8: "Serei um menino levado."

828 108 238
                                    

A cabeça doía e as memórias estavam bagunçadas. Um cheiro podre atingiu suas narinas, como se não tivessem limpado o lugar há meses.

Foi desta forma que Robin Arellano acordou.

Que dolor del carajo... - Robin resmungou, colocando a mão na cabeça e virando seu corpo para o outro lado. Seus olhos continuavam fechados, tentando voltar a dormir.

Mas a dor não permitia.

Maldición. - O garoto desistiu, abrindo os olhos e se deparando com uma parede estranha que não estava no seu quarto antes.

A questão é que ele não estava em seu quarto.

Foi um "click" para sua mente. Robin se sentou rapidamente, o que fez com que ficasse um pouco tonto.

As memórias da noite anterior atingiram seu cérebro.

— Finn, onde está Finn? - O mexicano olhou em volta, apenas se encontrando em cima de um colchão velho. Finney não estava lá.

A preocupação estava em seu ápice.

Olhando em volta novamente, Robin achou o telefone que as vítimas usavam para se comunicar. Levantou-se para analisá-lo, acabando por descobrir que o fio estava rompido.

O telefone estava quebrado da mesma forma que o seu estava.

—  Maldito, eu vou acabar com ele... - Robin prometeu para si mesmo, querendo acreditar em suas palavras. Estava desesperado e com medo, não lembrava desse sentimento.

Sempre acreditou ser forte o suficiente para se proteger e proteger as pessoas que amava.

Não que ele amasse Finney, é claro. Finney era só... um bom amigo. Sim, era isso.

As vezes em que Finney enfaixou suas mãos depois de uma briga, ou como acabava se perdendo na explicação porque estava observando o quão fofo Finney ficava concentrando, e talvez as vezes que sorria orgulhoso quando seu amigo conseguia realizar um projeto eram sinônimos de amizade.

Mas isso não importava no momento.

Robin correu para a porta enorme que estava em sua visão, apenas para descobrir que estava trancada.

Para Finney, o Sequestrador deixava a porra da porta aberta, mas para ele não? Desgraçado.

O mexicano olhou para o lado, encontrando um pequeno corredor, que só levava a um banheiro podre. A privada não tinha tampa, apenas um rolo de papel e não havia pia.

O Sequestrador não se dava nem ao trabalho de providenciar hábitos de higiene básicos para suas vítimas.

A janela continuava aberta, mas não significava muito. Robin sabia que não cabia nela.

Ou seja...

Robin se encontrava preso, sem saber como escapar, preocupado com Finney e sem o conhecimento do que havia ocorrido com o mesmo, sentia o medo penetrar na sua pele e a inocência de não saber o que iria lhe acontecer atacava como nunca.

Díos, estava tão fodido.

Os espíritos pareciam ler seus pensamentos toda vez que lhe ligavam. Não foi diferente desta vez.

O toque era um pouco diferente do telefone de sua casa, mas Robin não poderia se importar menos. Só correu para atender, tentando preservar a vida de Finney - queria acreditar ao menos que ele estava vivo.

— Acelera o passo, por favor. - Robin suplicou assim que pegou o telefone e colocou no ouvido. — Eu imploro.

— Eu escolho o tempo que eu quero, seu merda! Não me dê ordens, seu desgraçado. Vai ser aqui! O fim da vidinha patética de Finney Blake.

Call For HelpOnde histórias criam vida. Descubra agora