4. Reencontro

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Hoje era o dia mais feliz da vida de Penelope desde que se tornou uma adulta.

Enquanto cumprimentava os companheiros de Ace que estavam naquele bar - Marco, Thatch, Izo e Haruta - a garota não conseguia prestar atenção em mais nada. Ela só conseguia olhar para Portgas com admiração. Por incrível que pareça, ele conseguiu ficar ainda mais bonito nos últimos anos. Ela sentia falta dele, daquelas sardas, do sorriso... ela estava radiante.

Todos os homens ali presentes pareciam curiosos em conhecer a mesma. Quem era ela, o que ela estava fazendo por aqueles lados... mas quem estava mais intrigado era Ace. Ele não a via há tanto tempo e tudo que escutara sobre a mesma foram informações que sabia que não eram verdadeiras.

Ele tinha uma série de perguntas para fazer à garota, mas essas perguntas teriam que esperar até o momento que estivessem a sós.

- Senta aqui com a gente! Vamos comemorar o reencontro de vocês!

Thatch parecia animado por encontrar um novo motivo para beber, comer e celebrar. Grace puxou uma cadeira e se sentou timidamente, acomodando-se no meio de todos aqueles homens. Portgas a encarava com um sorriso despretensioso, quase como se estivesse com vergonha.

- Penelope, temos muitas perguntas para te fazer sobre o Ace.

- Ele sempre foi assim?

- Por que ele dorme enquanto come?

Penny riu e olhou de relance para Ace, que estava vermelho.

- Quando eu o conheci, ele já era assim... Deve ser de nascença.

Todos riram. A garçonete chegou à mesa com porções generosas de comida, e a garota sorriu ao ver seu melhor amigo comendo o que mais gostava: carne. Ele com certeza parecia mais comportado do que antes, mas em essência ainda parecia o garotinho esfomeado de sempre.

Enquanto comiam e bebiam com fartura, Grace e os piratas do Barba Branca conversavam sobre trivialidades, a infância de Ace e da agora mulher, contavam histórias... a mesma sentia como se já fosse amiga deles.

Entretanto, o clima entre os dois amigos estava estranho. Eles definitivamente tinham muito sobre o que conversar, e talvez Penny não estivesse 100% preparada para essa conversa.

Depois de horas de bebedeira, o bar estava fechando, e era hora de Penelope voltar aos seus aposentos. Ela dormia em uma espécie de pousada. Não era o lugar mais luxuoso do mundo, mas era confortável, e isso bastava.

Ace notou que a mulher estava corada por conta da bebida e sorriu com a imagem.

- Vocês ainda estarão por aqui amanhã? - Grace questionou.

- Sim, ainda ficaremos mais uns dias. - Izo respondeu.

- Certo. Então vejo vocês amanhã!

- Que história é essa?! Você vem com a gente! A noite mal começou, ainda temos muito o que comemorar! - Marco estava extremamente empolgado (e bêbado) - para o navio!

Os quatro seguiram rumo ao navio, deixando Ace e Penny um pouco para trás.

- Você vai conhecer meu pai. - ele sorriu. - ele vai adorar você.

Penelope deu um sorriso e entrelaçou seu braço no de Ace.

- Eu também vou adorar conhecê-lo.

(...)

Quando retornaram ao navio, todos os tripulantes olhavam curiosos para a menina loira que adentrava com eles. A mesma se encontrava mais envergonhada do que nunca em conhecer todas aquelas pessoas de uma só vez, e ainda estava um pouco alterada por conta de toda aquela bebida que havia passado a tarde toda ingerindo.

Além disso, Ace estava ali. E ela também estava tímida de estar ao lado dele. Um silêncio desconfortável os acompanhou durante todo o caminho - era como se precisassem colocar aquela amizade nos trilhos novamente depois de anos separados. O fato dele estar ainda mais bonito também não facilitava nada para Grace.

- Pai, vem conhecer a amiga do Ace! - Haruta gritou.

De dentro do navio, surgiu um homem imenso. Imponente, forte, monstruoso. Qualquer um que não o conhecesse tremeria de medo no mesmo momento. Mas Penny sabia que Edward Newgate era um bom homem. Ela estava mais nervosa por conta da timidez do que por qualquer outro motivo.

- Pai, eu quero que conheça a Penelope. Ela é minha melhor amiga desde criança.

- É um prazer conhecê-lo... - a garota sorria - ouvi muitas histórias incríveis sobre o senhor.

Barba Branca a olhou de cima a baixo, tentando assimilar os fatos em sua cabeça. Aquela criatura fofa e gentil era Grace Penelope, ou Ungraceful, como era chamada pela marinha, procurada com recompensa de 300 milhões de berries?

Newgate estava confuso, e tinha perguntas a fazer. Mas antes, iria receber com carinho a mulher que um de seus filhos tanto considerava.

- Bem vinda, garota. Espero que não se incomode com a bagunça que meus filhos fazem - ele deu sua risada característica e todos o acompanharam.

A noite seguia. A temperatura estava absolutamente agradável e as companhias também - visto que todos tinham bebido consideravelmente, a alegria reinava no deck daquele navio.

Penny se afastou um pouco dos demais e se encostou sobre o parapeito do navio, observando o mar. Ao vê-la ali, sozinha, Ace viu como uma oportunidade de conversar com a garota.

- Oi.

- Oi.

- Muita informação pra um dia só, não é mesmo?

Portgas pareceu pensar.

- Na verdade, não. Eu não tenho ideia do que se passou com você nos últimos 5 anos. Você provavelmente sabe das situações onde me meti, mas de você só sei boatos. E seu cartaz de procurada.

O garoto falava com um tom de mágoa. Por que Penelope não havia entrado em contato com ele nos últimos 5 anos? Ela simplesmente sumiu, não enviou uma carta, nada. Ela sabia onde procurá-lo, mas ele não tinha a mínima noção de onde ela pudesse estar.

- Eu sei que tenho muito o que conversar com você, Ace. Mas agora não é o melhor momento.

- E quando vai ser? Quando você for embora de novo?! Quando sumir do mapa sem se importar com as pessoas que se importam com você?!

Grace Penelope estremeceu. Ace não sabia da história toda, mas era injusto dizer que ela tinha largado tudo pra trás como se não se importasse.

O homem percebeu que ela havia ficado chateada, pois a mesma fazia a mesma expressão que sempre fez quando se magoava.

- Desculpa, Grace, eu...

- Acho melhor eu ir embora. - interrompeu.

Penny começou a andar para se afastar do mesmo, mas sentiu a mão quente de Ace segurando seu pulso.

- Não vá, por favor...

- Nós estamos bêbados e tem muita gente aqui. Amanhã é um novo dia e podemos conversar.

Ela saiu, deixando seu melhor amigo para trás enquanto voltava para sua pousada.
Grace chorou quando entrou em seu quarto, e o fez até pegar no sono.
E Ace se sentia o cara mais babaca do mundo.

Fire in our hearts | Portgas D. Ace x OCOnde histórias criam vida. Descubra agora