Capítulo 37

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NÃO REVISADO

Maddy

Ao abrir meus olhos, os fecho no mesmo instante com a dor forte na minha cabeça, os flashs rápidos de tudo que havia acontecido esclarecendo a minha mente e abro os olhos abruptamente, para encontrar Emily jogada no chão ao meu lado com o olho roxo e o lábio cortado, mas o machucado era mais recente.

– Emily – a chamo ofegante, olhando ao redor da sala pequena e apenas com uma mera lâmpada fraca iluminando o lugar que estávamos presas, era sujo e fedia a mofo.

– Oi – murmurou – Estou bem.

– O que eles fizeram com você?

ela sorriu, seus dentes sujos de sangue e se sentou com dificuldade, cuspindo no chão e fazendo uma careta de dor.

– Os desgraçados levaram a minha adaga – disse, levando a mão até a cabeça – Eu tentei lutar com eles, mas foi uma péssima ideia.

– Você não pode fazer isso – seguro seu rosto com as duas mãos, o pânico circulando em meu sangue agora – Ele pode matar você.

– Eu não tenho o medo da morte, Maddison, e ele iria machucar você mesmo com você desacordada.

– Me desculpa – explodi em lágrimas – Não era para você estar aqui, Emy.. me desculpa.. eu..

– Quem é esse cara? – ela limpa a boca suja de sangue com as mãos e pragueja.

– Ele é meu ex-namorado, Brad.. – começo a contar tudo que estava acontecendo, do início ao fim para Emily que me escutava atentamente.

– Você devia ter nos contado, Maddison – disse assim que termino.

– Ia ser pior se vocês soubessem..

– Pior do que isso agora? acho que não – diz séria – Ninguém ia virar as costas para você, não é isso que nós fazemos, somos família.

– E-eu.. – engulo em seco, encostando na parede fria e abraço meu próprio corpo – Eu fiz merda.

– Eles vão nos achar, não se preocupe – resmungou – E, quando sairmos daqui, você vai contar tudo para Michael.

– Ele não vai me perdoar, Emy..

– Ele vai sim, confia em mim.. – diz, resmungando de dor mais uma vez – Droga..

– Você não está com medo? – assim que as palavras saíram da minha boca, a se abriu revelando Brad, que entrou com cinco homens dessa vez e cordas em suas mãos.

– Talvez eu devesse dar outro tipo de trato nessa esquentadinha – zombou o outro homem, fazendo todos sorrirem e olhei para Emily que, pela primeira vez deixou o medo transparecer em seu rosto.

– Faça comigo – pedi – Se querem fazer isso.. então usem à mim.

Brad sorriu – Ninguém vai enfiar o pau em nenhuma das duas, nós precisamos da Emily inteira para negociar com eles e.. bom – deu de ombros – A Maddison a gente vê o que faz depois, não é como se o namorado dela fosse se importar.

Brad estava certo, Michael não se importaria com o meu resgate porque ele me odeia agora, e se ele fizesse, faria por Emily, por sua família.

Pensar nessa hipótese me deixou com uma amargura e mordi o lábio para conter choro, logo, os capangas de Brad nos amarraram e tamparam a nossa boca.

Michael

– Para onde mais ela pode ter ido? – pergunto mais uma vez – Emily vai para mais algum outro lugar depois da sua aula?

– Não – meu tio respondeu, apenas o mínimo enquanto mexia em seu computador, o seu detetive de confiança ao seu lado e toda a sua equipe também.

Emily havia sumido, e não sabíamos sobre seu paradeiro porque a mesma nunca quis rastreador ou ter seu segurança, ela nunca gostou disso e seu pai acabou por fazer seus gostos, porém, foi uma péssima ideia.

Ouço Merlia e tia Ana chorar desesperadas pelo seu sumiço e engulo em seco, me encostando ao lado de Riven.

– Eu quero matá-los – disse baixo – Um por um, seja lá quem estiver envolvido nisso.

Abro minha boca para respondê-lo, mas travo quando um dos muitos telefones tocam e corro na direção, porém Miguel foi mais rápido ao atendê-lo e por no viva-voz.

– Alô? – Miguel diz, mantendo a voz mais neutra que conseguiu, logo uma voz grossa e modificada preenche a sala.

– Nós estamos com a Emily díaz.

– Quanto vocês querem pelo resgate?

a chamada ficou em silêncio por apenas alguns segundos, até a voz soar novamente – Duzentos milhões de dólares.

isso não era nada, mas não éramos tolos para isso, do canto da sala, Merlia tentava a todo custo rastrear o paradeiro do celular, para que pudéssemos ter ao menos uma ideia de onde procurar.

– Tudo bem – Miguel confirma – Nós temos o dinheiro.

– Onde está o Michael? – franzi o em cenho em confusão, como diabos ele sabia meu nome? o que estava acontecendo aqui?

– Como você sabe meu nome? – perguntei, meu pulso acelerando como o de todo mundo presente nessa sala.

Ele não respondeu, no lugar dele, outra voz falou, doce e aveludada, me deixando apavorado.

Maddison.

– Michael – disse em um sussurro rouco – E-eu sint-o muito.

– Maddison? você está bem? – tomo o celular da mão do meu tio, minha respiração acelerando em completo desespero e o ar faltando em meus pulmões – Maddison..

– Me desculpa – chorou – Foi culpa minha.. fui eu..

A ouço gritar como se tivesse sido empurrada para longe e grito seu nome outra vez, eu estava ficando louco.

– Amanhã, às sete horas, Hastings – o toque da chamada encerrada me deixou desnorteado e sentei no sofá.

– Eu não consigo.. – digo, levando a mão ao peito – Não posso respirar.

– Calma, meu filho.. – mamãe diz chorosa – Nós vamos buscá-las amanhã..

Amanhã, buscá-las amanhã..

O peso da culpa por todas as ligações e mensagens de Maddison que ignorei naquela noite, ela poderia estar segura agora, poderia estar bem e comigo.. em meus braços... agora, eu corria o grande risco de perdê-la para sempre, o risco de perder Emy ou até mesmo as duas.

A equipe começou a trabalhar para o resgate e me levantei, caminhando até meu tio que estava calado desde a ligação.

– Eu quero ir – peço – Eu quero ir amanhã, me coloca na linha de frente.

– Não podemos fazer isso, é burrice – ele respondeu – Em quem você acha que eles vão atirar primeiro se você estiver lá?

– Tio...

– É a minha filha, Michael – ele diz – E eu só não vou agora mesmo matar o desgraçado com as minhas mãos porque posso perdê-la, você pode ir amanhã, mas ficará no carro.

Assenti sem dizer outra palavra, não conseguindo formar uma frase agora, porque minha mente viajava para a Maddison em perigo o tempo todo, o terror me assombrando e me deixando apavorado.

nem mesmo a dor que ela havia me causado tinha doído assim como a ideia de nunca mais vê-la.

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HERDEIROS #2 - Nos olhos do CEO Onde histórias criam vida. Descubra agora