Olho para o teto da cantina e a certeza me atinge em cheio.
Hoje realmente não é o meu dia.
Não, porque acordei atrasada ou quase cai no ônibus, ou perdi a parada, muito menos por ter chegada atrasada na escola ou por ficar dois horários inteiros — que deveria estar na aula de biologia — de braços erguidos e de joelhos no chão ao lado da porta da coordenação com Yuta.
Eu tive a certeza que hoje é meu dia de azar, quando as minhas costas bateram contra o chão frio da cantina cheio de gente enquanto o meu lanche me sujava toda.
Neste mesmo momento, também tive a certeza da existência do mal no mundo — que por incrível que pareça, não tinha nada relacionado a um certo japonês — e dos contras que vinham com as voltas às aulas, a certeza tinha um nome e um sobrenome com glamour: Lia Sá Vasconcelos.
Lia foi criada pelo universo para plantar o caos pelo mundo e virar a minha vida escolar um inferno, além de me fazer perguntar todo santo dia, se realmente era necessário eu ser inteligente nesse mundo cheio de pessoas extraordinárias.
Você via um trio chegando e todos abrindo o caminho para elas passarem, pode ter certeza que era o trio maléfico do segundo ano chegando no estilo plagiado do americano "Meninas Malvadas". Lia era conhecida pelas suas maldades que eram escondidas por seu sorriso Colgate, brilho máster e a sua influência familiar endinheirada — os superiores podiam negar, mas a temida Yoo gosta de ter um bônus no final do mês.
Hoje o dia já estava maravilhoso, mas o cotidiano não acreditou que o dia tinha fechado com chave de ouro e resolveu incrementar, colocando a rainha da maldade no meu turbulento caminho.
Bem, mas antes tive mais um azar.
— Vocês estão liberados do castigo. — anuncia a inspetora Yoo, após pensar seriamente se o meu braço havia desistido da sua função — Espero que tenham pensado nos seus erros e visto uma luz para mudar os seus comportamentos delinquentes.
— Sim, senhorita Yoo. — murmuro, abaixando os braços e começando a movimentá-los, e finalizo com um resmungo baixinho — A luz me cegou de tão forte que veio.
Yuta ri ao meu lado, por conta do comentário que fiz, fazendo Yoo notar o nosso complô e logo faz um comentário totalmente desnecessário:
— Lembro-lhe que é proibido o namoro na escola. — comenta, antes de se virar e entrar na coordenação nos deixando para trás — Se eu pegar os dois pombinhos fazendo saliência por aí, já sabem.
Reviro os olhos e vejo de relance o Japonês fazer uma falsa tremedeira pelo corpo em resposta ao comentário da mais velha. Ele se levanta e estende a sua mão na minha direção, que aceito sem dizer nada e me levanto, ficando em pé ao seu lado.
— Bem... — começa Yuta, hesitante, vejo-o coçar a nuca sem jeito — Não posso te agradecer, mas posso pedir desculpas por duvidar de você.
— Por que não pode me agradecer? — questiono-o, semicerrando os olhos e cruzando os braços — Eu mereço após aguentar você do meu lado por dois horários inteiros.
VOCÊ ESTÁ LENDO
MEU JAPA ✔️
Ficção Adolescente> LIVRO UM < Addelline é uma garota distraída e fácil de se conviver. Vive entrando em garfes vergonhosas com seus amigos enquanto sobrevivem o período mais inconstante e intenso, a adolescência. Com um acontecimento desastroso a envolvendo, a garo...