Capítulo 11

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Macau Theerapanyakul

Estava em um jantar de família, Kinn e Porsche estavam aqui também, chegaram de última hora, algo sobre resolver uns documentos. Dormi ontem na casa do Porschay, eu não tive paz, Peat me perturbou a noite toda.

Mas foi divertido.

— Como está a faculdade? —Kinn questiona sentando no outro sofá.

— Podia estar melhor.

— Não gosta? —Porsche questiona confuso.

— Sei lá.

— Já disse pra ele conversar com Vegas e trocar a faculdade, mas ele é teimoso igual o irmão —Pete senta ao meu lado.

— Não gosta do que faz? —Kinn questiona.

— Nenhum pouco.

— Por que não conversa com Vegas e troca de faculdade? —Porsche questiona confuso.

— Não sei, acho que vou conversar com Vegas sobre isso.

— O que queria fazer? —Kinn questiona curioso.

— Artes.

— Qual tipo? Tem várias, não é? —Porsche questiona confuso.

— Artes visuais, também vou ficar perto da faculdade do Porschay, é no outro corredor.

— Macau pinta, ele é muito bom —Pete sorri orgulhoso, ele bagunça meus cabelos. — Vocês tem que ver algumas pinturas dele.

— Quando quiserem ver é só pedir a Pete, ele tem a chave do meu recinto artístico.

— Sobre o que estão falando? —Vegas questiona ao se aproximar de nós.

— Sobre a faculdade do Macau —Pete responde sorrindo.

— Está querendo trocar, não é? —Vegas questiona sorrindo, ele senta ao meu lado. — Não sou idiota, Macau, nunca quis fazer isso. Troque se quiser.

— Sério?

Ele concorda. Meu celular tocou, era Porschay.

Cau? —sua voz chorosa me atingiu em cheio.

— O que aconteceu?

Kim estava aqui, brigamos —ele responde choroso. — Pode vir aqui?

— Eu estou em um jantar agora, aonde você está?

Na casa principal, mas se não conseguir vir tudo bem, te vejo amanhã então —ele responde respirando com dificuldade.

Ele está chorando.

Ele desligou, eu guardei meu celular e me virei para Vegas.

— Vegas, posso sair?

— Aonde vai? —Vegas questiona confuso. Ele encara o relógio. — Já é tarde.

— Eu sei, mas posso ir? É importante.

— Vai lá —Pete concorda apontando para a porta.

— Obrigado, Pete —eu me levanto rapidamente, me viro para ele e beijo sua testa. — Você é um anjo, amo vocês.

Ele concorda, eu corro até a porta pegando a chave da minha moto. Eu estacionei em frente a casa da primeira família e desci.

— Senhor Macau —alguns guardas me cumprimentam. — Entre.

Eu caminhei até as escadas, fui para o quarto do Porschay, abri a porta e entrei, ele estava de costa para mim, olhava pela janela, ele se virou confuso.

— Você veio —ele sussurra surpreso, ele sorriu minimamente.

Eu encosto a porta.

— Você me chamou.

Ele olhou para o chão, eu me aproximo do mesmo, sorrio e passo meus braços em volta do seus ombros e o trago para perto. Ele apoia seu rosto em meu ombro, senti seus braços passarem em torno da minha cintura, subi minha mão esquerda até seus cabelos e faço carinho.

— Obrigado —ele sussurra, ele respira fundo.

— Não tem oque agradecer, você é meu melhor amigo, sabe que eu te amo.

Cau —ele se esconde na curva do meu pescoço. — Fica aqui comigo, não quero ficar sozinho.

— Você já jantou?

— Sim, eu tinha acabado de sair do banho e ele estava aqui —Porschay responde suspirando. — Fica comigo?

Eu passei meus braços em volta do seu corpo e o tirei do chão, o carreguei até sua cama, o deitei nela e me ajeitei ao seu lado.

— Vem aqui meu garotinho —eu o trago para meu peito. — Vou ficar com você hoje.

— Eu não consigo passar por isso de novo —Porschay fecha os olhos e respira fundo. — Eu me senti horrível quando tudo aquilo aconteceu, principalmente quando descobri sobre a verdadeira identidade dele e que ele só queria investigar meu irmão. Ele me fez pensar em nunca mais me apaixonar, mas como vou me apaixonar por outro pessoa, confiar em outro alguém se nem ao menos consigo o superar?

— O que ele disse?

— Ele disse que me amava —ele responde, as lágrimas voltaram a escorrer por seu rosto, a ponta do seu nariz estava ficando vermelho, assim como sua bochecha e olhos. — Ele disse que me amava, ele disse que sentia muito por aquele dia e que só estava tentando me proteger de tudo isso porque meu irmão já era envolvido demais.

— Como se fosse fazer alguma diferença, mais envolvido que você está não tem como.

— Eu ainda o amo, Macau —ele soluçou, senti quando ele apertou a minha camiseta a juntando ainda mais em meu corpo. — E é isso que dói, saber que independente de tudo, de tudo oque ele fez, eu sempre vou o amar e que se não fosse tão orgulhoso, eu já teria o perdoado.

— Se está tentando se vingar e o fazer sentir oque você sentiu, então está indo pelo caminho certo.

Ele respira fundo.

— O que disse a ele depois que ele disse que te amava?

— Eu disse que iria passar —Porschay abre os olhos. — Eu disse que iria passar, Macau, e eu pude ver quando os olhos deles ficaram cheio de lágrimas, ele saiu do meu quarto, mas pude ouvir ele chorar quando a porta fechou. Eu nunca pensei que pudesse doer tanto nele.

Então é isso. Porschay nunca esteve preparado para essa parte da história. Onde oque Kim sentiu por ele foi verdadeiro e recíproco, que ele também ficou tão devastado quanto Porschay e que ele o amava e só tentou o proteger do jeito errado.

— Porschay, está tudo bem, tá legal? Amanhã você conversa com ele.

— Eu não quero —ele resmunga se escondendo em meu peito.

— Sou seu melhor amigo, Chay, não vou deixar seu sofrimento se prolongar por mais tempo. Queremos punir a ele, mas o preço é você sofrer junto, então é um preço que eu não quero e nem vou pagar.

Ele ficou em silêncio.

— Agora durma.

Minutos de silêncio, respirações pesadas e lágrimas até que ele dormisse. Fiquei pensando um pouco sobre isso até que também dormi.


***

Bom dia!

Tenham um ótimo fim de semana :)

Como vocês estão?

O que acham que vai acontecer entre Porschay e Kim nos próximos capítulos?

Girassóis-Macau TheerapanyakulOnde histórias criam vida. Descubra agora