Capítulo 19

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Macau Theerapanyakul

Ao anoitecer Kim inventou de acender uma fogueira, então fomos para o quintal onde eles colocaram várias madeiras ou eram gravetos? Não importa, estavam amontoadas um cima da outro. 

— Você nunca acendeu uma fogueira antes? —Porschay questiona sorrindo para mim.

— Não, você já?

— Sim, quando eu e Porsche acampamos —ele caminha na minha direção. — Vem, vou te ensinar.

— Eu aprendi sozinho, então você aprende fácil —Kim me puxa para ficar a sua frente. — Você tem que acender ela contra o vento, ou vai ser apagada antes mesmo que consiga pegar completamente fogo.

— Tem que deixar amontoado assim?

— Acho que sim —Porschay ri.

— Macau, a maneira mais fácil de saber a direção do vento e erguendo sua mão no ar —ele levantou minha mão.

— Então temos um problema, Kim —eu ri. — Eu não tenho senso algum de direção.

Porschay tentou conter uma risada, mas logo ele gargalhou.

— Espera, não sabe o lado direito ou esquerdo? Ou Norte, Sul? —Kim questiona confuso, ele riu.

— Eu sei o lado direito ou esquerdo, mas Sul ou sei la oque, nem perdi tempo com isso.

Eles riram.

— Não consegue saber de que lado vem o vento? —Porschay questiona parando ao meu lado.

— Norte?

Kim respira fundo e Porschay ri.

— Só vamos acender isso —Porschay sugere.

— Toma —Kim me entrega a caixa de fósforo. Eu acendi e joguei em meio as madeiras. — Agora é só esperar.

Nos afastamos da fogueira, me sentei ao lado direito do Porschay e Kim ao seu lado esquerdo, me deito em seu ombro e sorrio.

— É fácil, não é? —Kim questiona me olhando.

Eu concordo, mesmo querendo negar. Muito trabalhoso.

— Tem Marshmallow? —Porschay questiona olhando Kim.

— Não estamos em filme americanos de acampamento, Chay.

— Macau, o melhor de acender uma fogueira é isso —Porschay sorri.

— Deve ter, pedi pra comprarem alguns doces já que eu ia passar o final de semana com crianças —Kim responde puxando Poschay para deitar em seu peito.

— Ai.

Kim riu, Porschay me puxou para deitar em seu ombro.

— Chay.

Ele me olha.

— Já sentiu como se depois de conseguir algo, meio que fosse tudo estranho?

— Não sei, do que você está falando? —Porschay questiona confuso.

— Sabe quando você quer muito uma coisa, mas quando acontece é meio que diferente do que você esperava ou imaginava?

— Do que exatamente estamos falando? —Kim me olha confuso.

— Nada, esquece.

Eles não perguntaram mais. O bom de falar com eles é que se eu não estiver confortável em falar, eles apenas deixam de lado.

A fogueira estava linda, assamos alguns marshmallow, rimos e nos assustamos com histórias de terror que Kim contou. Ele devia escrever um livro de terror, um segundo talento oculto dele, além da música ele também sabe contar histórias, principalmente as de terror.

Sinto que aquela história do garoto bonitinho que é cortado em pedaços pelo namorado do melhor amigo era para mim, será que é algum tipo de aviso?

— Eu não vou conseguir dormir.

— Eu também não —Porschay ri.

— Vocês são medrosos demais, nem é para tanto —ele ri abraçando Porschay.

— Por isso eu te odeio, agora vou ter pesadelos a noite toda.

Eu não conseguia dormir, quando eu iria fechar os olhos minha mente gritava "e se estiver alguém na janela te olhando", e logo eu ficava com medo. Tudo bem, história de terror contadas pelo Kim nunca mais!

— Ainda não dormiu? —Kim questiona em um sussurro.

— Eu não consigo nem fechar os olhos.

— Macau, deita no meio de nós dois —Porschay sussurra se sentando.

Eu passo para o meio dos dois e ouço uma risada vindo de Kim.

— Não ri seu idiota, eu já fui trancado no quarto enquanto tinha crise de pânico.

— Seu pai? —ele questiona mexendo em meus cabelos.

— Sim.

Porschay me abraça, sinto Kim se aproximar e fazer carinho em meu rosto. Ficamos em silêncio até que eu dormi.

Acordei com Porschay e Kim grudados em mim.

— É assim que Porschay se sente?

— Uhum —Porschay murmura se aconchegando em meu peito.

— Não gostei.

Ouço a risada de Kim.

— Não ri seu chifrudo.

Porschay beija meu pescoço.

— Olha você está vendo que é ele quem começa.

— Você está sendo uma má influência para o meu namorado —Kim resmunga.

Porschay ri. Eu roubo um beijo dele que sorri. Se um dia eu morrer, espero que saiba que foi sem motivos e o assassino foi o Kim.

— Macau —ele aperta minha cintura.

— Eu esqueço que ele não é mais solteiro, força do hábito.

Porschay foi tomar banho, eu fiquei deitado ao lado do Kim.

— Acho que mesmo depois de tudo Khai ainda não está pronto para um relacionamento sério.

— E o que pretende fazer? —ele questiona se sentando.

— Seguir minha vida como sempre fiz. Se ele não me quiser vocês me aceitam no relacionamento de vocês?

— Não —Kim ri. — Só uma criança já está bom.

— Mal amado.

— Se ele não te aceitar em um relacionamento, você pode namorar comigo —Porschay sai do banheiro.

— Não —Kim revira os olhos.

— Eu falei comigo, não com você —ele mostra a língua para Kim.

Eu sorri.

— Vou lembrar disso.

Liguei a televisão e coloquei um filme, passamos algum tempo assistindo filmes de romance porque Porschay quis.

***

Pergunta rápida. Khai terá a mesma paciência que Kim para os flertes do Macau com Porschay?

Bom dia :)

Tenham um ótimo final de semana!

Girassóis-Macau TheerapanyakulOnde histórias criam vida. Descubra agora