Sirenes era a única coisa que ela podia ouvir ao seu redor.
Cordélia estava preenchendo alguns papéis em seu escritório quando aconteceu, quando alguém puxou o alarme de incêndio. E é como se ela pudesse sentir o alarme alto batendo em seu peito e pesando sobre ela. Viajou até seu coração e a fez parar de respirar.
As pessoas estavam correndo para fora do prédio, pelos corredores, mas sua cabeça doía, e seu peito latejava, e seu corpo inteiro tremia tanto que tudo o que ela podia fazer era deslizar pela parede e começar a tremer.
Ela tentou parar, mas por que alguém não estava desligando?
E, no entanto, nenhuma lágrima escorreu por seu rosto. É como se uma máscara deslizasse, começando da raiz do cabelo e descendo até os sapatinhos frágeis. Pânico puro a atravessou, e tudo o que ela podia ver eram luzes piscando de carros de polícia, sua mãe sorrindo como um monstro.
Um suspiro rasgou de seus lábios, tentando respirar, tentando agarrar qualquer outra coisa além do terror.
A porta de seu escritório se abriu com força, batendo contra a parede, e então se fechou, fazendo seu corpo sacudir e tentar empurrar seus pés para trás, forçando-a contra a parede de forma mais permanente.
Ela não precisou olhar para cima para ver quem era pelos sapatos caros na frente dela. Ele se abaixou, puxando seus tornozelos para o chão, considerando que seu vestido estava puxando para cima.
— Não– — um suspiro rompeu sua garganta, percebendo que as sirenes pararam. Ela estava tentando dizer a ele para não tocá-la, mas falhou rapidamente. As palavras não estavam em sua garganta, e elas não a alcançariam por algum tempo.
Ele pegou a garrafa de água de sua mesa e desatarraxou para ela. — Eu preciso que você respire.
Seus dedos agarraram a garrafa de água, mas vacilaram quando ela ouviu a voz dele. Foi isso que fez sua frequência cardíaca começar a aumentar. Foi isso que fez com que sua cabeça parasse de ficar confusa, e foi isso que lhe deu a estabilidade que ela precisava naquele momento para se recompor.
Percebendo que ela estava olhando para ele, ela olhou para baixo e apenas segurou sua garrafa de água. Ela não precisava mais de uma bebida. E então, a compreensão se estabeleceu nela – este era o homem que havia matado sua mãe.
Balançando a cabeça. — Afaste-se de – mim.
Ele parecia tão suave ao toque em seus olhos, mas ela sabia que não podia. Ela não queria. Mas quem ela estava tentando convencer? Seu coração, ou sua mente?
Draco estreitou os olhos, mas não levantou a voz quando falou. — Eu também não quero estar aqui. — Mas – quem ele estava tentando convencer? Seu coração? Ou sua mente. — Você contratou alguém para me matar. Este é o último lugar que eu quero estar agora. E se eu me lembro, eu salvei você de ser atropelada por um carro indo de 80 em 30.
Seus ombros afrouxaram, frustração rasgando por ela. Ele tinha feito isso. Para que? Nenhum deles sabia. Mas para Draco, parecia que essa garota sentada na frente dele era tudo o que ele poderia pedir, e ela era a resposta para sua dor de cabeça.
Ele a observou, viu suas pernas pararem de tremer, viu seu coque cair ainda mais quando ela suspirou. Era um coque bagunçado, emaranhado e desgastado que parecia que ela dormiu por três dias. Ela dormiu. Mas ele não se importou, porque ele sabia que ela tinha acabado de ter um recém-nascido.
— Por favor — foi um sussurro que o fez se concentrar em seus lábios, separados, mas tão cheios e ele queria beijá-los. — Saia.
Ele apertou os lábios, lutando contra o desejo de puxá-la para mais perto. — Eu quero beijar você.
Ela sentiu o coração saltar do peito e afundar até o estômago. — O– — Ela respirou novamente, e ele mal podia ouvi-la quando ela disse. — –o quê?
Seus olhos viajaram para as bochechas dela, agora tão rosadas quanto uma rosa. A pele parecia tão lisa, com pequenas cicatrizes de acne e alguns fios de cabelo no rosto.
Eles desceram até suas pernas, lisas e depiladas, tão frágeis que parecia que não comia há semanas.
— Eu sei que você sente isso também — ele disse baixinho, quase um sussurro. — Eu sei que você pode sentir o que eu posso sentir. Eu quero muito te beijar. Estou restringindo. — Ele observou os olhos dela se fecharem, e ela não tinha olhado para ele esse tempo todo. — Eu não estou indo.
Ela agarrou seu vestido, alisando-o esperançosamente para suavizar seu padrão de respiração que seu chefe estava fodendo.
— Eu só quero saber — ele não parou de olhar para ela, para seus profundos olhos castanhos que pareciam poças de mel lavadas pela chuva e pelo pânico. —, como você sabia que era eu?
A pergunta a pegou desprevenida, mais do que ele pensava. Seus ombros ficaram tensos, os braços caindo para os lados e seu corpo doeu.
Ela suspirou pela milionésima vez, e seu lábio começou a tremer, mas não porque ela queria chorar. Porque ela estava com medo agora. Vulnerável, na frente de um homem que era capaz de matar e se safar com tanta facilidade, quando a resposta estava bem na frente da polícia.
Ele a observou tentar compô-la, e se posicionou de joelhos, as mãos indo para o rosto dela para puxar seu queixo para cima. Ele era tão, tão gentil porque ela parecia familiar. Tudo o que ele queria fazer agora era beijá-la até que ambos os lábios estivessem inchados, mas ele não podia fazer isso.
O polegar dele deslizou sobre o lábio inferior, observando o redemoinho de medo em seus olhos enquanto seu lábio ainda tremia em seu aperto. — Pare de tremer, Cordélia. — Ele sussurrou, sua testa quase tocando a dela. Uma vez que seu cabelo estava caindo sobre sua testa, ela teve que lutar contra a vontade de beijá-lo. — Diga-me como você descobriu isso.
Ela estava com medo, mas se manteve firme. — Não. — Foi um sussurro, mas trêmulo.
Ele descansou sua testa na dela, agora ambas as mãos em seu rosto, inclinando-se sobre ela. — Você está assustada comigo?
— Claro que estou com medo de você — ela quase choramingou. — Você matou a única família que me restava além da minha filha.
Ele cantarolou, deslizando o polegar em sua bochecha. — Eu só quero saber. — Ele sussurrou tão suavemente, que o corpo dela doeu de desespero. — Vou embora quando tiver minha resposta, mas Cordélia, se ficar mais tempo, tenho medo de não ter forças para me conter.
Seu coração estava batendo dez vezes mais rápido agora.
Draco não aguentava mais fisicamente, estando tão perto dela. Ele só queria saber.
— Talvez... — ela respirou novamente, piscando lentamente. — Talvez se você não parar... eu vou saber por que você se sente tão familiar para mim.
Ele respirou fundo, os lábios entreabertos. — Essa é uma ótima ideia.
Nem um segundo depois, ele colidiu seus lábios, beijando-a com tanta força que ela agarrou sua camisa. Parecia certo, parecia que ela deveria estar com ele. Só ele. Draco não conseguia parar de beijá-la, não conseguia parar de mover seus lábios com os dela de uma forma que só os casais deveriam fazer quando estão privados de sexo.
Ele tentou se afastar, mas quanto mais ela o deixava deslizar a língua dentro de sua boca e dar uns amassos, ele perdia o controle. Suas mãos puxaram a cintura dela, deslizando-a em seu colo, as mãos dela deslizando em seu cabelo com o menor gemido que ele já tinha ouvido.
O desejo estava se espalhando por seu peito, em seus pulmões cada vez que ela o inalava. Ele era como uma droga para ela, e ela não conseguia o suficiente dele. Nada a estava deixando tão louca, nada fez seu sangue correr como isso fez.
— Porra — ele se afastou para respirar, mas ainda não estava satisfeito. Então ele mergulhou de volta em seus lábios, beijando-a ainda mais forte, e isso rendeu outro gemido de seus lábios.
Ela puxou o cabelo dele, fechou os olhos e puxou, seus lábios se separando. Ela precisava respirar, ela precisava se recompor.
Ele assentiu, entendendo, e puxou-a com ele, embora ela mal pudesse ficar de pé.
Ele deu-lhe um último olhar antes de abrir a porta e sair.
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𝑫𝒂𝒅𝒅𝒚 | 𝑫𝒓𝒂𝒄𝒐 𝑴𝒂𝒍𝒇𝒐𝒚 +18
FanficCordélia Annalise é uma mulher de 19 anos que perdeu seu pai em um trágico acidente, a deixando sozinha com uma mãe que a odeia. Ela encontra conforto para esses problemas em seu melhor amigo e o cara por quem é apaixonada, Scorpius Malfoy. No entan...