Extra: Bolo, farinha e chocolate.

637 83 201
                                    

— Robin, eu não sei fazer bolo. - Finney reclamou, colocando o avental branco que lhe foi deixado. 

— Mas eu sei, então você vai ser meu assistente.

Os dois garotos se encontravam na cozinha da casa da Sra. Arellano. Robin queria revelar seu relacionamento para a mãe, e, embora Finney estivesse se tremendo de ansiedade, resolveram fazer um bolo para recebê-la.

O problema em questão era que Finney não tinha o mínimo de noção sobre cozinha.

— Certo, quatro ovos... - Finney começou a lista, querendo garantir que estava tudo ali. — Os quatro ovos estão aí? 

— Sim! - Robin falou, animado, segurando um dos ovos.

Que infelizmente ele deixou cair.

Oh.

O alimento oval se espatifou no chão, quebrando a casca branca e se espalhando o líquido transparente com a gema amarela. Robin e Finney se encararam por alguns segundos antes de suspirarem.

— Puta merda.

— Bem, temos outro ovo na geladeira. - Finney consolou. — Eu vou limpar isso aqui.

— Não vai. - Robin o repreendeu, tirando Finney de perto do estrago do chão. — Eu que sujei, eu que vou limpar. 

— Mas Robin... - Insistiu. — Você pode começar fazendo o bolo.

Robin era teimoso, os dois sabiam disso. Por que Finney ainda tentava insistir?

— Tá. - Finney deu de ombros. — Eu vou pegar outro ovo e verificar o resto da lista.

Aquele não foi o melhor começo possível para se fazer um bolo, mas tinha sido engraçado. Finney tinha um sorriso doce adornando seus lábios enquanto verificava o resto da lista, às vezes levantando o rosto para ver Robin resmungando e passando pano no chão. 

Robin também o olhava às vezes. Enquanto esfregava produtos de limpeza naquela sujeira que tinha feito acidentalmente, pensava no quanto Finney ficaria bonito concentrado e fazendo bolo. 

Desde que começou a namorar, parou de se repreender por pensamentos tão... homossexuais?

Rótulos não eram importantes, e sim seus sentimentos. Tais sentimentos que revelaria à sua mãe naquela noite.

Estava tão nervoso! Mas também confiante. Independente de tudo, tinha Finney ao seu lado e Robin estava disposto a lutar para tê-lo. 

Eram duas crianças, porém duas crianças que lutaram juntas contra um sequestrador em pró da liberdade e do amor.

Que tipo de história clichê de herói era aquela que Robin estava pensando? "Em pró da liberdade e do amor"? Que ridículo.

— Robin? 

Foi despertado por aquela voz doce, calma, branda, amorosa, carinhosa, perfeita, na medida certa e-

— Você está esfregando o pano no mesmo lugar faz um bom tempo. - Finney riu, colocando a lista sobre a mesa. — Estamos com tudo aqui. Podemos começar agora.

Robin sentiu a vergonha subir em seu rosto. Tinha ficado que nem um idiota esfregando? O que Finney estava pensando de si agora?

Que era meio "lelé" da cabeça?

— Tá bom. - Robin resmungou, jogando o pano na pia - depois pensaria no que fazer com aquele pedaço de tecido sujo de ovo. — Vem cá

Finney se aproximou do balcão enquanto Robin pegou uma grande vasilha. Os dois ficaram lado a lado, com a vasilha e os ingredientes à frente. 

Call For HelpOnde histórias criam vida. Descubra agora