3: Os dois precisavam de Finney de volta.

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— Gwen, eu quero dormir.

Depois da ligação de Bruce Yamada, Robin continuou se virando na cama por pelo menos uma hora. Infelizmente, ele não pode se atrasar para a escola - e não era porque não queria levar outra ocorrência, e sim porque Finney jamais o perdoaria se deixasse algo acontecer com Gwen no caminho da escola.

— Eu também. - A garota respondeu, os olhos piscando de cansaço. O inchaço incomodava um pouco; só dormiu depois de chorar e ainda acordou no meio da noite.

O que levava ao que Robin estava se segurando para falar.

— Precisamos conversar. É importante. - Robin avisou, seus ombros caindo de frustração. — Se eu ainda estiver acordado, claro.

Só disse isso para Gwen rir, mas obviamente ficaria acordado. Não tinha tempo a perder.

— Ah, sim. Eu também tenho algo a dizer. - Gwen murmurou, acariciando uma de suas tranças. — Quando quer fazer isso?

Robin pensou. Não podia ser naquele momento, estavam no meio da rua, qualquer um poderia escutar. Mas depois da aula já seria muito tarde.

— Gwen, vamos matar aula?

××××

Finney o perdoasse por estar levando sua irmã para o mal caminho, mas Robin tinha suas prioridades.

— Eu espero que você tenha algo muito importante a falar, porque se meu pai descobrir...

— É por uma boa causa, até ele deve entender. - Suspirou, ajeitando a bandana.

Estavam juntos em uma praça, que estava vazia, já que a maioria das escolas funcionavam naquele horário. Havia um parquinho de areia no meio, e era lá onde estavam sentados.

Gwen estava morrendo com a areia pinicando seu pé porque tinha entrado no seu sapato.

— Você primeiro. - Gwen ordenou, cruzando os braços. Quando viu Robin abrir a boca para contestar, se adiantou. — Você me fez matar aula, o mínimo que pode fazer é ir primeiro, seu serelepe.

Robin riu.

— Por dios... É sobre uma pessoa.

Gwen se calou, os olhos brilhando em meio ao inchaço. Não podia ser...

— Você tá gostando de alguém? Que péssimo momento, Robin, sincera-

— Cala a boca, Gwen! - Robin corou, ficando irritado e quase lascando um tapa na cabeça da menina. — Eu não te faria matar aula por causa disso. É sobre o Finney!

O ambiente apenas não ficou silencioso porque a brisa fazia com que as árvores farfalhassem e fizessem barulho. Mas os dois estavam tão imersos no nome "Finney", que, no mundinho esquisito deles, estava silencioso.

— O que... O que você quer falar sobre Finney? - A garota murmurou, abaixando o rosto e deixando todo seu sorriso morrer. — Eu não sei se consigo falar sobre.

— É para ajudar ele. Me escute, por favor.

Tão rápido quanto o rosto tinha abaixado, ele se levantou de novo. A face de Gwen estava chocada.

— Explique. Agora.

Robin passou mão pela areia do solo, brincando com ela para aliviar a tensão dentro de si.

— Eu... Eu preciso te dizer duas coisas. - Gwen o encarou fuzilante, esperando logo pela continuação. — O braço do Finney é um míssil.

Frase irritante, porém necessária.

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