Polos Opostos [Concluído]

24 - Você merece o mundo

🥥 Kauany Moore 🥥

Depois que Aka White entrou na minha vida ela virou uma zona. Encontra - lo aqui depois de tudo que houve foi um soco no estômago que eu disfarcei com indiretas e farpas.

Mas agora sentada na mesa de jantar da minha avó com ela me fazendo um monte de perguntas, tudo que eu quis esconder (ou tentei) na caixinha lá no fundo quer retornar. Fecho os olhos e respiro fundo.

- Não precisa chorar querida, podemos dar um jeito. - ela diz

- Vovó não quero chorar. Estou tentando não ser mal educada com a senhora. - minha avó pisca - olha, eu sei que a senhora e a senhora White querem ajudar, mas isso não vai dar certo. Aka e eu. Eu preferio morar no polo norte a ser odiada pela minha família.

- Seus pais e irmãos te amam Any. Se ficar com Aka te deixa feliz, eles também vão ficar. - balanço a cabeça

- Dessa vez não vovó. Kalane... ele meio que sabia e tinha que ver como ele me olhava. - minha avó bufa.

- Kalane tem a mente fechada. Por isso ele é o único hétero da geração de vocês.

- Já foi tá vovó, acabou. Vamos nos preparar para as gincanas tá.

A campanhia toca avisando que alguém está na porta.

- Atende pra mim Any? E seja gentil.

Como assim ser gent.... Quando abro a porta entendo.

- Que caralhos! Vovó!

- Foi ideia dela - Aka diz apontando para a avó.

- Deixa de gracinha vocês dois. - senhora White fala - está claro que vocês se amam e Aka é um partidão - ela pisca

- Ele nem é tudo isso, eu que estava com o juizo na casa do caralho.

- Kauany Mary Moore!

- Olha vovó, vocês não tinham nada que se meterem nisso.

- finalmente concordamos em algo - Aka resmunga

- Esse idiota não teve nem a coragem de olhar nos meus olhos quando terminou comigo. Porque eu iria querer algo com ele? - cruzo os braços e espero pacientemente alguém dizer algo. Aka parece exausto e lá no fundo eu queria pegar ele, abraçar e prometer que vai ficar tudo bem.

- Ele não queria dizer aquilo. - vovó White fala.

- Vovó, não.

- Como assim? - pergunto.

- Bom... o... - ela começa mas è interrompida

- Vovó! - Aka exclama

- Aka..? - ele me encara, balança a cabeça e sai. Olho para a avó dele - o que a senhora quis dizer?

- Não é da minha conta.

- Devia ter pensado nisso minutos atrás. - resmungo.

Minha avó me repreende mas já estou indo atrás de Aka. Sei que ele foi para a praia. Temos isso em comum, fugir para a praia para esquecer tudo. E lá está ele, sentado na areia perto da água. Tiro meu chinelo e sento ao lado dele.

- Quer falar?

- Achei que você estivesse ocupada pensando em como me afogar no mar. - dou risada.

- Você sabe que como sereia posso facilmente te enfeitiçar e te levar para o fundo do mar. - ergo as pernas e deito a cabeça no joelho, olhando para ele.

- Você já me conquistou sereia.

Ficamos em silêncio enquanto as ondas quebram e a água molha nossos pés.

- Sinto muito - quero gritar para ele parar porque da última vez que ele começou uma frase assim, partiu meu coração. Mas agora ele me encara de um jeito intenso demais para eu fazer algo além de admira - lo - Você tinha total razão, fui um idiota em terminar com você daquele jeito. Foi insensível e nada respeitoso, e é só, que... cacete.

E sem mais nem menos ele me beija. Assim, do nada, e o filha da puta do meu corpo me trai. Meu coração dispara, minha boca retribui, minha mão vai para a nuca dele e até as malditas borboletas voltam a voar no meu estômago. É delicioso ter a boca de Aka White na minha novamente.

- Kauany - ele sussurra com a testa colada na minha. Eu preferia a boca mas tenho que me contentar com o que tenho. - Eu... Merda.

Ele se levanta como se uma corrente elétrica o tivesse dado choque. Fico sentada meio desnorteada. O que foi isso?

- Desculpa.

- O que caralhos está acontecendo Aka? - consigo recuperar a fala e lembro que estou brava com ele. Todo o ódio Moore voltando na minhas veias - Você terminou comigo, agora me beija. Sua avó disse que não queria fazer isso. Eu mereço a verdade.

- Você merece o mundo Kauany Moore, mas eu não posso te dar ele e muito menos uma explicação. Sinto muito.

- Para de pedir isso! - grito levantando

Estamos tão perto um do outro. Seria fácil puxar ele contra mim e beija - lo, mas não faço isso.

- Se você não pode me dizer a verdade então não chegue mais perto de mim. Não pense em mim, não fale comigo, ou você vai descobrir que posso fazer algo pior do que jogar um coco em você.

Aka abaixa a cabeça e por um segundo penso ver tristeza nos olhos dele. Mas porque ele estaria triste se é com o meu coração que ele está brincando?

Saio da praia e pego meus chinelos. Em casa, vovó e a senhora White conversam animadamente. Vou até elas furiosa.

- Prestem atenção - digo. Preciso de todo meu alto controle para que a Kauany patricinha explosiva não apareça e seja mal educada - Eu e Aka já era, ou melhor, nunca existiu. Ele não tem capacidade para me contar a verdade e eu não quero mais machucar meu coração.

- Desculpa Kauany, só queria ajudar. - senhora White fala

- Eu sei.

E subo para o conforto do silêncio do meu quarto.

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