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Pov Maiara

𝔼u estava sentada no sofá quando Marília desceu as escadas, vestida só com um blusão, os cabelos estavam presos em um coque e ela parecia ter chorado, visto que seu rosto estava um pouco inchado e os olhos estavam vermelhos.

Mas eu logo desviei a visão, voltando a olhar para a parede.

— Eu... — Ela começou quando se sentou ao meu lado. — Eu liguei para um guincho ir pegar meu carro, para levar ao concerto. Amanhã cedo o motorista do meu pai vem buscar a gente.

Eu não disse nada, só continuei olhando para a parede, ouvi Marília respirar fundo e colocar a mão no meu joelho, eu olhei para a mão dela, friamente, eu estava tão machucada e com tanta raiva dela.

— Maiara... Eu sou uma imbecil, mas eu estava falando a verdade quando disse que sou apaixonada por você — ela sussurrou, eu ri e olhei para ela.

— Você me dá nojo quando fala isso, Marília — neguei com a cabeça, e ela engoliu em seco.

— Eu poderia fazer o mesmo que você quer fazer comigo, te usar, mas não sou desse tipo — cuspi com rispidez.

— E-eu... Eu e Murilo é só status... A gente sequer transa, Mai... É só...

— Para! — Adverti lhe olhando com ódio.

— Não, eu não vou, eu sou fútil! Uma idiota que esta te magoando! Mas porra... Eu não sei lidar com isso... Com sentimentos... Com minha vida... Com gostar tanto de você — segurou meu braço e me puxou para ela, eu igual a um boneco fui, deixei ela me colocar no seu colo enquanto a olhava com frieza.

— Eu... — Suspirou enquanto segurava meu rosto. — Eu te quis por tanto tempo... Não quero te perder agora que estou começando a ter.

— Isso se chama tesão, Marília, e não sei o porquê você está tão aflita, dúvido que o seu desejo se resuma somente a mim — dei de ombros.

— Poderá achar alguém para te satisfazer, será fácil para você.

— Eu quero... Quero ter algo com você... Mas... Eu não posso..

. — Me ignorou.

— Marília chega! Que inferno! O que você quer de mim?! Me diz! — Disse exasperada, já cansada de seu teatrinho.

— Quer me ter na coleira?! Quer que eu seja seu chaverinho?! Correr atrás de você, implorar por atenção?! Por qualquer coisa que você possa me dar?! Quer me usar para inflar seu ego?!

— Eu quero algo que não posso ter — falou cabisbaixa.

— Você pode, a questão é que você não está disposta a desistir de qualquer porra que seja por mim — sai de seu colo, frustada, continuar deixando ela falar que me queria, mas queria mais seu namorado e sua popularidade, era horrível, era um soco no meu estômago, eu queria, Deus sabe como eu queria, ficar quieta e fingir que não estava um caos por dentro.

— Só, por favor, para de jogar isso na minha cara — neguei com a cabeça e caminhei até o banheiro, onde me tranquei e chorei mais e mais por ser uma iludida, eu sempre tinha que envolver sentimentos em tudo.

— Por que você é assim?! — Dei um soco na minha perna — Por quê?!

*

Quando eu saí do banheiro imaginei que Marília já estaria dormindo, mas para minha surpresa a encontrei ao lado da porta embolada em um cobertor. Ela se levantou e engoliu em seco.

— Você está bem? — Revirei os olhos para sua pergunta.

— Bom, só tem um quarto...

— Eu durmo no sofá — ia me virar, mas Marília me segurou, deixando um soluço escapar.

— Me solta — rosnei.

— Eu... Mai, eu não mereço você, não posso dar o que você quer... Mas não posso ficar longe de você — se aproximou tocando meu rosto.

— Eu não vou voltar a te infernizar... Mas só não se afaste de mim... Me deixa ficar perto.

— Você é completamente louca — falei chocada.

— Qualquer coisa... Eu só quero ficar perto de você... Não quero só usar seu corpo, eu aceito nunca mais te tocar se você não me afastar... Me contento com sua amizade... Só não me dá seu ódio — e me deixando surpresa, se jogou nos meus braços, me abraçando enquanto soluçava no meu pescoço.

Eu devia a empurrar e mandar ela pro inferno, eu provavelmente estava sendo trouxa novamente, mas eu não aguentei a ver chorar enquanto se agarrava a minha blusa como se sua vida dependesse disso, a abracei de volta, meu olhos ardiam, mas nenhuma lágrima caiu, talvez por eu já ter chorado todas.

— Po-por fa-favor Ma-Mai-ara...5
— Shiuuuu... Vai ficar tudo bem — sussurrei no seu ouvido quando afagava seu cabelo.

— Vem, vamos dormir... — Ela se agarrou no meu corpo, eu a levaria no colo se conseguisse, mas como não podia, só a seguirei de volta.

Quando cheguei ao quarto simples, mas aconchegante, deitei Marília na cama para fazer o mesmo em seguida.

Ela se agarrou novamente a mim, me abraçando com força e isso infelizmente estava mexendo comigo.

— Me diz, Mai, diz que não vai me odiar por ser uma pessoa horrível — soluçou.

— Eu não te odeio Marília, infelizmente eu não te odeio — suspirei. — Só não quero sair mais machucada.

— Eu juro que não vou mais te fazer sofrer...E-eu... Me perdoa? — Suas lágrimas já tinham inundado a minha blusa.

— Sim Marília, eu te perdoo, só não quero voltar a ter nada com você — sussurrei, Marília me apertou com mais força enquanto chorava baixinho.

— Eu... Não me importo, contanto que possa ser pelo menos sua amiga.

— Não sei como isso poderia dar certo, mas podemos tentar Marília — ela maneou com a cabeça.

— Podemos tentar...

Eu sabia que em nenhum universo paralelo, isso poderia dar certo, mas eu faria qualquer coisa que ela me pedisse estando daquele jeito... E pra falar a verdade, eu também não podia ficar longe dela.

***

Oi me desculpem,  🥺
Essa semana vou soltar todos os capítulos de uma vez pra finalizar ela.
Vocês vão querer outra história depois dessa? Se sim ou não, respondam ai nos comentários.

𝙰 𝚅adia da 𝙼inha 𝙲rush | 𝙼𝙰𝙸𝙻𝙸𝙻𝙰  Onde histórias criam vida. Descubra agora