Quantidade de palavras: 1097
_____________________________________Quando recobrei meus sentidos, me vi deitado em uma maca de hospital. Os lençóis eram brancos, assim como minha roupa. Meu corpo inteiro doía, e minha cabeça latejava de dor.
Ao meu lado esquerdo havia uma mesinha de madeira clara com crisântemos brancos¹ num vaso de vidro com água limpa.
Já à minha direita estavam dois olhos carmesim me encarando com uma expressão de preocupação. Seus cabelos castanhos e longos estavam úmidos, de vez em quando pingavam gotas d'água sobre seus ombros. Haviam algumas faixas cobrindo seus pulsos e seu antebraço esquerdo.
Tudo estava confuso em minha mente. Eu havia desmaiado? Mas, antes que eu pudesse proferir algo, uma enfermeira entrou na sala. Ela era alta, tinha cabelos escuros presos num coque e sua pele era clara. Era bonita.
– Vejo que ele acordou.
A enfermeira disse.
– Por favor, me diga que ele vai ficar bem.
O homem ao meu lado implorou, levantando da cadeira que estava sentado.
– Ele irá ficar bem sim, mas agora, ele precisa de descanso. Senhor, por favor se retire.
Disse a enfermeira com um tom calmo.
– Eu preciso ficar com ele!! Ele não vai conseguir ficar sem mim!! Não é mesmo Aoto??
Ele disse com um quê de desespero na voz. A última frase saíra mais como uma ameaça, já tinha me acostumado. Não respondi.
– Por favor senhor Masaru², se retire. É para o bem dele, além de que seu tempo aqui já acabou.
Seus olhos me encararam novamente. Agora eles eram como roseiras cobertas de espinhos, que só de me aproximar eu poderia me cortar profundamente.
– Tudo bem, tudo bem...
Ele havia saído da pequena sala de hospital. Sentia o ambiente mais calmo.
– Sente algo, querido?
A enfermeira me perguntou assim que a porta se fechou. Balancei a cabeça negativamente, apesar das dores em todo o meu corpo, principalmente na cabeça.
– Trate de descansar, logo voltarei para te ver e passar seus medicamentos.
Sua voz saía suave e amigável. Ela saiu. E eu aproveitei para analisar a mim mesmo.
Apalpei a lateral direita da minha cabeça para ver se o corte ainda doía, porém meu toque foi bloqueado por umas faixas coladas em seu lugar. Percebi que meu estômago e ferimentos agora estavam cobertos por faixas também.
Tentei me lembrar o porquê desses tantos hematomas. E quando finalmente me lembrei gostaria que não tivesse o feito. Então fui dormir para tentar esquecer novamente.
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Acordei com uma voz masculina desesperada gritando meu nome. E uma outra voz feminina falando coisas como "Se acalme".
Abri meus olhos e vi duas silhuetas escuras por conta da luz forte que vinha de cima. Essa luz me deixava tonto. Demorou um tempo para que eu pudesse reconhecer quem eram. A silhueta da esquerda era a enfermeira, e a silhueta da direita era Masaru.
Quando eles perceberam que acordei, o homem à minha direita finalmente se acalmou. Sabia que essa preocupação toda não era verdade, mas não comentei sobre isso.
– Graças a Deus você acordou! Tentamos te acordar inúmeras vezes mas você não dava nenhum sinal...
Ele disse.
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#‹𝑶𝒍𝒉𝒂𝒓 𝑪𝒂𝒓𝒎𝒆𝒔𝒊𝒎˚₊
Romance• Iniciada: 27/09/2022 • Terminada: ??? Aoto é um rapaz que resolveu fugir de casa e ir morar com seu ficante da época, no qual, com o tempo, se mostrou completamente agressivo e controlador. Mas, o que aconteceu com ele? O que aconteceu? Em u...