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Quantidade de palavras: 2381
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Assim que vi sua figura sentada ali, em minha frente, meu único pensamento era voltar para meu quarto o mais sorrateiramente possível. Porém meu primeiro passo já foi o suficiente para chamar a atenção dele. O chão de madeira soltou um ruído ensurdecedor em meio àquele silêncio todo da madrugada, então, Haruki rapidamente levantou da cadeira e veio ver o que aconteceu.

- Aoto? Por que está acordado?

Perguntou. Ele possuía uma posição de ataque. Com certeza pensou que eu era um assaltante.

- Eu só fui tomar um ar.

Respondi. Me peguei pensando na estupidez da minha atitude repentina, quem vai tomar um ar às quatro da manhã?

- A essas horas? Você enlouqueceu de vez? Está muito frio lá fora, você poderia ter pego um resfriado!

Advertiu. Agora eu tinha um mínimo de consciência do que eu fiz.

- Desculpa...

Era tudo que eu podia fazer. Ele soltou um suspiro.

- Vá dormir, Aoto. Você terá um dia cansativo amanhã.

Ele tinha razão; ia sair amanhã cedo em busca de emprego, só voltaria quando tudo estivesse fechado. Qualquer emprego estava ótimo, só queria entrar pro mercado de trabalho rápido, para assim começar a subir e conseguir uma renda boa.

- Aliás, por que você está acordado também? Aconteceu alguma coisa? Eu te vi sentado na mesa da cozinha.

Perguntei. Sabia que tinha acontecido algo, e se eu pudesse ajudar, eu ajudaria; Haruki tem feito muito por mim, e eu queria retribuir esse favor.

- Não aconteceu nada demais, não se preocupe.

Hesitou antes de começar a falar, era óbvio que estava acontecendo algo.

- Haruki, eu te conheço a tempo o suficiente para saber que você está passando por algo, por que não me fala? Eu só quero retribuir o que você faz por mim!

Ele segurou minha mão com ambas as suas.

- Eu sei que você quer retribuir Aoto, mas você não pode saber pelo o que eu estou passando, e mesmo se pudesse, isso é muito mais complicado do que você pensa. Se você quiser mesmo ajudar, sugiro que não tente entender o que realmente está acontecendo.

Afirmei positivamente com a cabeça e fui direto para meu quarto. Haruki estava muito estranho, percebia isso de longe, mas como ele pediu, vou permanecer calado sobre o assunto. Pelo menos por agora.

Acordei e eram umas cinco da manhã, levantei rapidamente e me troquei. Estava vestido numa camiseta escura, juntamente com casacos duplos, sendo um deles azul e outro bege, com uma calça cor creme, e um acompanhamento com luvas. Nem tomei café e já fui saindo.

- Já vai?

Era a voz do avô de Haruki.

- Sim, não se preocupe.

Afirmei para ele, dando um leve sorriso para tentar, inútilmente, tranquilizá-lo.

- Não vai nem comer? Você pode acabar passando mal se não comer nada!

Repreendeu.

- Eu vou comer algo na cidade, sério, não se preocupe.

Ele me encarou por um tempo, e no momento que virei minhas costas para pegar os sapatos na prateleira, senti um braço pousar ao redor de meus ombros suavemente.

#‹𝑶𝒍𝒉𝒂𝒓 𝑪𝒂𝒓𝒎𝒆𝒔𝒊𝒎˚₊Onde histórias criam vida. Descubra agora