Colisão ...O encontro de dois mundos.

Capítulo 22

Segunda-feira e eu tinha sido premiada com uma folga, porque segundo meu chefe maior, eu estava exausta. Ele fez questão de deixar a Júlia em casa primeiro, na noite anterior, e me levar embora. Quando seu carro estava parado em frente ao meu prédio, ele tentou me persuadir com sua lábia sacana, mas meu cérebro gritou para que eu corresse dali, e assim fiz. Eu ri ao me lembrar da cena, mas já estava entediada em ficar naquele apartamento trancada. Fui buscar o que comer e me deparei com geladeira e armários vazio. Pronto, minha amiga só sobrevive de sexo. Prendi meu cabelo num coque qualquer e vestir uma camiseta longa e solta cinza, ela deixava numa a lateral do meu corpo, mas eu vestia um sutiã bonito, ri. Calcei uma sandália e peguei meu celular e carteira, vestia um shortinho jeans preto desfiado e sai de casa.

Teria que fazer uma comprinha, estava sem carro. Pedi minha amiga para o deixar na oficina, ele estava com uns roncos estranhos. Fui andando até um mercado num bairro vizinho, porem perto. Lá tinha as melhores promoções e chocolates. Quando voltasse, viria de táxi. Dentro do mercado, tinha um ponto. Eu cheguei, e por ser uma segunda-feira, um pouco mais do meio dia e meio do mês, não tinha muita gente. Peguei o carrinho e sai saltitando para entrada do mercado. Como a responsável da casa, peguei as coisas essências para a sobrevivência. Arroz, feijão, açúcar, macarrão, legumes e frios necessário. O carrinho já estava razoável quando caminhava para o setor de limpeza, mas o corredor que antecedia era de guloseima. Opa, perai. Enchi de biscoitos, chocolate, leite condessado, doces em gerais. Estava com olhos brilhando e caminhei para o setor de limpeza. Meu celular tocou insistentemente e atendi sem olhar.

- Alou! – Disse assim que pegava detergente de pratos.

- Mas que porra de demora foi essa, Ariana? – Eu afastei o celular do meu ouvido, era capaz de ensurdecer. – Aonde você está? Seu porteiro disse que você saiu casual, que não sabia para aonde. – Ele disse e sua voz exasperada me assustava.

- Boa tarde, Guilherme. – Disse irônica e o ouvi bufar. – Bom , estou no mercado, não que isso seja da sua conta. Fora que meu chefe me deu uma folga, tempo livre meu. – Disse e o ouvi xingar algo de "maldito chefe".

- Qual mercado? – Ele perguntou e eu sobrei uma sujeira imaginaria na unha com desdém. Pessoas passavam e me olhavam como se eu fosse uma louca. – Ariana. – Gritou e eu dei um pulo.

- No mercado da vizinhança. – Disse e ouvi uma porta bater. – Calma ai, você está no meu prédio? – Me lembrei do inicio da conversa.

- Não, linda, estou no Alasca queimando de raiva. – Disse e desligou.

Euhein, essas pessoas loucas que surgem das trevas. Eu terminei de buscar o necessário para sobrevivência humana. Caminhei para um caixa vazio e tive vontade de cantarolar "Let it go" até chegar ao caixa.  Passei todos produtos e dei meu cartão a operadora. Assim que colocaria a senha, vi o Guilherme, sexy e quente numa calça jeans e camisa de gola V e justa ao corpo, de óculos escuro. Até me desconcentrei, acho que a operadora de caixa também, só ouvi uma tosse vindo dele e então pus a senha. 

Guilherme foi conduzindo o carrinho, em silencio. Estava ao seu lado, olhando nota fiscal, eu que não iria cutucar a fera ao meu lado. O ajudei colocar as coisas no porta-malas e depois fui levar o carrinho até os outros agrupados. Haviam alguns funcionários masculinos por perto e ouvi algumas gracinhas, eu sorri sem graça, mas quando voltava, Guilherme já dominava minha cintura possessivamente, e olhava para o grupo de garotos e pela reação dos mesmo, creio que tenha sido mortal. Caminhamos de volta com ele resmungando alguns palavrões. Ele, educadamente, abriu a porta para mim e depois entrou. Acho que era melhor meu silencio. Seu olhar por baixo daquela lente era matador. Melhor não mexer, e assim fiz pelo resto do caminho.

Chegamos ao meu prédio e Guilherme me ajudou a subir com as bolsas. Colocávamos todas no elevador e depois subimos ao meu andar. O único barulho que ouvia era nossa respiração. Colocamos tudo na cozinha e arrumei, com a supervisão do Guilherme que estava sentado num banco que fica à frente da bancada divisória entre pia e fogão da mesa. Coloquei água no fogo e o olhei.

- Gosta de macarrão bolonhesa? – Perguntei e ele assentiu. Preparei todo nosso almoço sabendo que ele encarava eu fazendo e assim que estava no forno para derreter o queijo, fui para o quarto. Estava um dia quente, tomei banho e coloquei um short e camisa de alça fina de ficar em casa. Prendi o cabelo num coque mal feito e voltei para cozinha. A mesa estava postam, uma jarra de suco e os pratos em seus lugares com talheres e copos. A travessa estava posta e meu chefe acabara de se sentar. Ergui a sobrancelha e ele sorrio. Para, aonde saiu essa simpatia. Sentei e nos servi. – Está mais tranquilo? – Perguntei quando terminava de me servir e ele enrolava o macarrão em seu garfo.

- Você tem esse dom de me deixar puto da vida, Ariana. – Ele disse e eu ri. – Primeiro some e depois te vejo quase nua num mercado cheio de garotos com hormônios a flor da pele. – Disse incrédulo.

- Menos, Guilherme. – Eu disse e ele me encarou.

- Estou dando tempo ao tempo, não vou forçar a nada. Mas disse que você é minha, então você é minha. – Eu engoli meu macarrão e não disse mais nada. 

Depois do almoço, recolhi os pratos sujos e os lavei. Guilherme fez questão de enxuga-los e conversamos sobre coisas banais. Ele me disse que esteve na empresa cedo para resolver algumas coisas. Disse que na terça ele teria reunião o dia todo, inclusive teria que ir no colégio da Júlia porque também teria uma. Após a cozinha está arrumada, fomos para sala e resolvemos, quer dizer, eu resolvi vê um filme, enquanto ele mexia em seu celular. Foi um dia agradável, ele chegou a assistir o filme e comentar. Conversamos sobre coisas aleatórias, nos conhecemos um pouco mais e as seis ele decidiu ir embora. Não correria o risco de encontrar a Luciana com Luís a tiracolo.