Polos Opostos [Concluído]

09 - Péssimas amizades

🥥 Aka White 🥥

Da última vez que a vi pessoalmente, o cabelo dela estava maior. Eu a amava. Ainda amo na verdade, mas não como antigamente. Não romanticamente para ser mais específico.

- Sofie? - sussurro. Ela se vira para me olhar e sorri. Fecho a porta do quarto - O que... como?

- Oi - nos abraçamos - sua mãe me deixou entrar. Ela ficou bem mais animada em me ver do que você. - Balanço a cabeça

- Não, não é isso. É que.... faz muito tempo. - ela assente.

- Três anos. Quer dizer, considerando que você me mandou um feliz aniversário mês passado então um mês por mensagem.

- Quando você chegou? - questiono tirando o sapato. Estou louco por um banho. Tem areia por todo lado e trabalhar com Kauany é mais difícil do que imaginei.

- Segunda. - me sento na cama e ela me acompanha - Não tem visto as fofocas?

- Não, tenho andado meio ocupado. - digo

- Ah sim, o campeonato, Any me contou. - franzo a testa.

- Desde quando você e Kauany são amigas? - as bochechas dela coram

- Ela me ajudou esses dias no shopping. Depois trocamos números de telefone e saimos esses dias.

- Legal, eu acho.

Ficamos em um silêncio meio desconfortável. O término do nosso relacionamento não foi nada conturbado. Quando Sofie voltou para seu pais natal, a Argentina, a três anos, escolhemos terminar. Já estavamos a muito tempo junto e para dizer a verdade não éramos mais os mesmos.

- Aka, não quero que as coisas fiquem estranha entre a gente. - ela fala e morde o lábio - eu gosto de você, sabe, como amigo. Mas se isso for estranho pra você....

- Não! Não é estranho. Na verdade eu também me sinto assim. - ela abre um sorriso mostrando a covinha do lado esquerdo.

- Acho que sua mãe vai ficar triste. - dou risada

- Eu também acho.

Sofie é a terceira filha de quatro irmãos. A família dela, os González, são donos de uma famosa rede de hotéis espalhados em grande parte pela América Latina, com alguns na Europa e aparentemente agora um aqui no Havaí como ela me conta.

O pai de Sofie e o irmão mais velho faleceram em um trágico acidente de carro quando ela tinha cinco anos. Isso trouxe a mãe dela para o Havaí onde conheceu o padrasto dela e juntos tiveram mais uma filha. Conheci Sofie na escola e somos amigos desde então.

A irmã mais velha ficou na Argentina para gerenciar alguns dos hotéis de lá e cuidar do próprio casamento.

No final do dia já sei de tudo que aconteceu com Sofie nos últimos anos. E é claro que minha mãe insiste até conseguir fazer ela ficar para jantar.

- Então Sofie... - minha mãe começa

- Mãe, nem continua - ela me olha inocente cortando sua carne

- Não sei do que está falando, querido.

- Eu e Sofie somos amigos.

- Mas podem voltar a ser namorados! - ela diz animada. Meu pai suspira, Naheli e Maron parecem amar que minha mãe está interessada na minha vida amorosa, assim fica longe da deles. - Ainda mais agora que...

- Alika meu amor, sigilo - meu pai resmunga. Nos viramos todos para ele. - Aka e a senhorita González já são grandinhos e sabem o que fazem.

E com isso a conversa está encerrada.

Faz quase um mês que vejo Kauany todos os dias. E nunca vi ela repetindo biquíni. Hoje ela usa um conjunto vermelho escuro com tantas amarrações que me deixa confuso.

- Como você vestiu isso? - questiono. Ela me olha de cima a baixo

- Não te interessa.

- Adoro a sua boa educação. - ironizo

- Eu sou educada, com que... Sofie! - ela abre um daqueles sorrisos Kauany. Preciso dizer que eles me fazem querer sorrir também. Então quando a magia se vai percebo que estou perdendo minha amiga para Kauany.

- Desde quando vocês são amigonas?

- Não te interessa - Kauany repete ao mesmo tempo que Sofie diz dois dias.

- Bom dia Aka - Sofie cumprimenta

- O que tá fazendo aqui? - Kauany pergunta

- Vou ajudar em um evento ali e decidi vim ver meus amigos primeiro. - ela sorri. Kauany faz uma careta

- Não querendo te julgar mas - ela se aproxima de Sofie e diz num sussurro-nada-sussurrado - Aka White é uma péssima opção de amigo.

- Kauany Moore também é. - digo. Ela me olha com desdém.

- Tabom dois, tenho que ir. Não se matem. - Sofie fala e se vai. Kauany me encara e sai andando. Corro atrás dela.

- Eai, o que vamos fazer hoje?

- Vamos levar as fichas de inscrição para os outros quiosques.

- Todos? - pergunto. Ela me olhade canto.

- É assim que funciona o trabalho, playboy.

- Para de me chamar assim. - resmungo.

- É exatamente assim que me sinto quando você me chama de sereia.

- O meu apelido é um amor - ela revira os olhos.

- um amor.... - resmunga

- Admita que você gosta - empurro ela com o ombro. Então percebo o que fiz. Mas Kauany não me bate, ela ri.

Talvez essa ideia não tenha sido tão ruim assim.

.......