8. Declaração

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Grace Penelope se arrumava em seu quarto para sair em alguns minutos. Ela tinha poucas roupas, e somente um vestido apropriado para ir à boate: um pretinho básico, estilo tubinho. Completando o look, uma jaqueta verde-militar e coturnos pretos. Um coque despojado, deixando parte de suas mechas loiras soltas, e um delineado.

Não era muito, e ela sabia que as garotas que estariam lá provavelmente estariam muito mais arrumadas, com saltos finos e roupas caras.

Ela definitivamente precisaria fazer compras em breve.

Ignorando esse fato, Penny saiu do quarto pronta e se deparou com uma certa quantidade de homens a aguardando para sair.

O cozinheiro Thatch assoviou quando a mulher apareceu em sua frente. Ele não estava acostumado em ter mulheres no navio, muito menos mulheres bonitas.

- Desculpa por deixar vocês esperando - Penelope sorriu - estava tentando encontrar uma roupa adequada.

- E parece que encontrou - Thatch respondeu, a olhando de cima a baixo - mas na verdade estamos esperando o Ace. Ele está demorando mais do que o normal.

Grace estava tão preocupada em causar uma boa impressão nos seus novos companheiros que mal pôde perceber que seu melhor amigo ainda não estava no deck. Ela estranhou, pois quando eram mais novos o rapaz geralmente não ligava muito para sua aparência.

E ela estranhou mais ainda quando o mesmo apareceu no Deck com uma bermuda preta, uma camisa havaiana azul marinho com flores brancas (aberta, mostrando seu abdômen), seu chapéu e colar de sempre. Ele estava extremamente cheiroso, e seu cabelo parecia mais sedoso do que nunca.

Além da garota, Izo, Thatch e Marco, que aguardavam no Deck, também pareciam surpresos com a cena que presenciavam. Portgas se aproximou da mulher primeiro.

- Oi.

- Oi.

- Você está maravilhosa. Como sempre, devo acrescentar.

- Obrigada. Você também está muito bonito.

- Ah, por favor, arrumem um quarto - Thatch suspirou

Ace revirou os olhos.

- Você está sendo inconveniente, Thatch. - Izo apontou.

- Então vamos logo. A festa já começou. - Thatch saiu na frente, liderando o grupo.

Mais uma vez, Portgas e Grace andavam de mãos dadas, o que aparentemente havia se tornado algo comum e natural entre ambos. Atravessando a praia, todos se aproximaram da boate, onde já era possível escutar a música em um volume altíssimo que tocava lá dentro.

Penny podia sentir diversos olhares em si, algo com o que ainda não havia se acostumado. Fosse por estar exibindo suas curvas de uma maneira discreta ou mesmo estando de mãos dadas com o infame Portgas D. Ace, aquela situação não a deixava confortável.

Tentando ignorar esse sentimento, a mulher adentrou o recinto e acompanhou seus amigos ao bar. Todos pediram cervejas e garrafas de saquê, enquanto ela preferiu apenas uma garrafa de refrigerante. Ainda cansada do dia anterior, ela preferia evitar a ressaca e ficar de olho em seus companheiros.

Totalmente absorta em seus pensamentos, Grace bebia seu refrigerante enquanto seus amigos conversavam animadamente.

Percebendo que a garota estava um pouco deslocada, Ace foi até a mesma e a puxou para o meio da pista de dança. Uma música animada dançava e, mesmo sem saber dançar absolutamente nada, a mulher se sentia totalmente segura ao lado dele. Ambos faziam passos desajeitados, totalmente fora de sincronia, mas riam juntos e se divertiam. Como faziam quando eram crianças.

Como nunca haviam se divertido desde então.

A companhia um do outro era como um porto seguro. Eles conheciam um ao outro melhor do que ninguém. Bastava um olhar para que seus sentimentos ficassem expostos.

Distantes o suficiente do resto do grupo, Ace sentiu vontade de beijá-la. E assim o fez, pelo restante da noite.

(...)

Portgas D. Ace estava bêbado. Não apenas isso, ele estava embriagado.
Eram seis da manhã e depois de todos se divertirem a noite toda (alguns mais do que outros, eu diria), e beijarem na boca (Ace e Penelope entre si e o restante com várias pessoas aleatórias), o que mais queriam era voltar para o navio e capotar.

Penny, sóbria, praticamente carregava Ace em seus ombros enquanto o mesmo murmurava frases desconexas. Ela estava morrendo de rir com a situação.

- Por que você (hic) está rindo de mim? - Portgas perguntou conforme adentravam no navio. - você (hic) me odeia?

Grace tentou segurar o riso e se manter o mais séria possível ao responder o garoto.

- Claro que não odeio. Vem, vou te levar pra seu quarto, Ace.

Ace fez beicinho.

- Deixa eu dormir com você de novo... por favorrrrrrr...

Dando um risinho, Penny cedeu e foi em direção ao seu quarto, onde Ace desmoronou na cama e já começava a roncar.

Penelope foi ao banheiro e escovou os dentes, sorrindo com a imagem de Ace deitado em sua cama. Deitando-se ao seu lado, Portgas acordou por um momento para abraçar seu corpo, mas não antes de dizer as palavras que fizeram o coração da garota disparar.

- Você é a melhor coisa que já me aconteceu.

Fire in our hearts | Portgas D. Ace x OCOnde histórias criam vida. Descubra agora