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Quantidade de palavras: 1387
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Eu acordei num hospital, em um quartinho estranhamente familiar. Estava com uma dor de cabeça insuportável, partes do meu corpo entorpecidas. Uma mulher de cabelos negros presos num coque entrou na sala, e assim que percebeu que estava acordado, exclamou:

– Querido!

Era Sayu.

– Você disse que não sairia mais daquele jeito...

Seus olhos encheram-se de lágrimas. Me sentia incapacitado de responder. Ela continuou a falar:

– Se você fizer isso mais uma vez... eu juro...

Assim que percebeu minha cabeça baixa, parou de reclamar.

– Você não tem noção da preocupação que fiquei quando chegou aqui.

Ela passou a manga do jaleco em seus olhos para secá-los.

– Eu... quero morrer, Sayu.

Ela olhou-me assustada.

– Eu não aguento mais. Eu quero morrer, Sayu.

Agora meus olhos se encheram de lágrimas. Ela andou até minha direção.

– Não diga besteiras como essa.

– Eu não estou dizendo besteiras. Estou dizendo a verdade. Eu não quero mais continuar aqui. Para que vou viver agora? Eu quero morrer, Sayu.

Ela se surpreendia cada vez mais com meu discurso.

– ... Me mate.

– Está louco, Aoto?! Não vou fazer isso! Ninguém vai!

– Masaru vai.

Eu sorri. Sayuri apertou um botão e vários médicos entraram no quarto, me aplicaram alguma coisa e meus olhos pesaram.

Acordei novamente e ao contrário do que via pela primeira vez que acordara, estava tudo escuro. Não havia ninguém na sala, mas logo isso mudou. Um velho senhor entrou na sala, juntamente de um casal. Eles acenderam as luzes e reconheci todos os rostos.

O velho senhor era o avô de Haruki, e o casal, eram seus pais.

– Aoto, filho...

O avô começou. Eu ainda estava muito confuso.

– Por que está aqui?

Perguntei a ele, que me olhou com pena.

– Nós três te encontramos caído no chão ontem de madrugada.

Não fazia sentido. O sr. Kato ia para cama cedo, não podia ter ficado até de madrugada acordado. Mas não ousei discordar, temia saber da verdade.

– Eu gostaria de saber... O que aconteceu, meu filho? Você saiu de lá do nada, sem nem ao menos avisar...

Assim que suas primeiras frases saíram de sua boca, tremia ao lembrar de tudo que aconteceu.

– Com licença... Você não era o amigo do meu filho?

A mulher deu um passo à frente.

– Se sim, você deve saber o que está acontecendo com ele... por favor, eu lhe imploro, ele está completamente desanimado, ele tentou... ele tentou...

A mulher andou até minha direção cambaleando, chorando desesperada. O homem que anteriormente estava ao seu lado, foi até ela para socorrê-la.

– Querida, sente-se.

#‹𝑶𝒍𝒉𝒂𝒓 𝑪𝒂𝒓𝒎𝒆𝒔𝒊𝒎˚₊Onde histórias criam vida. Descubra agora