#‹𝑶𝒍𝒉𝒂𝒓 𝑪𝒂𝒓𝒎𝒆𝒔𝒊𝒎˚₊

#‹26

Quantidade de palavras: 1760
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Fazia dois dias que estava pensando sobre Haruki. Ele não saía da minha cabeça.

Eu estava em dúvida se o amava ou se apenas estava me iludindo. Eu estava em dúvida se o perdoaria. Deveria? E se eu me arrependesse? E se ele me magoasse de novo, e de novo, e de novo...? Será que ele merecia o meu perdão? Será que Haruki merecia uma segunda chance? Será que dessa vez eu estaria fazendo a escolha certa ao perdoá-lo?

Meu peito ainda não sabia se controlar quando pensava nele. Minhas mãos começavam a suar só em falar dele. Minha respiração ficava completamente desregulada quando ele estava por perto. Pelo que sei de amor, são esses os sintomas, não são? Eu não deveria ter parado de senti-los? Não deveria ter parado de senti-los desde que ele me bateu? Isso era alguma peça que meu corpo estava me pregando?

Não era difícil de descobrir que eu ainda amava Haruki, o que me deixava receoso era o medo de perdoá-lo e ele se tornar um controlador do mesmo jeito que ocorreu com Masaru. O meu medo sempre foi Haruki se tornar um Masaru e eu passar por toda aquela angústia novamente. Mas... uma coisa eu pensei quando percebi que estava apaixonado por Haruki:

Haruki não era Masaru.

E nunca seria.

Será que agora isso era tão verdade? Se ele havia me batido, o que mais poderia fazer? O que mais ele era capaz de fazer? Será que ele era capaz de deixar de ser um gentil, carinhoso, doce e romântico para virar um controlador, agressivo e egoísta Haruki? Isso era possível? Era possível Haruki ser o mesmo tipo de Masaru?

Minha mente estava colapsando. Eu acho melhor conversar com ele primeiro, assim saberei se ele merece ser perdoado ou não. Mas de uma coisa eu tinha certeza: eu ainda o amava.

Dei uma desculpa para ir ao banheiro e mandei uma mensagem para seu contato que até então, estava bloqueado.

Haruki, vou passar na sua casa no domingo. Estou pronto para nossa conversa.

Respirei fundo. Nós iríamos conversar, se ele fosse decente em seus argumentos, eu o perdoaria. Senão, iria embora de uma vez e me obrigaria a esquecê-lo.

Estava tudo bem, tudo ia correr bem.

Ele estava digitando. Me engasguei com minha própria saliva e esperei ele terminar, mas parecia estar levando uma eternidade. Quando me levantei para sair, o celular apitou e apenas vi a mensagem de relance antes de desligar o celular:

Leve o tempo que precisar, Aoto.

Senti meu rosto ficar quente. Enfiei o celular no bolso novamente e tentei esquecer aquelas palavras, mas elas ficaram gravadas em minha mente.

Vou pensar bem, Haruki.

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Eu estava indo para casa, quando Daw apareceu para me atazanar. Ele passou seu braço ao redor dos meus ombros.

- Que cara era aquela que você fez quando saiu do banheiro ein, Aoto? Por acaso estava fazendo algo lá dentro?

Ele cutucava minha bochecha com sua mão livre.

- Desde quando você observa cada passo meu? E que cara eu estava fazendo? Você está louco?

A nossa distância se tornou ainda menor e ele riu.

- Você estava todo vermelhinho quando saiu de lá. Seu...

Coloquei minha mão sobre sua boca, para que não pudesse mais falar qualquer coisa obscena em público. Mas ele lambeu minha mão logo em seguida.