Pela primeira vez nos últimos dias, Robin consegue pegar no sono. O alívio de estar perto de salvar Finney o consola suficientemente para que consiga adormecer.
Ficou um pouco ansioso antes de fechar os olhos, porque queria que Gwen sonhasse logo e o contasse, mas sabia que não adiantava ficar esperando.
Infelizmente, o sono dele foi interrompido por outra ligação.
— ¿Todos los días esto? - Robin resmungou, virando o rosto e tentando voltar a dormir. O telefone parou de tocar.
Suspirou aliviado. Finalmente conseguia diferenciar o telefone de seu quarto e o do corredor. Estava tocando o do corredor desta vez.
Mas sua paz durou pouco, pois o som do toque voltou a soar pela casa.
— La puta madre. - Robin xingou, saindo da cama. Não fazia ideia do horário, só sabia que sua mãe não estava pensando direito quando colocou o maldito telefone no segundo andar ao invés do primeiro. — Mejor que sea algo importante.
O mexicano se levantou, coçando os olhos e bocejando. Seu corpo tremeu com a brisa que entrou pela janela, embora seu pijama fosse de frio.
Dessa vez, estava de meia em casa. Já não aguentava o frio do chão.
Rapidamente, saiu de seu quarto e foi para o telefone do corredor, atendendo com a vontade a sete palmos da terra.
— Ahn? - Robin resmungou, com um claro tom de voz dizendo "você me acordou, desgraçado."
— Robin, eu achei a casa! Eu achei a casa! - Gwen gritou atrás do telefone. — Eu sonhei com a casa e convenci meu pai a me ajudar a procurar. Já chamamos a polícia. Vou voltar para lá.
Para a mente cansada de Robin, isso era muita informação para processar.
— Você achou... a casa? Que casa? - Bocejou novamente e seus olhos piscaram. Alguns segundos de silêncio foram o suficiente para ter um vislumbre em sua mente. — Calma, é o quê?
— Robin, pelo amor de Deus! A casa do Sequestrador, vamos logo!
— E como eu vou saber onde é?
— Se você chegar aqui em cinco minutos, eu te levo lá.
Essas palavras foram suficiente para que Robin desligasse o telefone e corresse para seu armário.
Não sabia se estava ridículo, mas colocou a primeira roupa do armário e a primeira bandana que lhe apareceu. Se fosse para ver Finney de novo, que pelo menos estivesse usando uma bandana.
Robin largou as roupas em cima da cama, sem se importar com a bagunça. Sua cabeça doía por estar se movendo tanto logo depois de acordar, mas ele não poderia se importar menos.
Desceu as escadas, enchendo um copo de água e engolindo tudo em um gole só. Sem sequer avisar sua mãe, abriu a porta e saiu de casa.
Iriam salvar Finney.
Mas, no fundo, Robin ainda tinha aquele pressentimento estranho lhe perseguindo.
××××
— É aqui. - Gwen falou ofegando, depois de andar de bicicleta e levar Robin no banquinho que tinha colocado atrás.
Adoraria ter ido de carro novamente até o local, mas só tinha dois assentos e Gwen conhecia seu pai o suficiente para saber que ele odiaria ficar esprimido com duas crianças.
Quando pararam em frente à casa, as luzes azuis e vermelhas preencheram suas visões pelo canto do olho. Os dois mal conseguiam se conter.
Ao lado dos dois, estava o pai de Gwen, que tinha chamado a polícia. Ele sentiu um desconforto quando Gwen o deixou sozinho na frente da casa do suposto sequestrador de seu filho, mas decidiu ignorar.
VOCÊ ESTÁ LENDO
Call For Help
FanfictionAquele maldito dia de aula em que Robin Arellano faltou foi crucial. Foi apenas este deslize para que Finney fosse sequestrado. A culpa nunca lhe atingiu tanto quanto o momento em que recebeu a notícia. E aquela culpa poderia ser o suficiente para q...