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- 𝑨𝒏𝒚 𝑮𝒂𝒃𝒓𝒊𝒆𝒍𝒍𝒚 -

9 de outubro.
Isso significa, aniversário.
De quem? Any Gabrielly.

Eu « odeio » o meu aniversário.
Na verdade, eu adorava. Mas a partir do momento em que comecei a frequentar a escola, eu comecei a odiar.

Priscila tentava estar limpa em datas especiais, então sempre fazia um bolo decorado com algum desenho ou algo que eu adorava na altura, costumávamos levar para a escola para cantar parabéns mas as piadas sempre eram as mesmas.

" deveria ser bolo de banana "
" você deveria assistir desenho de macaco "
" macaco não tem bolo de aniversário"
" achei que você só gostava de bananas"

Muitas das vezes a escola fazia uma pequena festinha na sala por causa dos aniversários mas nos meus, os professores também pulavam a festinha e os coleguinhas levavam apenas bananas para o lanche para celebrar o aniversário da " macaca da classe ".
Até que eu peguei algum tipo de trauma e matava aula no meu aniversário.

Nunca mais vi motivo para celebrar até porque é mais um ano em que o meu plano falhou.
Mais um ano que vivi contra a minha vontade apenas com medo de deixar a minha mãe sozinha e a ver afundar-se nas drogas, ou não ver, mas saber que o faria.

E também na esperança idiota e ridícula de encontrar alguém que me amasse do jeito que eu "mereço", se é que eu o mereço.
Priscila pediu para apagar aquelas memórias da cabeça e eu fingi que o fiz há muito tempo mas nunca deu certo, elas me assombram o tempo todo.

- Any, já pedi para descer, você tem de se alimentar. - Josh bateu à porta mais uma vez num espaço de cinco minutos. -

- eu já vou! - gritei meio abafado com o rosto enterrado no travesseiro sem vontade alguma de me levantar. - uns quinze minutos e eu desço.

Tomei um banho de dez minutos e nos outros cincos me limitei a vasculhar o guarda roupa para vestir algo decente.
Peguei num vestido verde, não muito escuro, com detalhes de flores brancas.
Coloquei a peça de roupa com uma jaqueta branca porque está frio e bota a combinar com pouco salto.

- Bom dia, Any. - Bailey sorriu fraco e eu retribuí. -

- bom dia flor do dia. - Noah me deu um beijo na bochecha. -

- bom dia rainha! - Krystian abriu um sorriso meigo. -

Me sentei para comer as torradas e o suco de laranja e dei graças a Deus por eles nem sequer se lembrarem de que é o meu aniversário.

- o que vocês vão fazer hoje? - perguntei curiosa e cheia de esperança de que sairiam e me deixariam sozinha em casa. -

- Nada, eu acho. Apenas vamos traçar um mapa para um roubo à casa de um homem que tentou matar o Josh só porque ele é mais falado do que a sua máfia. - Noah explicou. - vamos montar o plano e ficar o dia inteiro no escritório.

- ah, entendi. - sorri satisfeita e então levei as minhas coisas para a cozinha. -

- você não tem de lavar nada, esse é o meu trabalho. - Helena falou simpática. -

- eu quero me distrair e também ajudar. - falei sincera. -

Olhei para o relógio marcando 10:45 da manhã, achei estranho as meninas não me ligarem desejando feliz aniversário já que elas tentam sempre me animar nesta data.

- vai fazer o quê Anyzoca? - Noah perguntou curioso. -

- dormir, estou cansada, ontem fiquei até tarde a estudar e rever conteúdos da faculdade. - menti, dormi às nove da noite para não pensar mais no dia seguinte. -

Ele assentiu com a cabeça e então eu subi as escadas.

- ah, só você me entende. - olhei para o passarinho. - obrigada por se lembrar que é o meu aniversário. Okay.. você não sabe mas, obrigada. - dei de ombros. -

Eu não queria que os meninos se lembrassem e fizessem um escândalo mas o " feliz aniversário " das meninas me fazia sentir melhor, e também estar com a minha mãe neste dia era especial, ela estava limpa, animada..

Me deitei na cama mesmo com o vestido, tirei apenas a jaqueta e voltei a chorar sobre o travesseiro, não achem estranho, o meu aniversário passou a ser assim desde os meus seis anos de idade, recebia apenas uma bonequinha pela parte da minha mãe e era a essa bonequinha que eu lamentava o meu tom de pele, só que as bonequinhas eram lindas, e brancas. Sempre. Era raro eu achar alguma bonequinha preta ou de cabelos cacheados.

- Any? - era o Josh, que abriu a porta sem sequer bater. - preciso da sua ajuda para um plano.

- eu já vou. - falei baixinho para não soltar nenhum soluço. -

- Hm, tem como você vir agora? É meio urgente sabe?

Limpei as minhas lágrimas e o encarei. Josh não moveu um único músculo.

- vai, veste a jaqueta e vamos! - ele falou impaciente então eu vesti aquilo e calcei as botas para descer com ele.-

- para onde estamos indo? - perguntei confusa e ele deu de ombros. -

- resolver o plano. - ele falou meio óbvio e eu continuei confusa, achei que fôssemos apenas para o escritório mas ele pegou nas chaves do carro e eu avistei os meninos num outro carro prontos para dar partida. - senta e cala a boca.

Revirei os olhos e me sentei no banco do carro, Joshua deu partida com a mão na minha coxa, perto da minha intimidade certamente me distraindo para que eu não fizesse mais perguntas.

- agora espera aí que eu já volto. - ele destravou o cinto de segurança e saiu do carro apressado. -

Mas que homem esquisito.
Voltou em breves minutos e foi até ao porta malas, voltando em seguida para o meu lado.

- estamos quase a chegar? - perguntei entediada. - vamos analisar algum local?

- calada. - Joshua apertou a minha intimidade e eu gemi tentando provoca-lo até que vi um pequeno sorriso nos seus lábios. -

- não é hora para isso, fica quieta! - ele resmungou alterado e eu ri debochada. -

- você ta me apertando e vem falar de horas?! Podia calar a boca e me foder.

Beauchamp virou bruscamente o carro seguindo o caminho oposto e indo para ao meio de uma floresta, destravámos os cintos e ele se apressou a tirar a calça e a cueca, certamente não podemos demorar muito tempo.

Gemi abafado enquanto ele desviava a minha calcinha para penetrar, aumentei a velocidade dos movimentos do meu quadril enquanto ele me estimulava mais.

Não demorámos muito tempo no sexo selvagem no carro no meio da floresta, logo continuámos o caminho.

CRIMINAL HEARTS - beauanyOnde histórias criam vida. Descubra agora