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Quantidade de palavras: 1166
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Eu. Haruki. E o pai dele. Sentados na sala, enquanto o sr. Kato me encarava intensamente, Haruki ao lado dele, enquanto eu estava na poltrona, sozinho.

- Então, Aoto... Quais são suas intenções com meu filho?

Engoli a seco, juntamente com Haruki. Quase tive vontade de rir com a pergunta tão clichê, mas a tensão não deixava.

- É... hm... acho que... talvez...

Tentei falar, mas minha língua embolou, eu fiquei nervoso com o olhar intenso do pai de Haruki e nada além de enrolação saiu.

- Pai, pare de perturbar o coitado.

Haruki ia se levantar para me socorrer, mas o sr. Kato o parou com um gesto de mão. Mesmo não querendo, amaldiçoei o pai de Haruki mentalmente.

- Não estou brincando.

Tremi, confesso. O sr. Kato suspirou e se levantou, vindo na minha direção. Eu já estava frio. Desde quando a presença do pai de Haruki era tão esmagadora?

- Eu só espero que não seja um marginal.

- Pai!

-Tá bom! Tá bom! Estou saindo!

O pai de Haruki ergueu os braços, como se estivesse se rendendo, antes de sair para fazer sabe-se-lá o quê na rua com a sra. Kato.

- Se comportem.

Ele disse, na porta, sorri timidamente para ele, enquanto Haruki não tinha expressão nenhuma. O sr. Kato foi puxado pela sra. Kato. Agora eu e Haruki estávamos a sós em casa pela primeira vez em um bom tempo. Ele veio na minha direção, se sentando no braço da poltrona.

- Meu pai é um saco mesmo, não se preocupe.

- Não diria "um saco", só um pouquinho... amedrontador.

- Nah, ele não é isso tudo.

- Não é você que parece que vai ser morto só com o olhar dele.

Ele gargalhou, mas de repente sua expressão ficou séria.

- Aoto...

O olhei preocupado. Fiquei com medo do que estava vindo. Ele saiu do braço da poltrona e veio até minha frente, erguendo a mão para me ajudar a me levantar.

- Quero te mostrar algo.

Eu praticamente gelei, mas segurei a mão dele. Haruki me levou até o quarto dele e se sentou na borda da cama, perto da cabeceira. Me sentei ao lado dele, enquanto ele pegava algo da gaveta. Até onde conseguia ver, era uma carta aberta e um pouquinho rasurada, como se uma vez houvesse caído água sobre ela.

- Eu fiquei em dúvida se te mostrava... Mas...

Haruki hesitou, passou os dedos suavemente na carta e me entregou. Foi quando vi, ali no canto, escrito numa caligrafia impecável: Ren, que me caiu a ficha.

Haruki pareceu notar o meu tremor, porque colocou a mão no meu ombro.

- Não precisa ler se não quiser... É só que... eu estou em dúvida sobre algo...

Abri a carta com um pouco de receio. A caligrafia antes perfeita estava um pouco borrada em algumas partes, o que me fez arrepiar. Eram lágrimas, de Haruki ou de Ren, mas eram lágrimas.

Li cada palavra daquela carta penosa, e a cada uma delas era cada vez mais difícil conter minha agonia. Haruki segurou minha mão. Vi o pedido final que Ren deixou na carta e olhei para Haruki, baixando a carta.

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⏰ Última atualização: Jul 05 ⏰

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