Nos últimos dias, Robin tinha descoberto que a paciência não era sua melhor amiga. Esperar por notícias, ligações, sinais de Finney estavam lhe matando.
Mas agora, a impaciência estava lhe consumindo por completo. Por que o Sequestrador não mostrava a cara logo?
Ao mesmo tempo, Robin sentia aquela ansiedade interna que implorava para que o Sequestrador não aparecesse. Mas acabava se repreendendo, porque se ele não aparecesse, Finney poderia estar em perigo.
Manteve-se sentado enquanto esperava. Os dedos machucados tamborilavam a tampa do encanamento, ansiosos pelo destino iminente.
De repente, um barulho de algo se esticando começou a ressoar pela sala. Robin franziu a sobrancelha, procurando a origem, apenas para ver o telefone na parede se esticando e se contraindo.
Mas que porra era aquela?
As luzes do local se acenderam. Robin se levantou num sobressalto, segurando a tampa e preparando sua posição de luta.
A hora era agora.
A porta pesada se abriu. O suor corria pelo pescoço do mexicano, mas não deixaria isso te impedir.
Pela primeira vez em anos, Robin tinha medo de perder uma luta.
Mas, quando surgiu uma figura familiar pra si, que tinha visto apenas uma vez, Robin se sentiu perdido.
— Nem fodendo. - Aquele esquisito de bigode e de cabelo repartido que tinha atendido a porta na noite de terça-feira estava lá. Mas Robin sabia que não era o Sequestrador; o cabelo e o físico eram diferentes. — Eu sabia que ele estava escondendo algo, mas não imaginei que fosse...
— Puta merda. - Robin respondeu de volta. — Deixa eu passar, por favor. Eu preciso achar o Finney.
As mãos tremiam. Se pudesse evitar uma luta direta com o Sequestrador, com certeza o faria.
— Calma, garoto. Meu irmão não está aqui, ele saiu para trabalhar. Eu sou o Max. - Max falava de forma ansiosa, mas Robin não sabia se era porque tinha descoberto a verdade sobre seu irmão ou se era pelo fato de ter um garoto preso em sua casa. — Você é Robin Arellano, não é? Começaram a distribuir seus cartazes hoje cedinho.
Espera. Que horas eram? Dormiu da noite até o amanhecer inteiro?
— Sim, sou eu.
— Quer saber como eu descobri que você estava aqui? - Max sorriu, mas antes que Robin pudesse negar sua pergunta, a porta foi empurrada novamente, mostrando a silhueta de alguém.
O Sequestrador tinha um machado e descia as escadas rapidamente. Antes que Robin pudesse gritar para Max, a cabeça do homem já tinha levado uma machadada.
Sangue escorreu, o corpo andou alguns passos até cair e dar seu último suspiro. A morte tinha vindo lhe buscar por acidente.
Robin não conseguiu gritar. Não soube reagir. Ele nunca tinha presenciado um assassinato antes. Os seus olhos estavam completamente abertos junto com a boca, que tentava tirar algum som de dentro.
Era tão assustador e asqueroso. A sensação de não poder fazer nada enquanto assiste alguém morrer era a pior.
O Sequestrador pegou o machado de volta, ciente do choque de Robin.
Agora a testa e as mãos do mexicano suavam. Ele se sentia fraco, queria soltar a tampa do encanamento e desistir de reagir contra, queria deitar naquele colchão velho até que eventualmente fosse morto.
— Sinto muito por isso. - O Sequestrador sorriu. Estava sem a parte de baixo da máscara, revelando metade de seu rosto. — Meu irmão era um idiota, mas... era meu idiota. Agora você encontrou os meninos levados, Max.
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Call For Help
FanfictionAquele maldito dia de aula em que Robin Arellano faltou foi crucial. Foi apenas este deslize para que Finney fosse sequestrado. A culpa nunca lhe atingiu tanto quanto o momento em que recebeu a notícia. E aquela culpa poderia ser o suficiente para q...