07 - Paintball e famílias rivais: uma combinação nada saudável

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🥥 Aka White 🥥

Eu não devia ter acertado Kauany no cabelo. Quer dizer, estávamos no meio da seção mas já estavamos "eliminados". Mas eu tive que acerta-la e em minha defesa, a pessoa que nos colocou na mesma seção pediu por isso. Quem em são consciência coloca Moore e White juntos com uma arma de tinta na mão? Pois é.

O problema foi o pobre do instrutor que levou um tiro de tinta. Por isso agora eu e meu pai estamos no enorme prédio Moore para uma reunião. A família Moore assim como a minha não possui só a rede de quiosque no Havaí mas todas as operações funcionam aqui.

O prédio tem o chão em mármore claro. Ele tem muitas paredes de vidro o que faz o hall ser muito claro. Paramos no balcão de recepção. Uma mulher de cabelo preto, franjinha e unhas decoradas está ao telefone.

- Com licença- meu pai chama

- Só um minuto - ela pede - O que? Não, não o senhor. Está bem. Até mais. - desliga o telefone e se vira - Como posso ajuda-lo?

- Vinhemos para uma reunião com o senhor Moore as 10.

- Qual... não desculpe, eu sei o seu nome - ela ri enquanto digita. Logo depois pega dois cartões - Esse são os seus cartões de acesso. Precisam usar eles para abrir as portas.

- Obrigado - digo enquanto meu pai sai sem nem agradecer.

- Boa reunião. - ela sorri e volta aos seus afazeres.

- Bom dia Vivi - alguém grita

- Bom dia senhor e senhorita Moore.

- Oi Vivi - Kauany cumprimenta enquanto ela e o irmão vem para o elevador. Meu pai torce o nariz quando eles entram. Ele é um cara de poucas palavaras e muitas caretas.

- Bom dia - os dois murmuram juntos. Kaunay parace infeliz, já Kaleo está radiante.

- Só você para ficar radiante em uma segunda feira - ela resmunga.

- Não seja amargurada irmãzinha.

Ela revira os olhos e me encara. Desvio o olhar. Kauany tem essa intensidade difícil de encarar. Como se todos os dias da vida dela fossem o último. Eu acho isso incrível.

- Bom senhores e senhorita, eu fico por aqui. Até - a porta se abre e Kaleo vira para a irmã - se comporta, eu também odeio o Canadá.

- Você sabe muito bem que eu e bom comportamento na mesma frase é uma piada. - ele ri e sai do elevador que fecha as portas e segue até o último andar.

Acompanhamos Kauany até a última sala onde o senhor Moore se encontra mechendo em um macbook. Ele levanta os olhos quando Kauany bate na porta.

- Toc toc.

- Quem é? - ele pergunta enquanto nos sentamos

- Sua filha favorita! - senhor Moore sorri mas logo em seguida fecha a cara

- Estou bravo com você.

- Papai, já passamos por isso antes. Em números preocupantes eu diria. - meu pai pigarreia

- Desculpe atrapalhar, mas eu tenho compromissos importantes.

- Sim sim. Vamos a nossa reunião.

É claro que a confusão no clube de campo gerou comoção geral. O instrutor ficou com um galo do tamanho de um limão no rosto e o irmão da Kauany teve uma conversa de advogado com ele para o negócio não gerar um processo. Quase fomos expulsos para sempre do lugar e nossos pais ficaram furiosos é claro.

- Bom, diante dos último acontecimentos, ficou bem explícito que essa rivalidade entre famílias se tornou algo não muito saudável. - senhor Moore começa

- Ficou bem claro para mim depois de eu levar uma cocada na cabeça - Kauany tampa a boca. Ela está RINDO?

- E nós sentimos muito por isso - ele cutuca a filha.

- Ah sim. Sentimos sim. - estreito os olhos para ela.

- Não acredito em você

- Ai já não é problema meu.

- Kauany se você abrir a boca denovo sai daqui direto para o aeroporto - senhor Moore intervém. Ela resmunga algo mas fica quieta.

- Podemos coloca - los para fazer algo juntos. - meu pai sugere.

- Já vimos o que acontece quando eles se juntam. - senhor Moore diz. Kauany parece querer falar mas se controla.

- Por isso eles precisam trabalhar juntos.

O senhor Moore não parece muito convencido mas assente.

- O campeonato anual de surfe está chegando. Sei que senhorita Moore é a organizadora ... - meu pai fala

- Não - Kauany sussurra se inclinando para frente

- ... e sugiro que Aka se junte a ela. A companhia White vai entrar com protrocionio.

- Papai - Kauany se inclina - papai por favor, o campeonato não, por...

- Ótimo! Está combinado.

Ela grunhui e desliza pela cadeira balançando a cabeça. Meu assente e levanta saindo sem nem me esperar. Eu vim no meu carro de qualquer forma.

- Com que você veio ? - senhor Moore pergunta para a filha. Ela não responde se levantando - Kauany.

- Com Kaleo - resmunga.

- Vou pedir para alguém te levar.

- Não precisa.

- Com licença- chamo. Os dois me encaram - Eu vou para a mesma praia que ela....

- Infelizmente.

- .... posso dar uma carona.

- Ótimo Ótimo. Pelo menos no mesmo carro vocês não tentam matar um ao outro - senhor Moore diz. - Se comportando Kaka.

- Papai.. - ela choraminga mas abraça o pai mesmo assim - eu ainda te amo.

- Eu te amo.

Descemos para o estacionamento e ao sair entregamos os cartões. Kauany está digitando furiosamente no celular. Ela me encara quando percebe.

- O que foi?

- Você vai quebrar o celular.

- Idai. É meu. Aliás- ela se vira para mim - Esse campeonato é perfeito todos os anos então é melhor você fazer tudo que eu mandar.

- Nos vamos organizar juntos, sereia, nada de você manda eu obedeço. - ela abre um sorrisinho.

- Veremos.

.....

Polos Opostos [Concluído]Onde histórias criam vida. Descubra agora