A Vítima

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Estou radiante de felicidade!

Então o amor é isso? Estado agudo de felicidade que faz a gente se sentir como se estivesse flutuando mesmo com os pés no chão, trancada no subsolo de uma casa no meio do mato?

Caralho, em que momento da minha vida eu pensei que pudesse sentir algo semelhante ao que estou sentindo agora? Provavelmente nenhum. Uma ideia vaga deve ter surgido em minha cabeça na infância numa tarde de sábado quando fui em um brinquedo que se assemelhava à uma montanha-russa, mas depois disso minha vida se tornou uma série infinita de acontecimentos banais e sem significado.

Foder é bom demais. Foder com amor é ainda melhor. Como eu sei disso sem nunca ter experimentado transar aleatoriamente? Ora, eu simplesmente sei. Há coisas que a gente intui.

Ivy é tão gostosa. E, apesar de ter um pau enorme que me rasgou a ponto de me fazer chorar de dor, ela até que foi bem cuidadosa e romântica. A forma como me encarou o tempo todo, a calma com que agiu desde o início, o jeito que eu sei que ela precisou se segurar para não me foder com força... Perfeita. Pamela é perfeita, embora às vezes eu queira socá-la.

Estou perdidamente apaixonada por uma criminosa e tal qual na música de Britney Spears, esse amor não é racional. É físico. Completamente físico. É algo animalesco, como se fossemos bichos que não sabem se comunicar de outra forma senão através do toque. E não estou falando de sexo. Estou falando de todo e qualquer tipo de toque.

Me lembro como se fosse ontem da minha chegada aqui. Ivy me tocou desde o início. Me segurou nos braços para eu não desmaiar no chão, me segurou em todas as vezes que surtei e comecei agredi-la. Desde sempre nós duas temos um contato físico poderoso e constante, que foi crescendo até explodir nesse sexo delicioso que acabamos de fazer.

Depois de ter uma primeira vez inesquecível, acabo adormecendo nos braços da minha amada, porém acordo no meio da noite com uma fome insaciável...

— Harley? — a ouço chamar na quase completa escuridão do quarto, com a voz rouca e o tom confuso.

Eu acabo de descobri-la, me livrando da coberta e estou beijando sua barriga lisa e descendo em direção ao que realmente quero.

Antes mesmo da minha ruiva abrir os olhos, quem desperta é aquilo que mais anseio agora: o seu pau.

— O que está fazendo? É tarde...

— Fiquei morrendo de vontade de te provar. Não vou conseguir dormir enquanto não fizer isso.

— Puta merda!

Ela rosna quando eu agarro seu pau, segurando firme nele. Então beijo sua cabeça, que à meia luz me parece mais vermelha que rosada. Lambo-a várias vezes antes de abocanhar, chupando com vontade. Ivy geme alto e estremece. Acho que ela finalmente acordou.

**

No dia seguinte, eu rolo para o lado da cama em busca do corpo dela, mas não há nem sinal de Pamela, exceto seu cheiro amadeirado que se fixou no lençol e no travesseiro. Me ergo depressa na cama e olho ao redor na esperança de vê-la em algum canto do quarto, mas a filha da puta não está aqui.

Como ela ousa despertar antes que eu, e ir embora depois da nossa primeira noite? O mínimo que se espera dessas circunstâncias é acordar ao lado da pessoa.

Que raiva!

Levanto emburrada e vou tomar uma ducha. Apesar da raiva e frustração, acabo sorrindo ao lembrar de tudo que rolou nas últimas horas. A verdade é que mal dormi, porque depois de chupá-la bem gostoso, fiz Pamela me comer de novo, só que dessa vez de ladinho e sem pressa.

A Caçadora [harlivy]Onde histórias criam vida. Descubra agora