campeonato...

- Sim sim – ele interrompe – a feminina e a masculina. Eu sei, sereia, eu ia competir.

- Sério? – pergunto me virando para ele

- É. Meu pai descobriu e aposto que me colocou para trabalhar de propósito porque como bem sabemos organizadores não podem competir.

Nos encaramos por segundos. Que tipo de pai faz isso? Bom, eu sei o tipo. Tenho sempre que agradecer pelos maravilhosos pais que eu tenho. Eles sempre me apoiaram em tudo e ficaram do meu lado.

- Sinto muito – peço. Ele pisca.

- Vamos logo com isso.

No final do dia, consegui cumprir todo o meus checklist. Concluo a última tarefa com um sorriso satisfeito no rosto.

- É sério que você tem uma tarefa para não me matar? – Aka pergunta se esticando por cima do meu ombro. Estamos sentados em uma canga na areia e bebendo água de coco.

- Intrometido! Pare de olhar aqui.

- Hey, aloha – Sienna fala sorridente se aproximando - Sabe senhor White, se eu fosse o senhor manteria esse coco fora do alcance dela.

- A senhorita tem total razão.

- Vamos logo, antes que eu tenha que alterar a minha tarefa. – digo levantando

- Até amanhã senhorita Moore. – Aka grita. Reviro os olhos. Sienna ri.

- Você precisa admitir que ele é um gato. – ela comenta quando saímos da praia no meu porshe. Como eu sabia que iriamos no shopping vim de carro.

- Ele é sim. E muito na verdade. – Sienna ri – Se contar isso a alguém vamos terminar.

- Any, meu amor, faz mais de dez anos que guardo todos os seu segredos.

Meu aniversário é daqui um mês. Esse ano faço vinte e dois e ao invés de lotar um salão de festa com gente chique bebendo champanhe e falando mal uns dos outros, decidi ir para uma boate com meus amigos de verdade (isso significa meus irmãos, Sienna, Carlos, Pedro e Mali).

Meu vestido é uma explosão de gliter em alcinha e com um cinto da gucci. Por cima um cardigã (oi, Taylor) de lã, e eu sei que parece brega mas fica uma gracinha. Sienna ainda não encontrou o dela por isso vamos agora procurar.

Entramos em algumas lojas e estamos a caminho de outra quando ouço uma confusão. Caminhamos até a loja onde um homem esnobe grita com uma garota que está cabisbaixa.

- Eu não peguei nada – ela diz e pelo tom de voz parece já ter falado isso várias vezes. Eu a conheço só não sei de onde.

- Você pegou sim.

Eu estremeço. Odeio essa loja. Eles são extremamente racistas. Qualquer pessoa com a pele mais escura como a garota é tratado como criminoso. Não comigo aqui.

- Ela disse que não pegou nada. – digo parando ao lado do homem e cruzando os braços. Ele gira para me encarar com desdém mas quando ver quem sou, seu rosto perde a cor. Eles já fizeram isso comigo, foi aterrorizante. Por “sorte” eu tinha ótimos advogados que o colocaram no lugar – Então você vai deixar ela ir ou eu posso chamar meu advogado.

- Tenho certeza que foi só um mal entendido – ele diz e pigarreia.

- Vem – puxo a garota pelo braço para longe da loja. Ela treme e está ofegante.

- Vou pegar uma água – Sienna fala enquanto nos sentamos.

- Qual seu nome? – questiono

- Sofie. Sofie González.

- Eu sou Kauany

- Aqui. – Sienna entrega a ela a garrafa d’água

- Obrigada.

- Essa é Sienna. E essa é a Sofie.

- Aquela loja é racista pra caralho. Qualquer pessoa que não é branca que nem papel eles consideram marginal. Uns nojentos.

- Voltei para o Havaí recentemente eu.. eu não sabia. – ela está tremendo. Sofie tem as maçãs do rosto redondinhas e está levemente avermelhada. O cabelo caindo em cascata onduladas castanho chocolate. A pele dela é parda. – Obrigada pela ajuda, sério.

- Any já bateu em mais racistas do que posso contar nas mãos. – Sienna comenta

- E isso me gerou alguns castigos mas valeu a pena.

- Estávamos indo comprar vestidos, você não quer vim? – Sienna pergunta e eu concordo.

- Ah não. Não quero atrapalhar vocês.

- Que isso – digo – Não atrapalha nada não. Vamos, você vai adorar.



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Polos Opostos [Concluído]Onde histórias criam vida. Descubra agora