11. O que nos separar é ela e a confiança.

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Tem como "desver" as coisas? Porque olha... Quero muito fazer isso, e principalmente, aprender algo do tipo neste exato momento.

Ver os dois foi como se tivesse levado um tapa na cara — na verdade, preferia isso do que ver o que vi —, estava me sentindo traída, mas não muito... Surpresa? Eu jurei mentalmente que daria uma oportunidade de recomeçar o meu relacionamento com Yuta, para algo mais leve e amigável, mas após ver o que eu vi... Preferi esquecer que um dia dei o benefício da dúvida, uma fagulha de confiança para ele e preferi não só retomar ao ponto de partida, mas fingir que ele não teve alguma existência — em potencial de fazer a diferença — na minha vida.

Sei que a minha reação está sendo dura demais, mas preciso me proteger do que aquela situação presenciada poderia me atingir futuramente.

Afasto-me ainda descrente do que vi com os meus próprios olhos e os meus amigos fazem isso também. Começamos a andar de volta para sala em silêncio, cada um digerindo a sua maneira sobre o que acabamos de ver.

É meio difícil de compreender, porque todos da escola sabem que a Lia é do Ben e o Ben é da Lia, desde que Lúcifer os trouxe para terra para plantar o caos pelo mundo — bem, parece que o Yuta não sabia ou ninguém quis avisá-lo sobre isso pelo que vejo.

Mais nas piores das hipóteses, o casal da maldade deve ter tido os seus momentos de brigas — como todo casal normal, para que nós reles humanos ainda acreditassem que eles são seres humanos também, não projetos de destruição mundial — e o Yuta acabou de ser puxado para isso como o novo brinquedinho de Lia Sá Vasconcelos.

E não, não existe melhores hipóteses, porque essa situação não tem perspectiva boa de acabamento de nenhuma forma.

Nem preciso dizer que só com essa cena o Nakamura já está automaticamente na lista obscura para o próximo alvo de maldade de Ben Choi — o que poderia ser escrito na lápide do japonês? Acho que deixarei isso para os amigos mais chegados pensar.

Assim que entramos no corredor onde ficavam as salas do segundo ano, Jae quebra o silêncio chamando a nossa atenção, inquietamente e doido para falar algo.

— Hum... Não vamos falar sobre isso? — pergunta, com certa cautela, dando olhadas sugestivas na minha direção.

— Não. — respondo, sem rodeios, mas antes que eu possa dizer algo, ouvimos um grito de alguém chamando por alguém.

A pessoa parecia muito desesperada, porque um berro desses até a inspetora Yoo brota do além.

A pessoa desesperada era Yuta Nakamura e eu era o alvo que ele estava chamando com todo o desespero.

Perfeito.

Addelline! — chama, desesperadamente.

O que ele pensa que está fazendo? Por que está me chamando? Com esse chamado o meu corpo todo fica em alerta.

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