Capítulo 7

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Maddy

Vesti um casaco longo que me ajudaria a esconder os hematomas que estavam demorando ainda mais dessa vez para sumir e inspirei, se Thiago e CJ vissem isso, teria que dar mil explicações para eles. Meu cliente de hoje seria um homem que já tinha me visto assim, mas ele não se importou em continuar mesmo comigo machucada outras vezes, então, não seria problema.

- Vamos lá, Maddy.. – murmurei em incentivo.

Peguei minha bolsa e saí, dando de cara com o síndico, ótimo, era só o que eu precisava.

- Senhor Geraldo, olá – sorri – Olha..

- Você tem dois dias para pagar pelo menos metade, Maddison. Ou ficará na rua.

meu coração errou uma batida.

- Por favor, me dê um mês de prazo, eu juro que..

- Não vou dar mais nada, você sabe das suas dívidas, deveria estar na rua se não consegue pagar um aluguel tão baixo – disse rude e engoli em seco.

- Tudo bem, amanhã estou com o dinheiro em mãos.. – sussurrei a mentira e saí, meu peito afundando mais um pouco e respirei fundo.

Não vá lá.

Caminhei o mais rápido que pude, sentindo meu corpo doer a cada passo que eu dava. Passei pelos seguranças e sorri timidamente em cumprimento, nem me dei o trabalho de parar na CJ, ela provavelmente iria saber o que estava acontecendo comigo, fui até a placa que tinha na parede vendo a numeração do quarto que teria que ir e engoli a bile, caminhando pelo corredor escuro e me dando algumas palavras de incentivo. Toquei na maçaneta fria de metal e a girei, abrindo a porta na minha frente.

Meu corpo inteiro travou quando avistei Michael sentado na poltrona ao lado da cama de forma relaxada. As pernas cruzadas casualmente, a camisa social branca com o colete azul escuro colada em seu corpo na medida certa – azul com certeza é a sua cor –, o copo de whisky em sua mão enquanto ele me olhava de cima a baixo. Engulo em seco, ainda travada no mesmo lugar desde que cheguei, sem conseguir desviar nosso olhar ou dizer qualquer coisa que passe pela minha mente, os pelos da minha nuca se eriçando.

O entendimento foi chegando aos poucos e abri a boca, não conseguindo acreditar, Michael queria dormir comigo?

- Hum.. – murmurei o único som que consegui e ele sorriu ladino, se levantou, seus 1,90 de altura me fazendo parecer nada e colocou o copo na escrivaninha ao lado – O-o que.. – parei novamente.

- Você consegue pelo menos formar uma frase? – a voz grossa me fez estremecer, não era rouca, mas era firme e gelava a espinha de qualquer um que a escutasse.

- Consigo – digo limpando a garganta – Houve algum engano?

deu de ombros – Que eu saiba, não.

- Então você...

- Sim, eu chamei pelos seus serviços essa noite, Maddison.

- Achei que você só ficasse com as mesmas mulheres de sempre – falei, ainda olhando-o dentro dos olhos.

- Quero falar com você sobre algo, ou melhor, negociar.

apertei as sobrancelhas confusa e dei um passo para a frente, uma dor em minha costela me fazendo grunhir baixo e arregalei os olhos, meu corpo congelando com a ideia de que Michael veria meus machucados. Ele olhou por todo meu corpo outra vez, a cabeça inclinando um pouco para o lado.

- O que você tem?

- Nada.

- E por que está com dor? – perguntou, os braços cruzados.

HERDEIROS #2 - Nos olhos do CEO Onde histórias criam vida. Descubra agora