A Caçadora

308 23 17
                                    

Estou fodida. Ou melhor, vou ser fodida em breve. Em todos os sentidos.

Harley decidiu, após descobrir o quão mentirosa e traidora eu sou, que quer me foder no quarto vermelho e conhecer Kaya. Isso significa que minha amada loirinha quer assumir controle da nossa relação desigual. Quer me subjugar como sua escrava, me torturar, bater, foder o meu cu e depois fazer algo com Kaya. Provavelmente matá-la. Eu realmente não sei. Decidi, há muito tempo, que não ia ficar tentando adivinhar os próximos passos da Harley. É impossível mesmo. Só gasto energia à toa.

Não posso negar nenhum dos seus pedidos depois da cagada que fiz. Se eu quiser mantê-la aqui - e não há nada que eu queira mais neste mundo - vou ter que ceder a todos os seus apelos e fazer todas as suas vontades, custe o que custar. Eu só não sei qual será o preço de tudo isso que ela me exige agora, encarando-me com estes olhos azuis recheados de ódio, afiados como uma faca de caça.

Puta que pariu. Isso é para eu aprender a nunca mais mentir e me colocar em situações fodidas como deixar a maldita da Kaya me chupar depois de tudo o que passamos. Onde diabos eu estava com a cabeça? Sem trocadilhos, por favor. Claro que eu estava com a cabeça enfiada na boca dela, mas...

Bem, que se foda. Agora é tarde para qualquer arrependimento.

— Quer ir ao quarto vermelho agora? — pergunto.

Ela assente sem demonstrar emoção, embora seja óbvio por toda a sua postura corporal que Harley está puta da vida e louca para comer o meu cu - no pior e no melhor dos sentidos.

— Okay, então. Vamos lá.

Pego a chave do quarto e vou com ela até o andar debaixo sem ao menos tocar em sua mão. Até pensei em oferecer, mas diante do olhar que recebi, achei que seria uma estupidez.

Harley me acompanha até o quarto e assim que entramos no mesmo, eu entrego a chave em suas mãos, porque a partir daqui é ela quem assume todo o controle da situação.

— Pode fazer o que quiser a partir de agora. — aviso.

Harley me encara de uma forma que me faz sentir dor e uma vontade esquisita de chorar. Algo a que não estou habituada. Mas respiro fundo e me mantenho firme. Então ela tranca o quarto, guarda a chave no bolso de sua calça de moletom e olha ao redor.

— Tire as suas roupas. — sua voz é fria e distante.

A obedeço e me desnudo rapidamente.

Ela me encara e seus olhos azuis são duas pedras de gelo. Em momento algum seu olhar cai sobre meu corpo. Ao menos não ainda. Então se aproxima de mim em passos lentos até não haver espaço pessoal.

— Você é minha?! — não sei até que ponto é uma pergunta ou indagação.

De qualquer forma, só há uma resposta para isso:

— Sim.

— Me dê seus pulsos.

Eu obedeço. Ela pega uma algema sobre a mesa e volta até mim, prendendo meus pulsos.

— Deite-se na cama de bruços com os braços esticados para cima. Não se mova nem diga nada até eu mandar.

Nunca estive numa situação assim antes. Não sei o que é me submeter a alguém. Nem sei se isso é algo que me daria prazer. Mas, até agora, estou mais que disposta a continuar. Porque sei que Harley precisa disso. Talvez eu também precise.

A obedeço. Me encaminho até a enorme cama, subo na mesma, deito de bruços e estico os braços que estão presos pela algema. Respiro fundo com o rosto para baixo, mirando o lençol branco. Sinto meu corpo estremecer antes mesmo de Harley subir na cama após alguns minutos. Não sei exatamente o que ela fez, porque só olhei uma vez, de relance. Acho que estava se despindo e pegando mais algum outro brinquedo. Provavelmente um strapon para me foder. Eu não sei dizer realmente. Só sei que, independente do que seja, não tenho um bom pressentimento sobre o que acontecerá a seguir.

A Caçadora [harlivy]Onde histórias criam vida. Descubra agora