𝙰 𝚅adia da 𝙼inha 𝙲rush | 𝙼𝙰𝙸𝙻𝙸𝙻𝙰

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Pov Maíara

𝔸 semana inteira passou tranquila, pelo menos para mim, já que Maraisa tinha brigado com Evan e estavam separados (por alguns dias, daqui a pouco essas porra voltam) mas para mim estava tudo às mil maravilhas, claro com exceção de Naiara que estava grudada em mim igual chiclete.

E  isso já estava me irritando, porque além disso, como ela era bem conhecida no colégio, pessoas estavam querendo falar comigo e eu odiava pessoas.

Então toda hora vinha um infeliz querer puxar papo comigo e "descobrir" indiretamente (e às vezes diretamente) se eu estava namorando com Naiara, porque uma lésbica não pode falar com ninguém novo que provavelmente já está namorando essa pessoa, já que a garota me cercando era a confirmação que eu era lésbica.

Eu agradecia aos santos que já estava no último ano, depois era só fazer a faculdade de administração, para tocar em frente o bar que minha mãe ia me dar de presente de formatura da faculdade.

Marília graças a Deus não deu nenhuma investida em mim durante a semana, na verdade nem me perturbar o fazia, e eu estava aliviada por essas duas coisas, queria me manter longe dela e pelo visto ela queria o mesmo.

O que aconteceu aquele dia foi porque estávamos bêbadas e eu torcia para ela nem se lembrar, ou estar arrependida demais por trair o mauricinho que resolveu esquecer minha existência.

O colégio estava uma loucura, hoje íamos ser liberados da terceira e quarta aula para ver o jogo da nossa equipe de basquete contra a equipe de uma escola próxima pública, por isso eu e Maraisa, nesse exato momento, estávamos subindo os degraus das arquibancadas para ver o Jogo.

O basquete não recebia muita atenção do colégio, os investimentos iam mais para a natação e futebol, por isso o basquete era mais um negócio só para diversão, organização pelos próprios membros do conselho estudantil.

A maioria dos rapazes do médio participavam, embora não tivessem nenhuma pretensão de ganhar ou se eleger para o campeonato anual.

Maraisa estava atrás de mim, comendo pipoca e falando revoltada sobre os defeitos de Evan e como ele era errado, já tinha ouvido isso milhares de vezes, então somente revirava os meus lindos olhos.

Quando me sentei, enquanto minha amiga falava eu estava perdida em pensamentos, tipo, porque as ilhas não afundavam?

Elas não eram feitas de terra?

Ou porque o milho sempre saia intacto nas fezes humanas se ninguém engolia inteiro eles?

E outras coisas muito interessantes, mas arregalei os olhos, voltando para a realidade rapidamente quando vi cabelos castanhos vindo em minha direção.

— Maraisa! A Naiara! — Falei alto, desesperada para fugir.

— Se vira, ela é sua girl, não minha graças a Deus — revirou os olhos avaliando os jogadores.

— Vamos ser fodidos pelos "Bears" até eu jogo melhor que o Styles, e o Murilo, parece que tem medo de quebrar as unhas pegando na bola — riu enquanto eu buscava um método de fuga, infelizmente não o achei a tempo.

— Oi Maiarinha! — sorriu e se sentou ao meu lado abraçando meu pescoço.

Maiarinha é meu nome no diminutivo?!

Apelidos de nomes no diminutivo são ridículos!

Qualquer humano que tenha mais de 10 anos sabe disso!

— Hey! — Acenei com a mão, desanimada.

— Posso ficar aqui com vocês? Para assistir o jogo — sorri amarelo e murmurei um "claro".

— Own! Obrigadaaaaa Maiarinha! — Me beijou no rosto e sorriu, Maraisa observava tudo com uma falsa cara de admiração.

— Vocês formam um lindo casal! — Falou com a voz fina e batendo palminhas para me provocar.

— Você acha?! — Naiara Perguntou animada, e eu só queria matar minha melhor amiga.

— Sim, a Maiara também acha, mas é tímida! — Naiara franziu o cenho e concordou com a cabeça enquanto eu estava vermelha, não de vergonha, de raiva.

— Olha! Está até corada!

— A Mai é muito fofinha!

— Sim!

Eu só queria sair correndo, mas seria deselegante então somente levantei meu lábio superior.

— Olha o jogo vai começar! — Sorri amarelo e apontei para a quadra, graças a Deus após rirem as duas ficaram quietas, observando o jogo.

Tentei não prestar atenção quando as líderes de torcida começaram a dançar, uma coreografia simples, para no fim gritar o nome da escola e o da nossa equipe, afinal eu não queria olhar muito para a Mendonça.

Não queria que ela lembrasse da minha existência e eu não queria lembrar do que aconteceu, eu não costumava ser muito atirada como fui, eu era até tímida, mas quando bebia virava outra pessoa, virava uma taradona!

De tantas pessoas nessa cidade para mim ter algo, fui logo ter coisa com a Marília, a típica líder de torcida, linda, gostosa e totalmente nojenta, que se achava superior a todos, com sua maior diversão sendo infernizar a minha vida escolar.

Por sorte foi algo passageiro e eu estava torcendo para que ela estivesse com vergonha e não tentasse tirar com minha cara novamente, por medo que eu fosse falar para todos no colégio, algo que eu não iria fazer claro, mas que obviamente ela temia já que tinha mais coisa para perder, sua reputação e seu perfeito namorado com jeito de gay.

Minha mente trabalhava a mil por hora, eu tinha que arrumar um jeito de tirar Naiara do meu pé, essa mina era muito chata, e eu não podia ficar alimentando uma esperança nela, afinal não queria nada com ela, nem amizade.

— Ei — me virei para ela, Naiara no mesmo instante me olhou sorrindo.

— Preciso conversar contigo no final da aula!

O rosto dela se iluminou e ela acenou com a cabeça, me deixando até mesmo mal, por ter que ter essa conversa com ela, mas era necessário, então suspirei e mordi os lábios pensativa olhando o jogo.

Nesse exato momento, Murilo conseguiu fazer um ponto, e Marília que estava perto do palco mandou um beijo para ele, sendo retribuída por um coração feito com as mãos e uma piscadela, bufei e revirei os olhos.

O dia seria curioso...