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Quantidade de palavras: 1150
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A semana estava tomando um rumo comum. No domingo, era mais ou menos meio-dia quando Sayuri disse que precisava sair. Em algumas horas, ela bateu na porta, e quando abri tive uma surpresa se escondendo atrás de suas pernas.

- Ai, querida, não é preciso ter medo, esse é o amigo da tia.

Disse ela, sorrindo. Uma garotinha de cabelos negros e olhos verdes, como os de Sayuri. Tentei sorrir, para mostrar à garota que não era uma ameaça. Pareceu funcionar para ela, pois em um instante ela saiu de seu esconderijo atrás das pernas de Sayuri.

- Tia, é ele que vai cuidar de mim enquanto você e a mamãe vão estar no hospital?

Sayuri ajoelhou-se diante da garota, sorrindo e acariciando sua cabeça.

- Já te falei, querida. Ele é um amigo, você pode ficar à vontade perto dele. Ele é uma pessoa confiável, Ai.

Ela me olhou de canto de olho, ainda desconfiada.

- O que é uma pessoa confiável?

Sayuri riu, deixei escapar um sorriso.

- Uma pessoa boa, que se pode confiar, agora, tenho que ir. Cuide bem dela, docinho, vou estar de volta amanhã. Se divirtam!

Ela deixou a casa, me deixando sozinho com a criança. Nunca havia ficado de babá, estava deveras nervoso. A criança também não parecia expressar um sentimento diferente do meu.

- Então... o que você gosta de fazer?

Perguntei à ela. A menina ficou calada por um tempo, mas depois respondeu timidamente:

- Gosto... de assistir televisão e pintar...

Murmurei positivamente, optei por procurar algumas folhas e lápis de desenho. Não sei se a mãe da garota gostaria que eu a expusesse às telas por muito tempo.

Depois de um bom tempo procurando sem sucesso, deixei meu ego de lado e tentei perguntar à menina, que estava sentada quietinha no sofá.

- Seu nome é Aiko, certo?

Ela levantou a cabeça para me olhar, e acenou positivamente.

- Ah, então, Aiko, você sabe onde ficam os papéis e lápis de cor?

Já sentia minha voz tremer por conta da vergonha de fazer uma pergunta tão idiota.

- Ué, você não sabe?

Ela realmente parecia surpresa. Olhei para baixo, engolindo toda essa humilhação.

- Não...

A garotinha riu, se levantou, segurou minha mão e guiou-me até a lavanderia, onde estavam as coisas.

Voltamos para a sala e enquanto a garota desenhava, eu estava com um celular em mãos, mas ainda olhando-a. Estava nervoso só por causa de um ser humano com um metro a menos que eu, estava me sentindo ridículo.

Estava anoitecendo e a garota não havia se cansado de desenhar. Pensava se ela estava com fome, já que não comera nada desde que chegou.

Quando ia perguntar à garota se ela queria que eu fizesse algo para comer, ela finalmente se levantou e veio até mim animadamente para mostrar seu desenho.

Confesso, fiquei surpreso com as habilidades de desenho da garota.

- Uau, está lindo. É tia Sayu?

#‹𝑶𝒍𝒉𝒂𝒓 𝑪𝒂𝒓𝒎𝒆𝒔𝒊𝒎˚₊Onde histórias criam vida. Descubra agora