2: Uma nova pista surge: Gwen.

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Quando Robin deixa Gwen em sua casa, ele fica mais aliviado.

— Al menos ella... - Ele suspira, desamarrando a bandana azul de sua cabeça e se jogando em sua cama logo em seguida.

As suas pernas se incomodam pelo jeans apertado. Robin não conseguia deitar de jeans, mas ele não parecia se importar com isso. 

A sua mochila está jogada ao lado da porta do quarto. Contém pelo menos três tarefas para fazer, mas o mexicano não está com cabeça para isso.

E mesmo que estivesse, precisaria da ajuda de Finney, no fim das contas. Mais do que nunca, Robin percebe que seus punhos não são o suficiente para viver.

Finney... - Ele murmura para si mesmo, colocando a mão em sua testa suada - devido ao calor do sol sobre sua bandana. — Por favor, quedarse vivo.

E em silêncio, promete salvá-lo do Sequestrador.

No fundo, Robin sabe que é apenas uma criança e, se até Vance Hopper foi sequestrado, não teria nenhuma chance contra o Sequestrador. Mas a necessidade de trazer Finney de volta supera a sua lógica, e não há nada a se fazer sobre isso.

××××

— ¿Cómo estuvo la clase hoy, hijo mío? - A senhora Arellano pergunta, lavando as panelas usadas para fazer o jantar. — ¿Estás mejor?

Se Finney estivesse ali, ele diria que não entendeu nada. E Robin o responderia: "Como foi a aula hoje, meu filho? Está melhor?"

Fue... buena, yo creo. - Robin mente, colocando a colher com sopa em sua boca. — Ya no estoy enfermo.

Robin riria novamente com a cara de Finney, apenas para traduzir tudo de novo: "Foi boa, eu acho. Eu não estou mais doente."

Sua mãe assentiu. Ela claramente não tinha perguntado sobre seu estado físico, e sim sobre o mental. 

Tengo que salir. Ordena tu armario, puede distraerte. - A senhora Arellano anuncia, deixando bem claro no final que sabia que Robin não estava bem. No fundo, ela ainda era uma mãe.

Está bien, madre. Adiós.

Robin acompanhou sua mãe ir até a porta e sair de casa com os olhos. Ele não podia negar: ela o conhecia demais.

Afinal, como não poderia? Tinha os mesmos princípios do pai.

A senhora Arellano só não sabia que os princípios poderiam ser tão fortes ao ponto de Robin estar disposto de fazer tudo para trazer Finney de volta. 

Até mesmo...

Voy ordenar a mi armario. - Robin sussurra, balançando a cabeça e empurrando a vasilha com um pequeno resto de soupa pela mesa. 

Sua mãe estava certa. Precisava se distrair.

××××

Carajo! - Robin gritou, arrancando um brinquedo amassado entre as diversas tralhas de seu armário.

O bonequinho do protagonista de Operação Dragão que ele tinha furtado de Moose, um dos mil babacas daquela escola - e inclusive um dos que já fez bullying com Finney -, porque achava que ele não merecia ter isso.

Como Robin perdeu esse diamante polido, luz entre a escuridão, peróla de uma concha fechada no fundo do oceano, ouro de uma mina antiga, no meio de suas tralhas?

Jogou o brinquedo em sua cama. Iria dar seu jeito para desamassar.

Finney saberia como desamassar...

Robin se deu um tapa e voltou a xeretar o armário. Remexendo o bolo de roupas velhas que mostravam todos os estilos que seu eu criança e adolescente viveu, o mexicano sentiu algo grande, como uma caixa.

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