2. Adolescência

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- Me larga, Luffy! Eu preciso ir pra aula!

- Eu não quero que você vá! Primeiro o Ace, depois você... ninguém mais quer brincar comigo...

- Eu prometo que assim que chegar da escola vou brincar com você, tá bem?

Grace Penelope ia, com dor no coração, para a escola de meninas. Sua mãe insistia que ela tinha que estudar, mas a vontade dela era ficar o dia todo com seus amigos.

Ela tinha agora 14 anos, e já haviam passado alguns meses desde que comeu aquela akuma no mi. Até o momento, só os seus pais sabiam do ocorrido. Porém, era questão de tempo até a marinha descobrir que a fruta havia brotado em uma pequena vila do East Blue, e que uma garotinha aleatória havia comido.

Penny havia se transformado numa adolescente bonita e esbelta. Os cabelos louros, agora menos claros, eram compridos e esvoaçantes. Seus olhos azuis continuavam cintilantes, mas o olhar era mais maduro. Seu corpo havia se desenvolvido bastante, mas não totalmente. Ela não era muito alta, nem muito baixa. Em resumo, a garota continuava linda como sempre havia sido, mas agora atraía olhares de outras pessoas com mais frequência.

As aulas de matemática, história e arte corriam durante a manhã, mas Penelope só queria saber se encontrar seus amigos. Os irmãos Gary e Lily haviam se mudado do East Blue há dois anos, e só restara ela mesma, Ace e Luffy.
Ela sentia saudade dos dois amigos, claro. Mas seu coração apertava mesmo quando se lembrava de Sabo. Sabo... que só queria ser livre e acabou morrendo por isso.

As horas passavam e Penny olhava no relógio, atenta, pronta para sair correndo dali. Ela gostava das outras meninas, mas seus amigos de verdade eram outros.
Ace também havia crescido, e tinha 15 anos. Estava alto, forte, com o corpo desenhado. Continuava o mesmo bobão esquentadinho de sempre. Mas alguma coisa havia mudado na percepção da garota em relação a ele.

Toda vez que via Ace, a menina sentia seu coração disparar. Fosse por estar sempre com o sorriso de orelha a orelha, por ser um de seus melhores amigos, por suas sardas... havia uma série de motivos que Penny poderia pensar. Era a primeira vez que um garoto a fazia sentir dessa maneira.

Isso fazia com que a mesma pensasse nele mais do que o normal. Queria abraçá-lo, beijá-lo... droga, talvez estivesse realmente apaixonada. Mas de forma alguma ela queria que alguém soubesse desse sentimento, muito menos o próprio Ace.

Penelope saiu da aula ao meio-dia, e foi diretamente para sua casa almoçar. Seus planos depois do almoço eram os mesmos, sempre: encontrar os meninos e ajudá-los a treinar para serem piratas. Nessa empreitada eles riam, brincavam e se divertiam como se o tempo não houvesse passado.

Ao abrir a porta de casa, Penny se deparou com alguns rostos conhecidos na sala de estar. Sua mãe, seu pai, e...

- Senhor Garp? O que está fazendo aqui? Quanto tempo!

A garota correu para abraçá-lo, mas notou que todos no recinto não estavam felizes. Aliás, sua mãe estava chorando e seu pai a consolava.

- Penelope... Penny... minha menina querida. - Garp falava com dor no coração - não estou aqui por um bom motivo.

Naquele momento, com aquela frase, a menina sabia. Ela simplesmente sabia.
A marinha já sabia da sua existência.
O governo mundial já estaria atrás da akuma no mi.
Em breve, apareceriam para capturá-la.

No fundo, Penelope já sabia que isso aconteceria em algum momento. Ela só não imaginava que seria tão cedo. Teria se preparado mais, aproveitado mais...

Fire in our hearts | Portgas D. Ace x OCOnde histórias criam vida. Descubra agora