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Pov Maíara

ℕão demorou muito para irmos embora, é claro que depois que me viram "secando a morena" a galera tirou uma comigo quando eu voltei para a mesa.

Mas Lauana estava um pouco silenciosa, eu sentia que ela estava me observando, mas sempre que olhava não encontrava seu olhar em mim.

Já Marília ficou emburrada a cada brincadeira, e era nítido a raiva dela, me fuzilava com o rosto ligeiramente corado como eu sabia que ela ficava quando estava com raiva.

Eu não entendia qual era a dela, por mais que tentasse não conseguia, já cheguei a pensar que ela gostava de mim, outras vezes que só me desejava, isso era nítido, mas também várias outras possibilidades me rodeavam, de ela ser a típica hétero curiosa, gostar de brincar com os sentimentos dos outros.

Por isso sempre dizia estar apaixonada por mim para depois pisar nos meus sentimento, tudo isso podia ser a verdade, mas ela também tinha um tipo de ciúmes por mim, eu podia ser um pouco lesada mas não era completamente cega, via que ela tinha ciúmes de mim, mas duvidava que ela o tivesse por ser apaixonada.

Na verdade acreditava mais que ela gostava de me fazer de gado, e que, na cabeça maluca dela, somente ela podia fazer isso, não gostava que eu olhasse para ninguém ou que tivesse algo, mas ela, ela podia.

Quando eu pensava sobre isso, ficava com raiva dela, raiva de mim, e também me sentia uma imbecil, que tipo de otária eu era por gostar de alguém assim?!

Era o brinquedinho mesmo dela...

Que ódio!

Fui me apaixonar logo por alguém desse tipo, uma patricinha mimada, sem sentimentos.

Pelo menos, sem sentimentos por mim.

Quando decidimos ir embora, eu fiz questão de colocar meu número em um papel e dar para Victor que foi pagar a conta, entregar para a Morena.

Não que eu realmente estivesse atraída por ela, e isso me deixava com mais raiva, ela era linda, qualquer pessoa a acharia atraente, mas eu não, estava muito concentrada em me torturar olhando para as mãos dadas de Murilo e Marília sobre a mesa.

Isso gerou mais risadinhas dos jovens na mesa, eu não acreditava que a Morena de fato fosse me ligar, de qualquer forma ela era areia demais para meu caminhãozinho (a sorte que tive com Marília não acontece muitas vezes...

Olhando agora, não acho que tenha sido uma sorte ficar com ela visto que estou péssima agora) mas não o fiz esperando retorno, o fiz para atingir ela, e pode ter funcionado...

Acontece que Marília não era a melhor pessoa em esconder o que estava pensando, quando eu escrevi meu número de celular e entreguei para Victor, olhei de relance para Marília.

Primeiro ela franziu o cenho de boca aberta, chocada e um pouco desacreditada, depois negou, para enfim fechar as mãos em punho, e sair em disparado para o banheiro, alegando estar enjoada, e deu um bom ênfase em enjoada olhando para mim.

Luísa e Lauana foram as únicas que pareceram ter percebido isso, Luísa provavelmente achou que isso se devia a um preconceito sobre eu estar flertando com outra garota, ela coçou a nuca sem graça e me olhou murmurando um "Não ligue, ela é assim"

já Lau só me olhou de olhos semicerrados como se dissesse, eu sei o que você fez no verão passado.

Eu tentei não ligar para isso, me limitando a terminar minha água com gás, enquanto revirava os olhos sobre a piadinha de Victor sobre Murilo tomar cuidado com esses enjoos, não é como se ela usasse o pintinho com Marília de qualquer jeito.

E não é como se eu ligasse para isso, claro.

Não esperei Marília voltar do banheiro, só me despedi do pessoal, por incrível que pareça eu estava gostando deles, e dei um até, para Murilo.

Acenei para a morena que estava atrás do balcão me olhando corada, ela retribuiu um pouco timidamente.

Só então percebi que talvez eu tivesse sido inconveniente em lhe usar assim para atingir Marília, não sabia se a garota tinha compromisso ou se tampouco gostava de mulher, um pouco envergonhada, e decidida a não voltar a pisar no pub, eu subi na moto, estava prestes a ligar a mesma quando Lauana saiu um pouco ofegante da porta do lugar.

— Maiara Pereira — alongou meu nome ao máximo com um assobio no final, cruzando os braços enquanto me olhava avaliativa.

— Saquei tudo — piscou.

Eu franzi o cenho e tirei o capacete abraçando o mesmo, eu tinha um pouco de receio de saber sobre o que ela estava se referindo.

— E preciso admitir que... — Balançou a cabeça — Vocês não são nem um pouco discretas, não sei como ninguém se ligou.

— Olha, estou um pouco confusa, Lauana — ri de nervoso.

— Você não cursa artes cínicas, então menos, você está pegando a Marília, e ela está te pegando também, e porra, Maiara, eu já suspeitava, mas hoje, após o ciúmes estampado na cara dela eu tive certeza! — Senti o sangue fugir de meu rosto.

— Eu e ... A Marília?! — Ri novamente sem graça. — Rá! Sua criatividade é louvável! Estou impressionada, eu e a Marília! Haha isso é... Nojento? — Neguei com a cabeça, com as mãos já trêmulas.

— Vai Maiara, não precisa mentir, tudo bem que estar pegando logo ela é chocante, ela é muito atraente, mas porra, mas acho que não vale a pena... Eu posso estar errada... E não tenho direito de dizer nada sobre sua vida, mas, eu gosto de você, te acho uma boa pessoa, e talvez um pouco inocente — coçou a nuca me olhando nos olho.s — Mas, ela namora, e parece muito que está te usando, afinal, ela está com o namorado dela, não é?

Engoli em seco, e suspirei, ela já sabia, não adiantava negar.

— É Lau, eu e Marília tivemos nossos momentos, mas você descobriu tarde, tudo que tínhamos já acabou, e nem sei se um dia começou, na verdade — mordi os lábios, um pouco afetada.

Lauana tocou meus ombros, dando tapinhas reconfortantes.

— Você gosta dela — observou. — E esse lance de amizade? É para se torturar, brasileira? — Perguntou parecendo preocupada.

— A cada segundo que passa eu tenho mais certeza disso.

***

Preguiça de digitar, mas posto mais um e vcs sabem o que eu vou pedir certo? Obrigada de nada ☺️

𝙰 𝚅adia da 𝙼inha 𝙲rush | 𝙼𝙰𝙸𝙻𝙸𝙻𝙰  Onde histórias criam vida. Descubra agora