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- 𝑱𝒐𝒔𝒉 𝑩𝒆𝒂𝒖𝒄𝒉𝒂𝒎𝒑 -

Any foi levada para um quarto e eu estou à espera com o Noah e Priscila.

- se ela estiver grávida o filho pode ser daquele cara.. - Noah lembrou. -

- merda. - limpei as minhas lágrimas de desespero, eu não estou pronto para ser pai, eu não posso ter um filho agora! Ela não pode correr tanto perigo estando grávida, o meu filho não pode nascer no meio desse caos! Mas ela também não pode ter uma lembrança daquele momento para o resto da sua vida. -

- familia e amigos de Any Gabrielly? - um médico chamou e nós três nos aproximámos. - felizmente ela não perdeu o bebé que espera. Foi quase um aborto espontâneo e se não tivesse ajuda médica, o feto não iria resistir.

- quantos meses? - Priscila perguntou enquanto acariciava as minhas costas. -

- quase dois. Ainda é recente, e depois do acontecimento eu peço que ela não se esforce durante três dias e tome cuidado durante as próximas semanas, sem movimentos bruscos, evitar momentos de nervosismo e também ter atenção à alimentação porque ela está na altura da gestação em que o mau estar é frequentemente assim como os enjoos. Pode ocorrer muito sono e também mais sensibilidade. Percebi que não sabia, então.. parabéns. - o senhor me olhou e eu não consegui demonstrar reação alguma. -

- cara.. você tem que ser forte por ela, Josh. - Noah me abraçou e eu apertei mais o seu corpo, não querendo fazer mais nada. - fica calmo.. não é o fim do mundo, não vai faltar amor ao bebé, e nos vamos proteger o seu filho de tudo. Tem calma Josh. Isso já foi o seu sonho.

Anos atrás, eu dizia que queria encontrar alguma mulher que eu fosse amar, e queria formar uma família, sempre quis dar a uma criança aquilo que eu quis ter, pais mais presentes e muito amor, mas as coisas não estão fáceis agora, não é altura para isso.

- alguém quer ir ver a Any? - o médico perguntou calmo. - ela não está propriamente no melhor momento mas creio que precisa de conversar com alguém. Ela pode sair daqui apenas de noite, vai ser vigiada nas próximas horas e também está a tomar soro.

- vai você, tem que ser você. - Noah me olhou. -

- cuida bem da minha princesa por favor. - Priscila tinha lágrimas nos olhos e parecia ter o coração nas mãos. -

Respirei fundo e segui o médico até ao quarto sentindo o meu coração acelerar a cada passo.

Any está deitada na cama com a mão pousada na barriga e uma expressão desanimada. Eu sei que sempre foi o sonho dela, ela falava inúmeras vezes sobre crianças e bebés, sempre me disse que gostava de ser mãe, mas não desta forma.

Não disse nada de primeira, apenas me sentei ao seu lado enquanto o médico ajeitava as coisas do soro e dava uma injeção no braço dela.
Então o senhor sorriu para mim e nos deixou sozinhos.

- como você se sente? - perguntei com a voz baixa, encarando o pequeno morro que está na sua barriga, algo que eu tinha olhado durante a estadia no cruzeiro mas não achei que fosse algo assim, achei que ela estava apenas com dores de estômago e poderia ter causado isso, confesso que também agimos como duas pessoas burras perante a situação. -

A morena me olhou brevemente mas logo baixou o olhar para a barriga, deixando algumas lágrimas cair.

- posso? - perguntei calmo e ela assentiu confusa. -

Cheguei mais perto do corpo dela e me deitei com os cotovelos apoiados na cama, de barriga para baixo, então beijei levemente a sua barriga na intenção de acalmar a morena.

- eu espero que esse bebé, seja meu filho. - acariciei o volume. - você não merece isso. Não me peça para aceitar de um dia para o outro mas vamos dar um grande jeito nas nossas vidas e nos manter mais seguros, pelo menos você.

- me desculpe. - ela soluçou. - eu não fiz nada de propósito e eu tenho medo que você não seja o pai, mesmo você dizendo várias vezes que não quer filhos agora, não pode ser ele..

- não pensa nisso agora, pensa no seu bebé. - sentei o meu corpo e beijei os seus lábios, any estava pálida e parecia bastante fraca e frágil. -

- já todos sabem? - ela perguntou nervosa e eu assenti, claro que o Noah já deu a notícia até porque todos ficaram preocupados com o estado da cacheada. - Okay..

Passámos as outras duas horas em silêncio, any se levantou com a minha ajuda para ir no banheiro e acabou por perder muito sangue.

- é normal, não se preocupe. - a enfermeira fez uma ultra som, any apertava a minha mão enquanto eu apenas olhava para a tela. -

Uma hora depois ela foi liberada, carreguei a morena até ao carro para ela não se esforçar e dirigi até casa.
Ao chegar à sala, estavam as amigas dela la também que correram para abraçar a morena.

- Calma gente, deixem-na respirar! - segurei na cintura da Any. - ela tem de descansar agora.

- podemos ficar na sala um tempinho. - any sugeriu, levei-a até ao sofá e me sentei para ela ficar ao meu lado, Priscila apareceu com uma bolsa de água quente e pousou na barriga da morena. -

Não ficámos muito tempo no assunto do bebé até porque any não quer falar sobre isso e eu também não tenho vontade de o fazer.

- vou começar a preparar o jantar. - Helena avisou e todos assentimos. -

Sina já estava jogada em cima do Noah, Sabina com a cabeça nas pernas da Lin que abraçava o Bailey quase matando o coitado e Any ao meu lado com cara de choro.

- quer ir descansar la para o quarto, baby?

- não. - ela suspirou. - prefiro ficar aqui, para não pensar demais, sabe..

- sei, acredita que eu sei. - beijei os seus cabelos. -

Depois do jantar ela quis subir e ficar sozinha, eu respeitei isso e fiquei no escritório até de madrugada a resolver coisas pendentes.

CRIMINAL HEARTS - beauanyOnde histórias criam vida. Descubra agora