"O amor e ódio são partes diferentes da mesma moeda. E existe uma linha tênue que divide sentimentos tão intensos. É por isso que alguém pode amar e odiar de uma hora para outra."
Kauany Moore e Aka White são de famílias rivais e portanto o convívio...
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🥥 Kauany Moore 🥥
Ter que dividir meu campeonato com Aka é o pior castigo de todos. Tá, o segundo. O primeiro é ser mandada para o Canadá.
- Bom dia Any tudo bom? – Pedro pergunta limpando o balcão
- Nada bem. Hoje terei que lidar com Aka White metade do dia. Nada bem. – Pedro ri – mereço uma massagem depois em bonitão.
Me debruço sobre o balcão e sorrio. Pedro se aproxima com aquele sorriso cafajeste dele.
- Hoje não dá. Tenho um encontro.
- Encontro? Uau. – ele ri.
- Não fica chateada.
- Relaxa Pe. Eu nunca ficaria chateada com você por isso.
Ele sorri e volta ao trabalho. Dou a volta no balcão e pego minha prancheta. Acho legal ter tudo no papel. Confiro todos os itens:
[ ] Conferir se tudo está certo
[ ] Colocar fichas nos quiosque
[ ] Falar com os jurados
[ ] Reler as regras
[ ] Não matar Aka White
Caminho até o quiosque White onde Aka está bocejando e se espreguiçando. Tento inutilmente desviar o olhar do abdômen dele. As gotas de suor já começaram a se acumular e puta que pariu. Ele me pega no flagra. Puta que pariu de novo.
- Bom dia senhorita Moore – ele se apoia no balcão e sorri – Apreciando a vista?
- Vem, temos mais o que fazer.
- Deixa eu ver essa lista – ele toma a prancheta da minha mão
- Ei! – tomo de volta e bato nele com ela.
- Ai, sereia, vou contar ao seu pai. – reviro os olhos
- Existem duas categorias no campeonato...
- Sim sim – ele interrompe – a feminina e a masculina. Eu sei, sereia, eu ia competir.
- Sério? – pergunto me virando para ele
- É. Meu pai descobriu e aposto que me colocou para trabalhar de propósito porque como bem sabemos organizadores não podem competir.
Nos encaramos por segundos. Que tipo de pai faz isso? Bom, eu sei o tipo. Tenho sempre que agradecer pelos maravilhosos pais que eu tenho. Eles sempre me apoiaram em tudo e ficaram do meu lado.
- Sinto muito – peço. Ele pisca.
- Vamos logo com isso.
No final do dia, consegui cumprir todo o meus checklist. Concluo a última tarefa com um sorriso satisfeito no rosto.
- É sério que você tem uma tarefa para não me matar? – Aka pergunta se esticando por cima do meu ombro. Estamos sentados em uma canga na areia e bebendo água de coco.
- Intrometido! Pare de olhar aqui.
- Hey, aloha – Sienna fala sorridente se aproximando - Sabe senhor White, se eu fosse o senhor manteria esse coco fora do alcance dela.
- A senhorita tem total razão.
- Vamos logo, antes que eu tenha que alterar a minha tarefa. – digo levantando
- Até amanhã senhorita Moore. – Aka grita. Reviro os olhos. Sienna ri.
- Você precisa admitir que ele é um gato. – ela comenta quando saímos da praia no meu porshe. Como eu sabia que iriamos no shopping vim de carro.
- Ele é sim. E muito na verdade. – Sienna ri – Se contar isso a alguém vamos terminar.
- Any, meu amor, faz mais de dez anos que guardo todos os seu segredos.
Meu aniversário é daqui um mês. Esse ano faço vinte e dois e ao invés de lotar um salão de festa com gente chique bebendo champanhe e falando mal uns dos outros, decidi ir para uma boate com meus amigos de verdade (isso significa meus irmãos, Sienna, Carlos, Pedro e Mali).
Meu vestido é uma explosão de gliter em alcinha e com um cinto da gucci. Por cima um cardigã (oi, Taylor) de lã, e eu sei que parece brega mas fica uma gracinha. Sienna ainda não encontrou o dela por isso vamos agora procurar.
Entramos em algumas lojas e estamos a caminho de outra quando ouço uma confusão. Caminhamos até a loja onde um homem esnobe grita com uma garota que está cabisbaixa.
- Eu não peguei nada – ela diz e pelo tom de voz parece já ter falado isso várias vezes. Eu a conheço só não sei de onde.
- Você pegou sim.
Eu estremeço. Odeio essa loja. Eles são extremamente racistas. Qualquer pessoa com a pele mais escura como a garota é tratado como criminoso. Não comigo aqui.
- Ela disse que não pegou nada. – digo parando ao lado do homem e cruzando os braços. Ele gira para me encarar com desdém mas quando ver quem sou, seu rosto perde a cor. Eles já fizeram isso comigo, foi aterrorizante. Por “sorte” eu tinha ótimos advogados que o colocaram no lugar – Então você vai deixar ela ir ou eu posso chamar meu advogado.
- Tenho certeza que foi só um mal entendido – ele diz e pigarreia.
- Vem – puxo a garota pelo braço para longe da loja. Ela treme e está ofegante.
- Vou pegar uma água – Sienna fala enquanto nos sentamos.
- Qual seu nome? – questiono
- Sofie. Sofie González.
- Eu sou Kauany
- Aqui. – Sienna entrega a ela a garrafa d’água
- Obrigada.
- Essa é Sienna. E essa é a Sofie.
- Aquela loja é racista pra caralho. Qualquer pessoa que não é branca que nem papel eles consideram marginal. Uns nojentos.
- Voltei para o Havaí recentemente eu.. eu não sabia. – ela está tremendo. Sofie tem as maçãs do rosto redondinhas e está levemente avermelhada. O cabelo caindo em cascata onduladas castanho chocolate. A pele dela é parda. – Obrigada pela ajuda, sério.
- Any já bateu em mais racistas do que posso contar nas mãos. – Sienna comenta
- E isso me gerou alguns castigos mas valeu a pena.
- Estávamos indo comprar vestidos, você não quer vim? – Sienna pergunta e eu concordo.
- Ah não. Não quero atrapalhar vocês.
- Que isso – digo – Não atrapalha nada não. Vamos, você vai adorar.