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Pov Maíara

𝔻epois de um típico momento quente. Algo que sempre acontecia quando estávamos sozinhas.

Marília estava com a cabeça entre a curva do meu pescoço ofegante.

Enquanto trilhava um dos dedos nas costas.

Eu suspirei, e segurei seus ombros a afastando.

— Onde você vai? — Ela perguntou quando me desvencilhei de seu abraço.

— Sair do banheiro?

Me pus a me enxugar e coloquei as roupas que estavam sobre o vaso, que nada mais eram que uma bermuda de malha justa, uma blusa simples e peças íntimas.

— O que aconteceu, Mai? — Marília já estava enrolada em uma toalha e me olhava atentamente com o cenho franzido.

— Por que você está tão séria? Estávamos bem? Não é...

— Não Marília, não estávamos bem, o que você pensa? Que só porque transamos estamos bem? — Me virei a encontrando de braços cruzados.

— Eu... Imaginei que sim, você não pareceu estar com problemas enquanto gemia meu nome.

Neguei com a cabeça e saí do banheiro sem falar mais nada. Porém Marília me seguiu.

— Maiara! Espera! Vamos conversar... — Ouvi sua voz nas minhas costas enquanto caminhava até a sala à procura dos meus tênis.

— Que inferno! — Marília conseguiu me alcançar e puxou meu braço me virando para ela. — Você pode me dizer o que está acontecendo?

— Não me toca! — Puxei meu braço bruscamente e fui até a porta onde meus sapatos estavam ao lado.

— Onde você pensa que vai? — Ouvi sua voz sair séria.

— Embora! Nem que tenha que andar até amanhã para isso...

— Você não vai sair... A porta está trancada, Maiara — me virei com os olhos arregalados para ela, e a boca aberta em choque.

— Certo, você vai me obrigar a ficar aqui agora?! Só em 365 dias essa porra dá certo — caminhei até ela e segurei seu braço, sacudindo.

— Abre agora essa porta Marília, estou falando sério! — Falei entre dentes.

— E se eu não quiser? Vai me bater? — Me desafiou.

Espalmei minhas mãos em seu peito e a empurrei, fazendo Marília cambalear um pouco.

Me pus a procurar um jeito de sair, deve ter um jeito de sair sem ser pela porta.

Infelizmente as janelas estavam fechadas com cadeados.

Quando vi que não tinha jeito de sair, resolvi apelar e tentar encontrar algum objeto para poder quebrar alguma janela que fosse de vidro.

Consegui achar a do banheiro, era pequena, mas eu devia passar por ela, afinal eu era magra.

Antes que eu pudesse jogar a panela contra a janela para quebrar o vidro, Marília me puxou pelo braço e tirou a panela da minha mão jogando no chão.

— O que você pensa que está fazendo Maiara? Ficou louca?

— Apertou meu braço com força me jogando contra a parede e prendendo meu corpo com o seu.

Que estava coberto somente por uma toalha. Seja forte, disse para mim mesma.

— SOCORROOOOO — gritei, mesmo que fosse inútil.

— Meu Deus, Maiara! Para de gritar!

— Vai pro inferno Marília! Minha mãe logo vai notar minha falta... É melhor você me deixar ir embora, juro que não falo pra polícia — tentei a convencer.

— Eu já mandei enviarem uma mensagem para sua mãe pelo seu celular, avisando que você passaria a noite comigo fazendo um trabalho escolar.

— Qual é seu problema?! Melhor, qual é seu objetivo?! Abusar de mim?

— Pare de ser ridícula Maíara, eu quero conversar com você... Não gosto quando ficamos brigadas... — Tentou me beijar, mas eu empurrei seu corpo.

— E você não para pra pensar no porque estamos "brigadas" ? — Perguntei com raiva.

— Você quer o que?! Só alguns orgamos ? Eu não sou a pessoa para isso... E você tem namorado, Marília Por Deus!

— Eu... Eu não quero só transar com você, Maiara... — Falou olhando para o chão sem graça.

— Não quer? Sério? — Ri sem humor. — E eu pensando em te chamar para começarmos a sair... — Neguei com a cabeça.

— Porque a idiota aqui, pensava que estava passando uma ideia errada para você... Que eu só queria me divertir às custas dos seus sentimentos — revirei os olhos.

— Uma otária... A que estava se divertindo comigo era você!

— Maiara... Eu não estou...

— Não está O QUE?! ME DIGA! O QUE?! NÃO ESTÁ ME USANDO QUANDO FODE COMIGO ESCONDIDO?! Eu pensava... Pensava que você queria... Eu sou tão imbecil — me sentei no vaso com as mãos no rosto.

— Mai... — Senti sua mão tocar meu braço, mas eu me afastei, me levantando.

— Então, se não bastasse, você quer me usar mais antes de me descartar?! Antes de voltar com o senhor perfeitinho? Eu não sou segunda opção! Não quero sobras! Não estou te pedindo nada, que você largue ele por mim, até porque sei que não vai fazer isso, eu só quero ficar em paz! Se divirta! Transe com quem quiser, coloque chifre no mauricinho, só não me envolva nisso...

— Maiara... — Tentou se aproximar novamente, com os perdidos.

— Não! Você ainda tem sérios problemas! Arrumar briga com a Lau só por que você não quer que ninguém use seu brinquedinho?! É isso? — Ri.

— Só você pode... Você destruiu minha moto! — Empurrei seus ombros com raiva. — Me trouxe para o meio do nada e me obrigou a ficar aqui ainda!

— Eu... Eu já mandei consertar sua moto...

— Deveria usar esse dinheiro para pagar um psiquiatra!

— Me desculpa, Mai...

— Não se aproxima! Eu quero que você me deixe em paz! Esquece minha maldita existência! Esqueça que um dia tivemos contato íntimo, ou que sequer trocamos palavras! Só me ESQUEÇA!

Me virei, para sair de perto dela, mas Marília me puxou para si pelo braço, eu distribuí tapas e socos nela. Marília não parecia se importar, mas estava com os olhos marejados quando olhei em seus olhos.

— Eu não posso, eu não posso! Porque...— Limpou a garganta. — Porque eu sou apaixonada por você, PORRA!

***

Até amanhã meus beberes 🤍

𝙰 𝚅adia da 𝙼inha 𝙲rush | 𝙼𝙰𝙸𝙻𝙸𝙻𝙰  Onde histórias criam vida. Descubra agora