𝐏𝐑𝐎𝐁𝐋𝐄𝐌𝐀𝐒 𝐄𝐌 𝐂𝐀𝐋𝐈𝐅Ó𝐑𝐍𝐈𝐀

7- Felicidade de pobre nao dura pra sempre

Alya Miller

O carro tinha um silêncio estranho, Theo dirigia o carro. Me sentei no banco de trás com Belle, ambas olhando a janela completamente cansadas. O caminho estava silencioso, e o ar era de constrangimento, na tentativa de quebra-lo puxei um assunto aleatório com Bel, mas ela estava quase adormecida.

Depois de um certo ponto da festa, Belle parecia meio longe, e não parecia efeito da bebida, ela parecia nervosa, constrangida e se reparar bem até culpada!

Ela é minha melhor amiga há muito tempo, esconder algo de mim não é fácil, mas o que me vem a cabeça é: por que me esconder algo?

E também tem o meu irmão.

Se não fosse pelo o que havia acontecido na festa, meu irmão ao menos falaria comigo.

Você não sabe o que aconteceu, não é?

Flashback

Ficamos conversando um pouco, e as bebidas para fazer aquela coisa haviam acabado. Estou prestes a me despedir de Rihan quando sinto meu braço ser puxado bruscamente.

Theo me puxava para longe de Rihan com um zangado olhar sobre mim.

- Theo, para!- pedi mas ele continua a me puxar.- Theodore, para!!

Puxei meu braço para mim o fazendo parar também.

- O que raios pensa que estava fazendo?!

Nesse momento senti todo o álcool existente em meu corpo ir embora.

- O que eu estou fazendo?! O que você está fazendo?!- ele gritou de volta.

- Desculpe, mas vai ter que me explicar.- O olhei completamente confusa.

- O garoto propaganda de shampoo!- zangou-se se referindo ao Rihan.- Ele te comia com os olhos o tempo todo nessa festa, ainda mais com essa coisa que você chama de vestido!

- Ah Deus! Qual o seu problema?!

- Ele estava se jogando em cima de você! E o pior, você também!

- E se eu quisesse que ele desse em cima de mim?! O que você tem haver com Isso? Pode deixar que eu respondo. Nada! Você não tem nada haver com isso!

- Tenho sim! Não quero que as pessoas olhem para a minha irmã e pensem que ela é uma...- ele parou a frase no final, finalmente dando conta do que iria dizer.

Nesse momento tudo o que restava em mim transformou-se em raiva. Eu queria vê-lo terminar aquela frase, eu queria que ele as dissesse com tanta raiva e que toda a raiva se transformasse em culpa. Queria vê-lo se sentir culpado.

- Uma o que?!- me exaltei, talvez atraindo alguns olhares.

Ele fitou o chão e ficou em silêncio, sem nenhuma coragem de olhar nos olhos.

- Anda Theodore, me olha e diz. Olha pra sua irmãzinha e diz o que ela é.- cuspi minhas palavras em seu rosto enquanto me aproximava do mesmo.

- Fala.

Ele levantou seu olhar e encontrou o meu. O mesmo viu em meus olhos a raiva, decepção, desdém.

Sem dizer nada deu as costas e se afastou.

Flashback off

Logo paramos em frente a casa de Belle.

- Tchau, Lya. Tchau, Theo.- sorriu saindo do carro.

- Tchau, Belle.

Theo estacionou o carro em frente nossa casa, e eu desci com meus sapatos na mão, sem nem se quer o olhar.
Eu tentava achar a chave de casa na minha bolsa quando ele finalmente disse algo.

- Alya, olha, sobre o que eu disse na festa, não era verdade, a verdade é que...

- Relaxa, você me acha uma vadia. Me acha uma vadia por dançar, me acha uma vadia por flertar, me acha uma vadia por usar um vestido!- desisti das chaves e me virei para olha-lo.

- Não! Eu não acho isso, você não é criança, sabe o que faz e pode usar o que quiser, nunca te acharia uma vadia! Mas a verdade é que eu...- ele não conseguia terminar.

- Anda Theodore, me diga, qual é a verdade?

Ele hesitou e seguiu a dizer.

- A verdade é que eu me sinto distante de você!- soltou e eu o encaro confusa.- Não é mais a mesma coisa, e você sabe que não é! Nós voltamos pra cá de novo e nos afastamos! Você fica o dia inteiro dentro do quarto estudando, e quando tem tempo livre corre pra Isa. Não em entenda mal, eu adoro a Isa, mas eu sinto a sua falta. Eu não gosto de admitir mas eu sinto. Eu não faço ideia de quem você gosta, de quem você desgosta, não sei como está sendo na outra escola. Eu não sei nada sobre você! As vezes até parece uma estranha morando comigo. Eu sinto falta da minha irmã.

Fiquei em choque, sem saber o que dizer. Eu também havia percebido que muita coisa tinha mudado, e sim, nos afastamos.

- Theo, eu... eu sei, eu entendo. Eu sinto falta também, e sim, tá tudo estranho, mas eu nunca havia falado nada sobre porquê achei que você estava bem assim, não queria cobrar a sua atenção.

- Ufa, ainda bem que acha também, se não eu teria que te matar aqui mesmo por ter admitido essas coisas pra você.- me abraçou.- desculpa ter quase te chamado de vadia.

- Tudo bem.

- Por mais que você seja uma...- Me afasto do seu abraço e lhe dou um tapa na cabeça.

- Anda cabeção, abre a porta.- disse rindo.

- Ué, as chaves estão com você.- olhou-me parando de rir.

- Não, não estão...

- Puta merda.

Tentamos entrar pela porta dos fundos. Trancadas. Eu me lembro de ter pegamos elas...

- Bolsa da Belle.- falei o assustando.

- O que?

- As chaves estão na bolsa da Belle, puta que pariu.

- E como nós pegamos ela?

- Tem uma lanterna?

Não, nenhum dos dois tinham lanternas, mas temos algo muito melhor.

Pedras.

Comecei a jogar - tentar - as pedras na janela da garota, mas aquela puta não olhava.

- Nossa, você tem uma mira horrível.- riu anasalado.

- Se fode lacraia desengonçada.

Depois que acho que foram cerca de quase dez minutos, ela apareceu com cara de quem me mataria.

- O que você quer?!- gritou.

- Sua vadia sequelada, você não me devolveu minhas chaves!- gritei de volta.

- Ah, eu vou descer, espera um pouco.

Ela voltou para o quarto e em segundos depois estava no jardim com a gente.

- Eu vou subir e capotar na minha cama, estou com uma tremenda dor de cabeça.- ela disse, era notável o cansaço em sua voz.

- A gente também vai, certeza que isso vai dar enchaqueca. Boa noite gatinha.- a abracei e Depois andei até em casa.

- Boa noite gente!

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