Capítulo 16

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Não iria abusar da sorte, me levantei cedo na segunda-feira e me arrumei. Coloquei uma calça escura jeans com uma camisa social branca de manga longa e justa ao corpo. Improvisei um coque no cabelo e fiz um make leve, para esconder que acordei cedo. Depois de me certificar que estava com tudo, fui trabalhar, de ônibus. Meu carro havia ficado no trabalho.

Meu horário era as nove e meia, cheguei uma hora antes, ponto para mim. Não havia ninguém no meu setor, Luís só chega as dez, as vezes chega as nove e meia. Liguei meu notebook e chequei meu e-mail que estava lotado, depois arrumei minha mesa. Fui então pegar o café na copa do prédio, para acordar e trabalhar direto. Voltei para a sala e algumas pessoas já chegavam. Comecei a trabalhar no slogan da publicidade da marca de lingerie. Estava escolhendo as cores quando o Luís passou por mim, me cumprimentando e fez isso com as outras pessoas que estavam ali. Alguns colegas, que pegavam as dez, assim que chegaram, vieram até a mim para saber como foi em Santa Catarina. As contei e elas falaram que já ouviram falar do Lucas. Ficaram empolgadas.

As onze da manhã, Luís Fernanda passou na minha mesa falando que teria reunião dali a quinze minutos. Fui ao banheiro, me antecipando e ajeitei meu cabelo e maquiagem. Peguei meus óculos e pus e meu notebook, o levando. A sala de reunião não estava cheia. Eu fiquei feliz em ver que não era lugar marcado. Sentei bem distante da cadeira principal e abri meu app de anotações. Havia alguns diretores conversando e logo um bom dia ecoou na sala e era o Chefão. Não ousei encara-lo. Logo meu chefinho, Luís Fernando passou e afagou meu cabelo, cumprimentando todos. Todos em seus lugares, a reunião começou. Guilherme levou a reunião, colocando tudo em ordem. Falou sobre minha campanha e todos me parabenizaram com acenos, tive vontade de sumir. Comentou sobre novos empreendimentos, publicidades, investimentos e construções. Eu anotava tudo, mesmo não sendo do meu estopo.

Após uma hora e meia, a reunião se finalizou. Que bom, eu estava morrendo de fome. Fiz logof na minha máquina e levantei, algumas pessoas estavam falando com Guilherme, e eu já iria sair quando Luís Fernando me chamou para almoçar. Estranhei, mesmo que almoçássemos sempre, havia um tempo que fazíamos isso a sós. Disse que guardaria minhas coisas e pegaria minha carteira, e ele disse que me esperaria no saguão.

Depois de ter passado no meu setor, desci. Estava frio dentro do prédio, mas aposto que estaria um calor infernal no lado de fora. Demorou para chegar ao saguão, o elevador sempre parando. Assim que sai, avistei o Luís conversando com Guilherme, iria dar a meia volta e sair atrás de alguém, mas Luís Fernando bem atendo, sinalizou para que eu fosse até ele. Merda!

Os dois conversaram pelo curto caminho ao restaurante e eu dobrava a manga da minha camisa, estava muito quente. Guilherme me olhava de cenho franzido enquanto falava com Luís, fingi não vê e entrei primeiro naquele restaurante que tinha ar-condicionado. Caminhei para uma mesa próximo a janela e os bonitões me seguiram.

- Está passando mal, Ariana? - Luís Fernando me olhou preocupado e eu neguei.

- Calor, somente. - Disse e abri o cardápio.

- A construção naquele prédio em Niterói está prestes a finalizar, vou precisar de uma publicidade para divulga-lo na cidade. - Guilherme voltou a conversa com Luís que logo pós suas ideias em ação. Ótimo, seria um zero ali.

Nossas comidas chegaram e eu pude reparar que o Guilherme analisou meu prato que continha saladas com um filé de frango. Eu estava com fome, mas estava muito calor para comida quente, mesmo com ar-condicionado, meu sangue ainda estava quente. Bebi refrigerante, enquanto eles sucos e me concentrei em só comer. Vez ou outra Luís comentava algo que eu concordava. Quando acabamos, Luís disse que iria ao banheiro.

- Melhorou da ressaca. - Ergui o olhar e Guilherme me olhava curioso.

- Melhorei sim, obrigada pela recomendação de ontem. - Disse me lembrando do que Luís disse.

- E por sábado, também. - Ele afirmou e eu o olhei com desdém.

- Não, eu me divertia. - Disse como se fosse obvio.

- Com um cara que nem sabia de onde ser? - Perguntou incrédulo. - Ariana, você não lê jornais? Aquele cara que dançava está nas manchetes policias envolvido em trafico. - Disse repreensor e eu arregalei os olhos, porem fingi que não me afetou.

- Não costumo pegar a ficha policial dos caras quem fico. - Zombei e ele suspirou.

- Deveria te deixar se meter em roubada e estuprada, talvez tomasse jeito. - Ele disse desacreditado e eu ri.

- Claro, você não tem a capacidade. - Disse e ele me olhou sério. Se só fossemos nós, estaria morta. Quando ele falaria algo, Luís reapareceu e fomos embora.

...

A volta para o trabalho, os bonitões foram conversando e eu fui mexendo no meu celular. Eu fui direto para minha mesa e depois vi Luís indo para sala. Eu foquei no meu trabalho. Passou as horas rápidos e eu fui rápido ao banheiro. No final do expediente, eu arrumei minhas coisa e sai. Fui em direção ao estacionamento e o elevador estava cheio, assim que fui em direção ao meu carro, vi o Guilherme ali encostado. Mas o que ele queria lá? Estava encostado no meu carro e tinha a mão no bolso em sua calça, olhando em direção que eu estava.

- Hora extra? - Indagou e ergui a sobrancelha.

- Banco de horas, não te deixarei mais pobre, bonitão. - Disse fingindo um sorriso e ele desencostou e se aproximou de mim.

- Não ficaria mais pobre se você fizesse hora extra, provável que ficasse mais rico. - Disse me olhando firme. - Janta comigo? - Perguntou e eu ri incrédula.

- Está louco? Me trata friamente o dia inteiro e agora me chama para jantar? - Perguntei ainda sem entender e ele sorrio de lado, segurando minha cintura com uma mão.

- Vamos começar direito? - Perguntou. - Recomeçar, paramos numa parte boa no clube, vamos prosseguir nesse caminho. - Afirmou e eu neguei. Ele era louco? Minha opinião não valia nada?

- Eu posso opinar? Eu não vou jantar com você. Eu tenho mais o que fazer. - Disse rápido e ele me encarava.

- Você sabe que não escapará tão facilmente? - Disse me olhando zombeteiro. - Você vai para sua casa agora. - Deu ênfase na "sua casa". - Amanhã faremos algo. Eu não desisto. - Disse firme e eu rolei os olhos. - E detesto que rolem os olhos para mim. - Sua voz firme de quem me censura me fez estremecer.

- Você é louco. - Afirmei incrédula e ele puxou meu corpo para colar ao seu.

- Você não sabe o quanto, docinho. - Sua voz era perigosa e eu grunhi. - Por hora pode ir, mas um beijo não mata. - Disse antes de tomar meus lábios com possessão e tornou um beijo excitante.

Esse cara sabia como enlouquecer uma mulher. Sai de pernas bambas dali e fui para meu carro. Como cheguei em casa, não sei responder. Mas ainda estava em êxtase quando cheguei em casa. Eu sentia os lábios colados ao meu e sua pegada firme em meu corpo. Ele tinha tantas priomessa ocultas que um dia poderia descobrir.  Esqueci o que faria naquele dia. Um dia bom!

Colisão ...O encontro de dois mundos.Onde histórias criam vida. Descubra agora