Capítulo 41

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Foram maravilhosos dias limitados que passamos em Angra. Guilherme se demostrou carinhoso demais, atencioso demais, até esqueceu seu trabalho quando eu não tinha nada importante a fazer sem ele. Fomos a praia, e claro que ele não se comportou bem com alguns olhares. O engraçado era que ele recebia vários e não deixa eu argumentar. Claro que não perdia meu tempo. Eu peguei uma cor ótima,fiquei vermelha, mas valeu a pena. Até que me bronzeei um pouco, já ele, não teve essa sorte. O que mais me intrigou foi o fato dele não falar sobre o acidente da Rafaela. Estava me comunicando com a Bianca e ela me mantinha informada. Dizia que a ex noiva do meu atual namorado estava em estado grave e era certo ela sair dessa. É triste, apesar de tudo, é uma garota nova.Bianca me disse que seu irmão também não procurava saber, ele só ligava para saber da Júlia. Minha cunhada me informou que a menina já sabia do acidente que levou a morte de seu pai falecido. Pelo que entendi, ela ficou triste, mas não estaria chateada com Guilherme por algo. Ela chegou a ir no sepultamento do pai.

Acordamos cedo, é domingo e o dia ensolarado. Vamos embora porque pretendemos passar o dia com a Júlia. Guilherme estava guardando as coisas no carro enquanto eu fechava a casa. O caseiro e a moça que limpava, tinham suas chaves a parte e hoje não viria. Logo fui de encontro ao Guilherme que conversava com um jovenzinha toda assanhada. Cheguei o abraçando pelas costas e ele segurou minhas mãos apertando forte como quem dizia que tinha ciência da minha presença e não se importava do que eu fazia.

- Olá! - Disse a garota que me olhou sem jeito. Talvez decepção.

- Essa é minha namorada, por enquanto, Ariana. - Ele fez questão de ressaltar o por enquanto e ri, enquanto a garota, que aparentava ter seus vinte anos no máximo, morena de cabelos longos pretos e lisos e um corpo invejável e bem bronzeado fazia uma careta.

- Bom, vou indo nessa. A gente se esbarra por ai. - Ela piscou para meu namorado, antes de qualquer ação minha, ele já tinha se virado e agarrado minha cintura.

- Minha ciumenta linda, ela é só uma criança. - Ele disse beijando meus lábios suavemente.

- Vai pensando. - Bufei e ele gargalhou.

- Sim, ela é. Não tem nenhuma chance comigo. Só veio me perguntar se era vizinho novo. - Disse tranquilo e o empurrei.

- Babaca!- Exclamei indo até o carro. - E você também. - Entrei no carro batendo a porta e o ouvi xingar alguns palavrões.

- Baby, no meu carro não desconte sua frustração. - Ele advertiu e rolei os olhos. Estava sem paciência.

Fomos o caminho todo em silêncio. Guilherme concentrado na estrada e eu olhando pela janela. Acho que cochilei em alguns momentos. Sentia olhares de vez enquanto do Guilherme, mas não estava afim para conversas. As vezes ele precisava, também, de um gelo. Estava sem algum pensamento especifico em minha mente. Lembrei da nossa noite de ontem e foi maravilhosa e romântica. Ele me levou a um restaurante perto do mar e tinha musica ao vivo, me tirou para dançar e depois fizemos um passeio pela Orla. Tudo incrível, e alem do mais, quando chegamos em casa, o quarto refletia velas e o chão tinha pétalas vermelhas. Foi maravilhosa a noite.

Meus pensamentos foram interrompidos quando o carro adentrava a um grande condomínio. Olhei para o Guilherme que parecia familiar e relaxado.

- Estamos chegando a casa da minha mãe, ela fez um almoço para gente. - Ele disse e aposto que meu rosto perdeu a cor. Casa da sogra novamente?

Assim que chegamos, ele parou o carro em uma vaga do condomínio, uma garagem para visitantes, e saímos. Ele segurou minha mão e então caminhamos.

- Antigamente tinha espaço para meu carro na garagem de casa, mas agora com esse novo namorado da minha mãe e Bianca de volta, tenho que por aqui. - Ele reclamou enquanto atravessávamos. - Ele deve está ai. - Murmurou e adentramos a uma casa, na verdade, passamos pelo portão após ele digitar algum código e o lado de dentro era incrivelmente grande e bonito. Tinha muito verde e uma enorme piscina, como me lembrava. Guilherme me levava, enquanto eu olhava tudo.

- Pai! - Ouvi a Júlia e então reparei que ela estava na porta de casa, com uma saia jeans e uma camisa. Ela veio até a gente, com seu cabelo balançando e me abraçou primeiro. - Ariana, que saudade de você. - Eu retribui o abraço.

- Também estava, tudo bem? - Perguntei e então me lembrei que ela sabia do pai. Droga, não foi intencional.

- Tudo ótimo. - Disse naturalmente e foi até o pai.

- Pensei que tinha sido esquecido. - Ele e seu drama.

- Claro que não, melhor pai do mundo, só que a Ariana é nova na família. - Disse e eu ri, enquanto Guilherme concordava. Logo adentramos a casa e uma mulher, aparentemente seus cinquenta anos, cabelos escuros e olhos bem azuis vinha em nossa direção. Tinha um olhar familiar, e então me veio o que era obvio em mente.

- Meu filho, pensei que não viria mais. - Ela disse e Guilherme se aproximou dela, a abraçando.

- A viagem é longa, mãe. Estávamos em Angra. - Explicou e beijou a cabeça dela.

- Eu sei, meu querido. - Ela disse carinhosa e se direcionou a mim. - Bom, faz um tempo que não veem aqui, pensei que havia se apavorado. - Sua voz parecia divertida e eu sorri sem graça. Ela se aproximou de mim. - Prazer novamente, me chamo Sônia. - Se apresentou e eu cumprimentei-a com a mão, tendo a certeza que ela estava sendo descontraída. - Téo está chegando, foi ao mercado com Bianca. - Ela disse e Guilherme fez uma careta.

- Se minha tia não o enlouquecer. - Júlia disse divertida.

- Capaz. - Guilherme disse. - Vem, amor, vou te apresentar a casa. - Ele me puxou e sua mãe tinha os olhos brilhantes na gente, quando ele me chamou de amor. Meu coração se encheu de admiração por esse homem.

Ele me apresentou toda parte inferior da casa, sala, cozinha, copa, escritório, biblioteca, quintal, piscina e era tudo incrível. Depois ele me levou em direção as escadas e tinha varias portas, mas ele me conduziu para uma especifica no final. Eu  já conhecia da ultima vez, era impossível não lembrar daquela imensa e linda casa, e sabia para aonde ele me direcionava. Assim que entrei, ele bateu a porta e me agarrou ali mesmo, me beijando avassaladoramente. Estava quase sem ar e ele desceu seus lábios pelo meu pescoço.

- Nunca trouxe uma garota aqui e trouxe você naquele dia, mas eu quero tanto te ter na minha antiga cama. - Disse com uma voz sexy demais, lambendo meu pescoço.

- Guilherme. - Murmurei e ele mordeu aquela região.

- Pai! - Ouvimos o grito da Júlia. - Téo e Bianca chegaram. - Continuou.

- Merda! Merda!Merda! - Ele praguejava, ajeitando sua ereção na calça jeans que vestia. Era lindo, sorri e fui até ele, ajudando e ele me olhou.

- Em casa eu te recompenso. - Beijei seus lábios e descemos.

...

- Não pretende ter filhos? - O Téo, namorado da mãe do Guilherme perguntou. Já havíamos almoçado e estávamos todos na sala de sofá. Júlia havia comentado sobre querer ter irmãos.

-Já tenho uma, Téo. Mas pretendo ter mais. - Guilherme disse e me olhou sorrindo. - Eu e a Ariana teremos pelo menos mias dois. - Eu arregalei os olhos.

- Teremos? - Perguntei e todos na sala riram.

- Já trabalham para isso. - Bianca assoviou e fiquei vermelha.

- Treinamos, quer dizer. - Guilherme corrigiu. - Só teremos um filho quando a Ariana assinar meu sobrenome, quando for minha no papel. - Ele disse certo e meu coração amoleceu. Ele não é moleque, quer algo sério e está caminhando para isso.

- Me orgulha tanto. - Sônia disse e Julia se sentou ao nosso meio.

- Não vai demorar muito, não é? - Júlia perguntou olhando para o Guilherme que sorrio largo e colocou seu cabelo solto para atrás da orelha.

- Se depender de mim, não minha filha. - Ele disse e ele o abraçou feliz.

Ainda estava pensativa, aérea. Como assim esse incrível homem, maravilhoso, tem planos futuros para casamento e filhos comigo. E pelo o que eu entendi, breve. Todos continuaram conversando e eu lá pensativa, Júlia havia saído do nosso lado e Guilherme me puxou para ele, me pondo aos seus braços enquanto ele falava algo com o marido da sua mãe. Mas não prestava atenção. Estava ainda chocada com as revelações do meu namorado.

Fomos embora no fim da tarde, Júlia voltou com a gente. Guilherme tinha alguns trabalhos a fazer e eu iria descansa, enquanto a Júlia estudaria.


Colisão ...O encontro de dois mundos.Onde histórias criam vida. Descubra agora