Capítulo 10

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Merda, minha cabeça estava uma escola de samba. Como sonambula, me encaminhei para o banheiro e deixei a água fria cair sobre mim. Eu tenho que parar de beber assim, dizia toda vez que a água caia sobre minha cabeça durante uma bebedeira. Escovei meu dente e me enrolei numa toalha, saindo do banheiro. Reparei um abajur ligado, então alguém sentado na cama, encostado na costa da mesma. Sério, ele me olhou e indicou a cama, aonde tinha uma bandeja. Me aproximei e tinha água e um comprimido. Peguei para tomar.

- Você me preocupa, tão nova e destruindo seu fígado. - Disse e eu andei, sentando a sua frente, o olhei. Ele não aparentava sono e sim preocupação. Tive vontade de abraça-lo, ele me ajudava tanto, não sei o porquê, mas era grata.

- Obrigada por cuidar de mim. - Pedi baixo e ele se inclinou, levando a mão em meu rosto e acariciou.

- Eu disse que cuidaria, cumpro minhas promessas. - Sua voz rouca teve efeito em mim que estava de olhos fechados. Por impulso, aproximei mais dele e deixei minha boca tocar a dele. Uma eletricidade ocorreu nesse momento e ele avançou em mim, com as mãos em meu rosto ele profundou o que seria apenas um beijo o que me surpreendeu, ele sabia usar aquela boca ao seu favor. Sua língua habilidosa me levou ao céu, minhas mãos foram para seu ombro, e em um gesto rápido, me puxou para seu colo, e eu coloquei cada perna de um lado, fazendo a toalha levantar, expondo mais minhas coxas. Ele deixou um pouco minha boca, que deveria estar vermelha e volumosa pelo chupão que ele havia deixado. Senti sua língua deslizar pelo meu pescoço e soltei um gemido de prazer, quando suas mãos subiam pela minha coxa ao mesmo tempo que ele chupava meu pescoço. Aquele homem era incrível, eu sinto seu volume pela sua calça de moletom, ele me puxava ao seu encontro e se esfregava em mim. Aquilo tudo era por mim, para mim. Senti-me insegura, aquele homem era espetacular, mas as palavras do Luís ecoaram em minha mente, eu prezava minha carreira e estava me entregando aquele momento, contraditório. Com um esforço desumano afastei um pouco e ele tentou reaproximar, esquivei. Ele me olhou sem entender. - Ariana? - Disse sem entender e suspirei. Eu o queria, estava louca de desejo naquele momento, mas era errado.

- Desculpa, não podemos. - Disse, mordendo meu lábio fortemente, sem olha-lo. A mão dele me prendia ali, era desconfortável senti-lo excitado e não poder ajuda-lo. Ele puxou meu quadril, prensando mais nele e eu fechei os olhos, mastigando meu lábio para evitar o som de minha garganta. - Guilherme! - Minha voz saiu entrecortada.

- Eu quero, muito. Você também, qual problema? -Sua voz rouca e eu choraminguei quando senti ele dedilhar minha intimidade.

- Você é meu chefe, estou começando, não me destrua. - Minha voz saiu baixa, mas ele entendeu. No mesmo momento, me deitou na cama, me cobrindo e beijou minha testa intensamente.

- Eu jamais faria isso com você. - Disse ele e desligou o abajur. - Dorme agora, temos uma reunião as dez da manhã, você ainda tem tempo para descansar. Disse sutil e saiu do quarto. Não tive mais tempo, acabei dormindo.

...

Acordei as oito com a memória da noite anterior. O lábio do Guilherme ainda sentia nos meus. Ele era perfeito. Ofeguei e fui para o banheiro. Após, vesti uma saia lápis com uma camisa de seda com alça fina, e por cima um blazer preto. Calcei uma sapatilha social, meus dedos doíam pelo salto do dia anterior, prendi meu cabelo num rabo e peguei minhas coisas. Optei por usar meus óculos de grau, não poderia arriscar.

Assim que sai do meu quarto, o Guilherme saia dele. Uma calça social de tom marrom areia e uma camisa social de manga longa, azul céu. Sua gravata alternava em listras azuis grande e coral. Cabelo alinhado, segurava seu celular e bolsa do notebook. Ele indicou o elevador e seguimos em silêncio.

O trajeto do elevador foi em silêncio, assim que chegamos, ele puxou meu pulso, me direcionando para um local diferente. Logo avistei algumas mesas e pessoas tomando café. Me levou até uma afastada e fez o pedido para uma garçonete, sem dar muita atenção.

- Uns quatro anos atrás, me envolvi com a Karen. Ela era assistente do Luís. Bom, tivemos um relacionamento casual e ela não tinha ambição e nem estudo para crescer na Trace. Não sou de assumir seriamente alguém, e ela queria isso, então terminamos. - Assim que nosso café chegou, ele pausou. Estava atenta aquilo. - Eu segui, creio que ela tenha feito o mesmo, e três meses depois ela pediu as contas e foi morar com um cara na Itália. - Disse ele sem e mostrar algum sentimento. - Ela conversou comigo, não com Luís. Acho que isso o faz pensar que foi por minha culpa. Nosso envolvimento era restrito, mas meu amigo tirou suas conclusões, mas não disse nada, ela quis assim. - Eu ouvia tudo e ligava tudo. Preocupação do Luís, o não querer se envolver. Seus avisos. Meu amigo era maduro e protetor, já Guilherme é reservado e fiel a suas promessas. Não tinha o que dizer. - Eu quero a tê-la, mas isso só vai acontecer com seu consentimento. - Disse por fim e eu aspirei toda aquela conversa. Que homem era aquele? 

Colisão ...O encontro de dois mundos.Onde histórias criam vida. Descubra agora