𝙰 𝚅adia da 𝙼inha 𝙲rush | 𝙼𝙰𝙸𝙻𝙸𝙻𝙰

(3)

P.o.v Maíara

𝔼u fiquei lá, toda esparramada no chão, morrendo de dor, com o professor e o rapaz que era capitão do time tentando me acudir, e os amigos de Marília tirando sarro de mim.

— Desgraçada — falei baixinho ainda com dor, uma das mãos tocando meu olho atingido.

— Você está bem, Pereira? — O professor perguntou me ajudando a me sentar, eu me sentei continuando com a mão no meu olho esquerdo, o lugar que foi atingido, estava doendo pra caramba e eu estava achando que poderia ficar cega, vai que meu olho explodiu.

É sempre uma possibilidade.

— Porra! Não estou, meu olho está doendo muito — falei baixinho, mas então me lembrei do que aconteceu, a desgraçada da Marília tentou me matar, e eu provavelmente ficaria cega por culpa dela.

Eu estava morrendo de raiva daquela vadia, por isso, tirei força de lugares que eu não sei quais são, e me levantei com a mão apoiada no chão, a olhando com ódio.

— Sua Vadia! Você fez de propósito! — Acusei Marília, que abriu a boca dramaticamente levando a mão até o peito, me olhando com deboche.

— Eu não sei do que você está falando Pereira, foi um acidente, mil perdões — falou debochada, e eu com meu olho bom, vi os amigos dela segurando a risada.

Com isso  disparei na direção dela, eu já estava cansada disso, de ser perseguida e engolir.

Pulei encima dela, no estilo briga de rua do Brasil, os ladrões e traficantes do meu antigo bairro, que eram praticamente da família, me ensinaram a lutar.

Eu podia ser magra e pequena, mas sabia lutar igual macho.

Mas infelizmente foi tempo só de conseguir derrubar ela no chão e pular em cima (espero que tenha machucado, talvez quebrado um osso) e acertar uns três socos que foram protegidos pelo braço dela, e alguém já me puxou pela cintura me afastando dela.

— ME LARGA! EU VOU ACABAR COM ESSA VADIA! — Eu gritei, me debatendo, e ver Marília se sentar no chão, meio perdida mas ainda assim rindo da minha cara, me fez ficar com mais raiva.

Eu não fazia ideia de quem estava me segurando, mas sabia que era um homem, então com muita flexibilidade consegui acertar os países de baixo do coitado com a parte de trás do meu pé, o fazendo me soltar gemendo de dor.

Eu já estava ferrada mesmo, provavelmente seria expulsa do colégio pelo tio da Marília, então não ia parar até deixá-la pior do que eu estava, ou seja, cega dos dois olhos.

Ela arregalou os olhos quando me viu correr pra cima dela, mas provavelmente a ginástica deu a ela habilidades superiores a minha já que antes que eu conseguisse efetuar um golpe ela me segurou e me jogou no chão, ficando por cima, e segurando meus braços, rindo.

— Não sabe nem brigar — falou em meio às gargalhadas, ela podia ser mais forte e habilidosa, mas eu sabia briga de rua, jogava sujo, sabia que mulher não sentia tanta dor se levasse uma joelhada no meio das pernas.

Mas ainda doía se fosse com força, então não pensei duas vezes em tacar um chute nela, o que resultou nela me largando e se jogando ao meu lado.

— PORRA! — Não dei tempo nem dela pensar e fui pra cima, eu tinha que ser rápida antes que alguém me impedisse de bater nela, então eu consegui dar um soco em cheio nela, bem no maxilar e pegando um pouco da boca também.

Mas eu fiquei com pena de bater mais no rosto tão bonito dela, então resolvi só enforcar ela.

Coloquei minhas mãos no pescoço dela e comecei a apertar.— Droga, me solta... — Falou com a voz falha, apertando e arranhando minha cintura tentando me afastar, mas a adrenalina era tanta que nem liguei para a dor da unha dela rasgando minha pele, só continuei tentando matar a desgraçada.

Mas infelizmente isso não foi possível, pois agora, dois homens me seguraram, me afastando de Marília, que ficou lá no chão respirando com dificuldade.

— Deus! As duas para a diretoria agora! — O professor exclamou branco. — Uma longe da outra!

— Essa garota é louca — Marília estava no chão massageando o pescoço enquanto ria. — Tentou me matar! E eu que tenho que ir para a diretoria?

— As duas!

Os dois caras me levaram até a diretoria, assim como Marília e o professor que abriu a porta e colocou nós duas lá dentro, nos deixando com o homem gordinho que olhava perplexo a situação.

— O que...?