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- 𝑱𝒐𝒔𝒉 𝑩𝒆𝒂𝒖𝒄𝒉𝒂𝒎𝒑 -

- vai parar de ser idiota e vai olhar para mim, ou não?!

- gostei da segunda opção. - falei concentrado nos meus negócios. -

- você está a ser uma criança total, e depois vem dizer que eu sou infantil e imatura! Olha as atitudes que você está a ter, Joshua! Você não tem idade para birra não!

- vai direto ao assunto e depois some daqui se for possível. - pedi e ela riu irónica. -

- você é um idiota!

- tá, já entendi, agora desenvolve.

- você acha mesmo que eu ia pegar o Noah?! E que ele ia me pegar a mim?! Você fez merda e ele só foi lá me confortar, já que você não o fez.

- ah claro, ele fez curso de conselheiro, só pode.

- porra, falar com você ou a parede é a mesma coisa!

- olha ela ali à espera para te ouvir. - Apontei para a parede atrás dela. -

Any me olhou e começou a chorar, por motivos não aparentes.

- além de surtada é bipolar. - pela expressão dela eu percebi que o choro é de raiva que ela quer descontar em alguma coisa. -

- você fala de mim, mas quem deu numa de doido foi você, interpretou tudo errado, não viu direito e começou a fazer a sua birra de ciúmes. Sendo que você mesmo diz que não temos nada então me diga qual seria o problema em existir um beijo entre mim e o Noah?! Vai Joshua, fala!

- você é minha, porra! Você fode bem, você é uma gostosa do caralho mas você também tem uma personalidade irritante e é algo atraente em você, eu não estou com você só pelo seu corpo, embora tenha muitas vantagens, estou com você nesta casa e não no túmulo, porque você é diferente, mas que merda!

- você só diz isso quando te convém, e outra, prima?! Prima, Joshua?! Você acha que eu vou ser idiota a esse ponto?!

- é um plano, mas que porra Any, cala a boca, para de dizer merda!

- não me mande calar, Beauchamp! Escuta uma coisa, eu espero que a sua noiva morra no altar e as alianças sejam queimadas. Eu não vou servir de amante. Esqueça o meu sexo. E mais, pode me ameaçar, pode me matar, eu não ligo.

- se acalme, por favor. - pedi mas tudo o que ela fez foi ficar ainda mais enfurecida. - eu tenho o meu plano e você vai ser informada de tudo.

- fodasse a merda do plano, eu não quero essa mulher na sua cama! Me chame de possessiva e surtada mas nós temos algo!

- any, respira.

A morena se virou de costas e socou a parede, arregalei os olhos e logo fui até ela antes que se magoasse mais.
Segurei no seu queixo e encarei os seus olhos.

- as coisas vão se resolver. - respirei fundo e empurrei as minhas lágrimas para dentro, ficando apenas com os olhos marejados. - vai dar tudo certo, vai ficar tudo bem. - tentei acariciar os seus cabelos mas ela se encolheu. - eu não pensei sequer em te bater, eu disse que não o faria. Eu ia socar a parede, de tanta raiva mas me controlei porque não te queria assustar. Eu não sou um monstro, ao contrário do que você pensa. Então me deixe tocar em você por favor.

Any negou com a cabeça e se encolheu mais.

- raio de sol.. é apenas um simples carinho nas suas costas, assim.

Tentei adentrar a sua blusa mas ela se afastou. Respirei fundo e respeitei o tempo dela.

- você está a deitar muito sangue.. quer ajuda para cuidar disso?

- eu não preciso dos seus cuidados, vai cuidar da sua esposa, você é nojento.

A morena virou as costas e saiu do escritório. Joguei os papéis todos no chão e saí dali batendo a porta com toda a minha força.

- o que foi isso, Joshua? Any está cheia de sangue na mão, que merda aconteceu? - Bailey perguntou confuso e preocupado. -

- Nada que eu não resolva mais tarde. - suspirei. - a Samantha vem a que horas amanhã?

- de manhã cedinho.

Assenti com a cabeça e fui para o meu quarto tomar um banho gelado.
Vesti uma cueca e calça moletom por cima, decidi descer para comer alguma coisa. Já são oito e meia da noite, Helena deve estar a servir o jantar.

- não sei, ela ainda não comeu nada decente hoje.

Escutei os meninos a conversar mas ignorei, decidi ter esperanças de que any iria descer para jantar.
Me sentei no meu lugar do costume e ao invés de comer com vontade, empurrei a comida para dentro da boca, apenas.

Any desceu as escadas com o rosto inchado e os olhos vermelhos tal como as bochechas e nariz, tomou apenas água e um remédio qualquer e voltou a sair da cozinha.

- ela tem prova na escola amanhã né? - Noah perguntou e eu respirei fundo, não tem nenhum motivo para brigar com ele.. -

- tem. - esclareci e levei a minha loiça para a cozinha, pegando em gelo e depois subi para ver se está tudo bem com ela, bati à porta do seu quarto. -

- se for o Joshua, a resposta é não. - ela soltou um grito abafado mas mesmo assim eu entrei. - você é surdo ou o caralho?

- o caralho. - dei de ombros. - eu não te vou tocar, só quero ver a sua mão.

Any tirou a mão de trás das costas e a estendeu com um certo receio.
Está ferida, arranhada e com hematomas.

- você deveria colocar um creme e enfaixar isso.. eu costumo fazer assim.

- eu depois faço isso.

- você não consegue sozinha.. - respirei fundo. - prometo que vou apenas te ajudar e vou embora logo a seguir.

Fui até ao meu quarto quase a correr e peguei nas coisas.
Detesto que ela tenha medo de mim, nunca lhe toquei dessa forma nem tive intenções de o fazer.
Comecei a massajar a sua mão com o creme analgésico, any mantinha os olhos fechados enquanto algumas lágrimas escorriam, as suas costas estão relaxadas sobre o travesseiro e a mão está na minha coxa, fiz um curativo na zona em carne viva e depois coloquei as faixas.

- enquanto arder você não tira isso ta bom? Pode pegar também alguma infeção. Se doer muito você toma
um remédio e evite usar a mão.

- ta bom, obrigada.. - ela pousou a mão no peito e se deitou na cama certamente com dores, nunca achei que ela fosse ter uma crise de raiva tão forte ao ponto de quase quebrar a mão na parede mas isso aconteceu e eu vou começar a tomar mais atenção a isso. Pousei o gelo em cima das faixas e deixei um leve carinho. Não a queria deixar sozinha, queria puder ficar a observá-la até que conseguisse dormir só para garantir que está tudo bem. -

- boa noite.. amanhã eu te levo para a faculdade. Hm.. não esquece que.. as pessoas podem ir e vir.. mas será você.

CRIMINAL HEARTS - beauanyOnde histórias criam vida. Descubra agora